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Sob protestos, CCJ da Câmara aprova PEC polêmica que proíbe aborto legal

PEC quer acabar com permissão interromper a gravidez nos casos de risco de morte da gestante, de gravidez por estupro e de anencefalia fetal
Manifestantes contra a PEC que quer acabar com o aborto legal protestaram durante a sessão da CCJ Foto: Lula Marques/Agência Brasil
Manifestantes contrários à PEC do fim do aborto legal protestaram na CCJ Foto: Lula Marques/Agência Brasil

Após protesto que interrompeu a sessão, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que acaba com as possibilidades de abortos autorizadas no Brasil foi aprovada nesta quarta-feira (27) na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados, por 35 votos contra 15. Três deputados pernambucanos votaram na sessão. Fernando Rodolfo (PL) votou favoravelmente à proposta. Renildo Calheiros (PCdoB) e Waldemar Oliveira (Avante) se colocaram contra.

A PEC quer acabar com a permissão para se interromper a gravidez nos casos de risco de morte da gestante, de gravidez por estupro e de anencefalia fetal, ou seja, de má-formação do cérebro do feto.

Fernando Rodolfo foi o único pernambucano que votou a favor da PEC do aborto Foto: Mário Agra/Agência Câmara

Com gritos de “criança não é mãe e estuprador não é pai” e “retira a PEC”, manifestantes ocuparam o plenário da CCJ e interromperam o andamento da discussão.

A presidente da CCJ, deputado Caroline de Toni (PL-SC), pediu aos policiais legislativos que retirassem as manifestantes. Porém, como elas resistiram e, para evitar que alguém se machucasse, os deputados trocaram de plenário. Após esvaziar o plenário principal da CCJ, os parlamentares retornaram para a sala oficial da CCJ e a entrada de visitantes foi proibida. l

A deputada Chris Tonietto) levou bonecos para simbolixar fetos durante a sessão Foto Lula Marques Agência Brasil

“Sempre permitimos a entrada de manifestantes nessa comissão, desde que sejam feitas de maneira respeitosa e silenciosa, mas essa manifestação foi desrespeitosa”, afirmou a presidente da CCJ.

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Debate sobre a PEC

De autoria dos ex-deputados federais Eduardo Cunha (RJ) e João Campos (GO), a PEC busca modificar o artigo 5ª da Constituição Federal, acrescentando que a vida é inviolável “desde a concepção”. No entendimento dos parlamentares, essa mudança proíbe as possibilidades de aborto legal permitidas atualmente pela legislação brasileira.

A deputada Dani Cunha (União-RJ), filha do autor da proposição, o ex-deputado cassado Eduardo Cunha, defendeu a medida afirmando que o aborto deve ser proibido em todos os casos.

“O aborto é nada mais, nada menos, que o assassinato de bebê indefeso. Não se trata de religião. Aqueles que, como eu, são radicalmente contra o aborto devem, em respeito à vida e à Convenção Interamericana de Direitos Humanos, votar sim nessa PEC. Peço o voto de todos que respeitam a vida”, destacou.

Houve bate-boca durante a sessão da CCJ na Câmara, que foi bastante tumultuada Foto: Lula Marques/Agência Brasil

Por outro lado, a deputada federal Sâmia Bonfim (PSOL-SP) argumentou que a PEC obriga mulheres e crianças a manterem gestações que representam risco de perda da vida.

“Vocês não estão defendendo a vida de absolutamente ninguém. Querem condenar essas mulheres caso elas optem pela interrupção da gestação que representem risco de vida à gestante. Elas podem ser condenadas, criminalmente inclusive, porque é isso que vai dizer a Constituição Federal. Além disso, obriga crianças e mulheres vítimas de violência sexual a serem mães”, destacou.

Com aprovação da PEC 164 na CCJ, será criada uma comissão especial para analisar o tema. A comissão terá até 40 sessões para emitir um parecer sobre a proposta. Se aprovada em comissão especial, a proposta pode seguir para o plenário da Câmara.

Veja como votou cada deputado:

Votaram a favor

  • Alfredo Gaspar (UNIÃO/AL)
  • Benes Leocádio (UNIÃO/RN) -Sim
  • Caroline de Toni (PL/SC) -Sim
  • Cezinha Madureira (PSD/SP) – Sim
  • Chris Tonietto (PL/R)
  • Cobalchini (MDB/SC)
  • Coronel Assis (UNIÃO/MT)
  • Coronel Fernanda (PL/MT)
  • Del. Éder Mauro (PL/PA)
  • Delegada Katarina (PSD/SE)
  • Delegado Bilynskyj (PL/SP)
  • Delegado Marcelo (UNIÃO/MG)
  • Delegado Ramagem (PL-RJ)
  • Diego Garcia (REPUBLICANOS/PR)
  • Dr. Jaziel (PL/CE)
  • Fernanda Pessôa (UNIÃO/CE)
  • Fernando Rodolfo (PL/PE)
  • Flávio Nogueira (PT/P)
  • Gilson Daniel (PODE/ES
  • Juarez Costa (MDB/MT)
  • Julia Zanatta (PL/SC)
  • Luiz Gastão (PSD/CE)
  • Luiz P.O Bragança (PL/SP)
  • Marcel van Hattem (NOVO/RS)
  • Marcelo Crivella (REPUBLICANOS/RJ)
  • Marcos Pollon (PL/MS)
  • Mauricio Marcon (PODE/RS)
  • Nicoletti (UNIÃO/RR)
  • Pr.Marco Feliciano(PL/SP)
  • Rafael Simoes (UNIÃO/MG)
  • Ricardo Ayres (REPUBLICANOS/TO)
  • Roberto Duarte (REPUBLICANOS/AC)
  • Simone Marquetto (MDB/SP)
  • Zé Haroldo Cathedral (PSD/RR)

Votaram contra

  • Bacelar (PV/BA)
  • Célia Xakriabá (PSOL/MG)
  • Chico Alencar (PSOL/RJ)
  • Dandara (PT/MG)
  • Elcione Barbalho (MDB/PA)
  • Erika Kokay (PT/DF)
  • Gisela Simona (UNIÃO/MT)
  • Helder Salomão (PT/ES)
  • José Guimarães (PT/CE)
  • Laura Carneiro (PSD/RJ)
  • Luiz Couto (PT/PB)
  • Orlando Silva (PCdoB/SP)
  • Patrus Ananias (PT/MG)
  • Renildo Calheiros (PCdoB/PE)
  • Waldemar Oliveira (AVANTE/PE)

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