O grupo de origem italiana ASJA e a companhia brasileira Migratio Bioenergia vão implantar duas usinas de biogás que vão transformar em eletricidade os resíduos de aterros sanitários em Campina Grande e Guarabira, ambos no interior da Paraíba. A implantação dos dois empreendimentos vão demandar um investimento de R$ 40 milhões.
Embora as duas usinas sejam do mesmo porte, a de Campina Grande vai receber R$ 23 milhões em investimentos e a de Guarabira, R$ 17 milhões. As duas usinas vão ter como matéria-prima os resíduos dos aterros que pertencem ao Grupo Ecosolo nas duas cidades e que também recebem restos orgânicos de algumas cidades próximas.
A iniciativa vai evitar que o gás metano – gerado na decomposição dos resíduos orgânicos – seja jogado na atmosfera. O impacto do metano é 27 vezes maior do que o dióxido de carbono, quando ele é jogado na atmosfera. Ambos os gases contribuem para o efeito estufa.
A implantação das duas usinas é fruto de uma parceria da ASJA, que entra com uma participação de 70%, e da Migratio Bioenergia que vai responder por 30% da sociedade. Juntas, as duas usinas terão potência instalada de 2,5 MW. Por ano, estima-se que a energia a ser gerada é suficiente para abastecer cerca de 20 mil famílias. As duas usinas serão interligadas à rede da distribuidora Energisa Paraíba.
“A energia que vamos produzir será compensada via geração distribuída”, conta o sócio diretor do Grupo Migratio, Fábio Saldanha. Na geração distribuída, a geração de eletricidade é realizada junto ou próxima aos consumidores, permitindo, em tese, uma redução nos custos da transmissão de energia.
As duas usinas terão equipamentos Jenbacher, importados da Áustria. A previsão é de que a usina de Campina Grande entre em operação em novembro deste ano e a de Guarabira em janeiro do próximo ano.
Usinas vão vender crédito de carbono
Ambas usinas vão vender crédito de carbono, aquele que indica a quantidade de toneladas equivalentes de carbono que deixaram de ser emitidas na atmosfera devido à iniciativa. “O empreendimento reduz a pegada de carbono na região e gera energia”, comenta Fábio. Em Campina Grande, a estimativa é que a geração de energia a partir do aterro equivalha a 1,4 milhão de créditos de carbono que deixarão de ser jogadas na atmosfera em 14 anos. No caso de Guarabira, o cálculo fica em 600 mil créditos de carbono.
Com atuação na área de geração de energia por meio de biomassas, biogás e biometano, a Migratio Bioenergia é uma subsidiária do Grupo Migratio, que tem sede em Limeira, na cidade de São Paulo. No ano passado, o conglomerado faturou R$ 238 milhões. A holding também tem mais quatro empresas que são as seguintes: Migratio Energia (comercializadora), Migratio Consultoria, Migratio Gás e Begreen Bioenergia e Fertilizantes.
Com sede em Belo Horizonte, a ASJA Brasil faz parte do Grupo ASJA que atua na construção e operação de centrais para a geração de energia renovável e produção de biometano com unidades na Itália, no Brasil e na China. No total, a companhia produz energia para atender mais de 1 milhão de pessoas. Atualmente está desenvolvendo no Brasil plantas para a produção de biometano a partir de gás de aterro sanitário.
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