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Grupo Moura reduzirá em 55% o uso da água na fábrica de Belo Jardim

A fábrica do Grupo Moura está instalada no Agreste pernambucano, região que tem o maior estresse hídrico do Estado
Diretor de Metais e Sustentabilidade do Grupo Moura, Flávio Bruno, diz que a empresa vai ser 100% autossustentável em água até 2027. Foto: Grupo Moura/Divulgação

Iniciativas como reutilização das águas industriais, captação das águas das chuvas (das ruas e nos telhados) e até o uso de novas tecnologias vão fazer com que a fábrica do Grupo Moura apresente uma redução de até 55% no uso da água até 2025. É o maior complexo fabril de baterias da América do Sul localizado no semiárido nordestino, na cidade de Belo Jardim, no Agreste pernambucano.

Quase 40% da meta citada acima foram atingidos com a implementação de sistemas inteligentes e programas de conscientização. Dentro do planejamento traçado pela empresa, um dos objetivos é ser 100% autossustentável em água até 2027.

Dentro da fábrica de Belo Jardim, a empresa está construindo uma barragem que terá a capacidade de acumular 40 milhões de litros de água. O empreendimento deve ser concluído até o final deste mês. A empresa não revelou o valor do investimento no reservatório. Ao ser questionada sobre isso, informou apenas que investiu R$ 135 milhões em projetos e ações ambientais nos últimos 10 anos, total que inclui as iniciativas em gestão hídrica.

As ações na área de gestão hídrica incluíram a colocação de calhas em todo o complexo fabril para captar a água a da chuva, a realização de um balanço hídrico e a compra de tecnologias para aumentar o reuso da água que deve chegar a 80% de tudo que é usado nas instalações industriais. Algumas destas iniciativas foram feitas em parceria com a fabricante de tubos Tigre, que tem uma startup para atuar nesta área.

A empresa chegou a comprar uma tecnologia italiana para reutilizar uma solução de ácido sulfúrico – que faz parte das baterias -, apresentando, em média, 30% do ácido e 70% de água. O ácido sulfúrico só pode ser descartado se for tratado ou neutralizado. “Neste processo, a bateria é furada para retirar a solução de ácido sulfúrico. E a tecnologia permite a reutilização tanto do ácido sulfúrico como da água”, explica o diretor de Metais e Sustentabilidade do Grupo Moura, Flávio Bruno. A intenção da empresa é estar usando esta tecnologia até o final deste ano.

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A gestão hídrica no Grupo Moura

A Moura recicla 100% do chumbo e do plástico usados nas suas baterias. Ao longo da sua história, a companhia desenvolveu várias ações para ser ambientalmente sustentável, mas a gota d’água com relação à gestão hídrica ocorreu num período de estiagem. “Em 2017, a gente percebeu que não podia continuar do mesmo jeito. Não podia mais tirar água somente dos mananciais”, comenta Flávio Bruno.

No ano citado, a empresa chegou a buscar água a 85 km da fábrica para usar no seu processo industrial. Na época, o semiárido do Nordeste passou por uma grande estiagem, secando vários reservatórios que abasteciam aquela região. A seca perdurou por sete anos em algumas localidades e a cidade de Belo Jardim passou um ano e meio com racionamento de água.

Depois disso, Flávio conta que a redução do uso da água passou a ser um tema crítico, prioritário e as metas passaram a ser mais incisivas não só por causa da escassez do líquido, mas também por causa da estratégia da companhia alinhada com as práticas do conceito ESG adotadas desde 2015. As iniciativas que estão dentro deste conceito indicam quando uma empresa é socialmente consciente, sustentável – respeitando o meio ambiente – e apresenta uma boa governança.

“Toda a captação e reuso desdobraram uma série de ações de engenharia. A empresa como um todo abraçou a causa do balanço hídrico. Boa parte da redução do uso veio do senso de propriedade das pessoas, dos líderes e do trabalho de engenharia”, argumenta Flávio, acrescentando que há ações que não precisaram de grandes investimentos. “Se há uma torneira pingando, a gente quer que as pessoas vão lá e consertem”, conclui.

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