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Usina de AL firma acordo para indenizar pescadores afetados por melaço em lagoa

Tanque de melaço se rompeu em novembro na Usina Caeté e atingiu lagoa entre as cidades de São Miguel dos Campos e Roteiro, causando morte de peixes
Usina Caeté em Alagoas
Usina Caeté pagou verbas indenizatórias a 230 pescadores afetados por incidente após rompimento de tanque de melaço. Foto: Usina Caeté

Dois meses após o rompimento de um tanque de mel no parque industrial da Usina Caeté, em Alagoas, a empresa iniciou os pagamentos de verbas indenizatórias e entrega de equipamentos e veículos a 230 pescadores que fazem parte da Colônia Z-24, do município de Roteiro. O grupo teve suas atividades prejudicadas após o melaço atingir a lagoa de Roteiro e causar a morte de milhares de peixes.

Durante encontro realizado na segunda-feira (20), representantes da Usina Caeté realizaram a entrega de dois freezers, uma balança e um carro para uso da Colônia de Pescadores. No início do mês de janeiro, 230 pescadores receberam verba indenizatória, que faz parte do acordo extrajudicial firmado pela empresa.

O presidente da colônia de pescadores Z-24, Eronildes Nascimento, disse que as medidas adotadas são importantes para todos os pescadores que foram afetados pelo incidente. “Estamos celebrando nesse momento todos os benefícios trazidos pelo acordo com a Caeté, que vem mantendo os compromissos assumidos com extremo rigor”, disse.

A Usina Caeté informou que contratou a empresa Qualitex para monitorar a qualidade da água em diversos pontos ao longo dos recursos hídricos, comprovando a normalidade através de laudos técnicos apresentados aos órgãos ambientais competentes municipal e estadual.

Além disso, houve a contratação de uma empresa para realizar a limpeza da orla lagunar e a coleta e destinação de resíduos pré-existentes no local. Recentemente a empresa realizou a doação de lixeiras ecológicas para a prefeitura municipal, já instaladas na orla lagunar de Roteiro.

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Pescadores indenizados Usina Caeté
Presidente da colônia de pescadores Z-24 recebeu chaves de veículo e outros equipamentos. Foto: Assessoria

O relatório técnico elaborado 10 dias após o incidente mostraram que os níveis de oxigênio na lagoa já haviam sido normalizados e que, segundo Álvaro Guilherme Altenkirch Borba, biólogo especialista em ecossistemas costeiros, fauna e flora aquática, e responsável pelo relatório técnico, os pescadores puderam retornar às suas atividades no dia 15 de novembro.

O gerente administrativo da Caeté, José Carlos Lyra Filho, enfatizou que as ações compensatórias vão mais além, pois a empresa manterá o compromisso com o monitoramento dos recursos hídricos nos próximos dois anos e promoverá uma futura parceria visando fomentar a capacitação profissional dos pescadores, dando continuidade as atividades de aproximação com as comunidades do entorno, sempre pauta ativa da Usina Caeté.

Relembre o incidente na Usina Caeté

O rompimento de um tanque de melaço ocorreu no dia 5 de novembro do ano passado e 1,7 milhão de litros da substância se espalharam pelo parque industrial da Usina, que fica localizada na cidade de São Miguel dos Campos, em Alagoas.

No dia do acidente, a Usina Caeté informou que adotou medidas de segurança e realizou o bombeamento do material derramado para um tanque de resíduos da área agrícola da indústria. Apesar do volume de material derramado, não houve registro de feridos.

O tanque onde ocorreu o acidente possui capacidade total de armazenar 3 milhões de litros de melaço e houve um rompimento da parede lateral. 

Uma semana após o ocorrido, pescadores do município de Roteiro denunciaram que centenas de peixes foram encontrados mortos na lagoa do município, que fica vizinho à usina.

O Instituto do Meio Ambiente de Alagoas (IMA) foi acionado e informou que equipes de fiscalização e laboratório foram até o local para fazer os levantamentos, colher amostras de água, no sentido de fazer a caracterização do dano ambiental e autuar os responsáveis.

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