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Superoferta de ovos impacta bolso de cliente e PIB pernambucano. Entenda a relação

No entanto, segundo a Avipe, a produção de ovos deverá ser menor nos próximos meses
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Além da avicultura, influenciaram a alta do PIB pernambucano a produção industrial e o comércio. Foto: Arnaldo Alves/AEN-PR

Avicultores pernambucanos se preparam para uma redução na produção de ovos no estado. O consumo estável do alimento “superofertou o mercado”, o que fez o “preço despencar” 40% em relação ao mesmo período do ano passado. É o que afirma a Associação Avícola de Pernambuco (Avipe).

Com a medida, a expectativa é de que o setor não tenha grande influência no Produto Interno Bruto (PIB) de Pernambuco dos próximos três meses, como para os meses de abril, maio e junho.

Na semana passada, foi divulgado o resultado do PIB para o último trimestre no estado. O índice de 4,1%, foi maior do que o do Brasil para o mesmo período, que foi de 3,3%.

Segundo a Agência Estadual de Planejamento e Pesquisas de Pernambuco (Condepe), responsável pelo cálculo do indicador, a alta foi puxada pelos setores da agropecuária, com taxa de 22% (influenciada principalmente pela produção de ovos no estado); serviços de utilidade pública, como eletricidade e água, com crescimento de 10,3% (com o protagonismo da energia solar); e, comércio, com aumento de 6%.

Produção de ovos

A avaliação da expectativa de redução é de Giulliano Malta, presidente da Avipe. Segundo ele,”a médio prazo (o setor) vai precisar ter redução de produção”.

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A última vez que Pernambuco teve um PIB maior do que o do Brasil foi no primeiro trimestre de 2022. A alta de 4,1% é explicada resumidamente por Malta: “são ciclos”.

“Um ciclo de preços muito bons incentivou o aumento das produções”, mas agora, “o que está se produzindo, o mercado já está comprando com margem negativa de preços para atividade”, pontua.

Indústria

Os resultados do PIB de Pernambuco foram influenciados pelo setor da Agropecuária, puxada pela pecuária, sobretudo aves e ovos; Indústria, com as atividades ligadas ao fornecimento de eletricidade e gás, água, esgoto e gestão de resíduos; e Serviços, com o comércio.

Cezar Andrade, coordenador do Núcleo de Economia na Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco (Fiepe), vê o resultado como muito significativo. “Há muito tempo que não tínhamos um crescimento tão expressivo como esse”, o que Andrade atribui principalmente, ao crescimento da confiança do empresário.

“O Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI), pesquisa da Fiepe, mostrou que o empresário está mais confiante. Quando o empresário está mais confiante, ele investe mais, e isso gera uma produção industrial maior, mais contratações e mais empregos, fazendo com que a população empregada consuma mais e, assim, movimenta a economia.”

A confiança do empresário foi combinada à redução da inflação, que “também incentiva o consumo da população”.

“Além disso, estamos com alguns investimentos em infraestrutura para melhorar as condições do Estado de Pernambuco, o que também contribui para a melhoria do cenário econômico”, continuou.

O PIB demonstrou ainda que a indústria da construção civil está aquecida, assim como o setor de energia, especialmente nas áreas de energias renováveis e energia elétrica.

“Estamos vendo um grande investimento em energia eólica, e tudo isso contribui para movimentar a indústria.” Além disso, a produção industrial está em crescimento, fatores juntos contribuíram para que a alta do PIB alcançasse um patamar significativo.

A tendência para o próximo trimestre é de resultados positivos. Andrade explica que no segundo semestre Pernambuco costuma apresentar uma recuperação. O período é sazonalmente favorável devido ao retorno da safra de cana-de-açúcar em setembro e outubro, impulsionando a indústria de alimentos, como a de açúcar. Além da proximidade do fim do ano, que aumenta o consumo.

“Se tivemos um primeiro semestre positivo, acredito que o segundo semestre trará resultados ainda melhores, e conseguimos fechar o ano com uma variação do PIB maior do que a do PIB do Brasil.”

Comércio

No setor de serviços, o comércio foi a atividade que mais influenciou a área. Os festejos juninos foram o ponto alto.

Eduardo Catão, presidente da Federação da Confederação dos Dirigentes Lojistas de Pernambuco (FCDL Pernambuco), explica que o “principal fator que mais contribuiu para o resultado” da alta do PIB “foi, justamente o mês de junho, que é o mês de maior venda no estado, e que, neste ano, foi muito bom.

O porquê foi a “recuperação econômica” pois, “sempre que a economia melhora, é necessário empregar mais”.

“Serviços que estavam meio parados começaram a voltar, gerando mais empregos. Isso é fundamental. Quando a economia melhora, mesmo que um pouco, o impacto é significativo. Além disso, a expectativa (para este semestre) é muito positiva, principalmente porque há uma perspectiva favorável.”

A perspectiva de Catão é a tendência de continuidade de crescimento da atividade, que está no período de promoções após o Dia dos Pais, “e isso também ajuda a melhorar as vendas”.

“Agora, estamos aguardando que outubro, novembro e dezembro também apresentem um bom movimento para que possamos chegar ao final do ano com crescimento”, completa.

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