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Canal de Xingó: décadas de espera e nova promessa de solução para o sertão

Sstema adutor com extensão prevista de 305 quilômetros e área para irrigação de 16,5 mil hectares, o Canal de Xingó contempla municípios de Sergipe e Bahia
Governador de Sergipe Fábio Mitidieri foi recebido, em Brasília, pelo ministro da Casa Civi, Rui Costa Foto: Arthur Soares/ASN

Menos de uma semana após receber ministros da Casa Civil, Rui Costa, e da Secretaria Geral da Presidência, Márcio Macedo, para tratar sobre o Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), o governador de Sergipe, Fábio Mitidieri, cumpriu agenda estratégica em Brasília (DF) com foco na viabilização de recursos para o início das obras do Canal de Xingó — um dos maiores e mais aguardados projetos de infraestrutura hídrica do estado há décadas.  Após a reunião, foi definida uma remodelagem do projeto com o objetivo de beneficiar o sertão, região marcada pela escassez de água.

O Canal do Xingó é um sistema adutor com extensão prevista de 305 quilômetros e área para irrigação de 16,5 mil hectares, contemplando os municípios de Canindé do São Francisco, Poço Redondo, Porto da Folha, Nossa Senhora da Glória, Monte Alegre de Sergipe, Paulo Afonso e Santa Brígida, todos na margem direita do Rio São Francisco, entre Sergipe e Bahia.

“A gente acompanha a história do Canal de Xingó. São décadas de espera da população, e esse sonho nunca esteve tão perto de se tornar realidade. A expectativa agora é lançar o edital dessa obra importante para o sertão e para o estado. Quero agradecer ao presidente Lula e ao governo federal que, mais uma vez, estendem a mão ao povo de Sergipe”, comentou Fábio Mitidieri.

Canal de Xingó, no Rio São Francisco, em Sergipe, cânion
Canal de Xingó, no Rio São Francisco, em Sergipe, está na área dos famosos cânions. Foto: Max Carlos/Setur

O Canal de Xingó é uma obra estruturante que visa captar águas do Rio São Francisco para abastecimento humano, irrigação agrícola e uso industrial. O projeto tem potencial para transformar a realidade socioeconômica de diversos municípios, promovendo segurança hídrica, geração de emprego e ampliação da produtividade no semiárido.

O ministro Márcio Macedo informou que, na próxima semana, as equipes de Sergipe e do governo federal voltam a discutir o assunto. “Tivemos uma reunião extraordinária, com avanços significativos. Foi apresentado novo projeto do Canal de Xingó, redimensionado para o PAC, e na próxima semana teremos mais duas reuniões técnicas. Estamos confiantes que, em breve, o presidente e o governador anunciarão boas novas”, revelou.

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A articulação política em Brasília reforça o compromisso do Governo de Sergipe em destravar grandes projetos de impacto social e econômico, buscando parcerias e investimentos para garantir desenvolvimento sustentável e melhoria da qualidade de vida da população sergipana.

O andamento do Canal de Xingó é uma pauta de Fábio Mitidieri desde que assumiu a gestão. Em abril de 2023, ele esteve reunido com o diretor-presidente da Codevasf, quando solicitaram apoio do ministro Aroldo Cedraz, do Tribunal de Contas da União (TCU), para autorização da publicação do edital de licitação para construção do Canal.

Em junho do mesmo ano, ele retornou à Codevasf, para tratar da obra. No mês seguinte, esteve com governadores para alinhar a execução e andamento desses investimentos. No mês de agosto, participou de reunião online com o ministro da Casa Civil, Rui Costa, sobre obras em Sergipe contempladas pelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e, na ocasião, tratou também da Adutora do LeiteXingó: história

História do Canal de Xingó

O Canal de Xingó é um projeto de infraestrutura hídrica que há mais de 40 anos é promessa para o sertão nordestino, especialmente na Bahia e em Sergipe. Sua concepção remonta aos anos 1980, quando João Alves Filho, então governador de Sergipe, propôs desviar parte das águas do Rio São Francisco para irrigação agrícola e abastecimento humano.

Apesar de ter sido oficialmente apresentado ao governo federal em 1984, a obra nunca saiu do papel. Durante o governo de Fernando Henrique Cardoso (1995-2002), o projeto voltou a ser discutido, mas não avançou devido a entraves orçamentários e disputas políticas regionais.

No governo de Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010), o canal foi novamente colocado como prioridade, e em 2004, houve novas promessas de investimentos, mas a construção não começou. O mesmo ocorreu na gestão de Dilma Rousseff (2011-2016), que anunciou em 2010 uma revisão do projeto para tentar viabilizá-lo, sem sucesso.

Em 2014, o então governador de Sergipe, Jackson Barreto, prometeu uma readequação da obra, mas nenhuma etapa foi efetivamente iniciada. O governo federal retomou o assunto em 2021, durante a gestão de Jair Bolsonaro, anunciando novos estudos técnicos para uma versão reduzida do canal, mas até agora nada foi concretizado.

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