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Mauro Cid vai admitir que vendeu as joias a mando de Bolsonaro

Partiu do próprio Cid, porém, a solução de usar uma conta bancária nos Estados Unidos, em nome do pai dele, o general Mauro Lourena Cid, para receber os pagamentos pelas joias negociadas. Na sequência, os valores eram enviados ao Brasil
Tenente-coronel Mauro César Barbosa Cid, ex-ajudante-de-ordens do então presidente Jair Bolsonaro. Foto Lula Marques/ Agência Brasil.
Tenente-coronel Mauro César Barbosa Cid, ex-ajudante de ordens do então presidente Jair Bolsonaro. Foto Lula Marques/ Agência Brasil.

O ex-ajudante de ordens Mauro Cid vai dizer que vendeu as joias da Presidência da República nos Estados Unidos a mando direto de Jair Bolsonaro (PL), e que transferiu dinheiro ilegalmente para o Brasil, além de ainda entregar uma parte do valor em espécie ao próprio ex-presidente.

A revelação foi feita à revista Veja pelo advogado de defesa de Cid, Cezar Bittencourt. Um dos braços direitos de Bolsonaro, Cid está preso desde o último mês de maio depois que a Polícia Federal descobriu a falsificação dos cartões de vacina dele, de sua família e do ex-presidente. Depois, as investigações mostraram uma espécie de plano golpista para anular o resultado das eleições de 2022.

Neste caso, a Polícia Federal mostra que as joias e presentes entregues a Jair Bolsonaro começaram a ser negociados nos Estados Unidos em junho de 2022. Nesse período, a equipe de Mauro Cid solicitou ao Gabinete de Documentação Histórica a lista dos relógios recebidos de presente pela Presidência até aquele ponto do mandato de Jair Bolsonaro.

Já no dia 2 de junho, um ajudante de ordens recebeu a lista de 37 itens com os dados dos fabricantes de cada um, como solicitado. Quatro dias depois, Mauro Cid retirou do acervo um kit de joias composto por um relógio da marca Rolex de ouro branco, um anel, abotoaduras e um rosário islâmico entregue a Bolsonaro em uma viagem oficial à Arábia Saudita em outubro de 2019.

O coronel Mauro Cid viajou para a Pensilvânia, ainda no mês de junho, para vender o relógio Rolex de ouro branco e outro relógio da marca Patek Philippe. A PF localizou, a partir da análise de dados armazenados na nuvem do celular de Mauro Cid, um comprovante de depósito da loja no valor de US$ 68 mil nessa mesma data. Esse valor corresponde a R$ 332 mil.

Partiu do próprio Cid, porém, a solução de usar uma conta bancária nos Estados Unidos, em nome do pai dele, o general Mauro Lourena Cid, para receber os pagamentos pelas joias negociadas. Na sequência, os valores eram enviados ao Brasil. O pai teria não teria concordado, mas acabou atendendo aos pedidos do filho, que achava arriscado viajar com o dinheiro em espécie na mala.

Um relatório do Coaf, enviado à CPI dos Atos Golpistas, apontou transações financeiras consideradas atípicas nas contas de Lourena Cid. O relatório destaca que, de fevereiro de 2022 a maio de 2023, ele movimentou quase R$ 4 milhões – entre valores recebidos e enviados.

Cid ainda articulou um encontro de Bolsonaro com seu pai, em Miami, onde seria feito o repasse de U$ 25 mil ao ex-presidente. O advogado do coronel avisou que deverá se reunir com o ministro Alexandre de Moraes para negociar a confissão do seu cliente.

O Tribunal de Contas da União (TCU) abriu uma investigação sobre os presentes. À época, assessores de Bolsonaro, realizaram uma verdadeira operação para recuperar joias negociadas, atitude que causou estranheza porque é considerada desnecessária se tudo estivesse dentro da legalidade.

Mais uma complicação surgiu contra o ex-presidente quando Frederick Wassef, advogado de Bolsonaro, conseguiu efetiva uma recompra de um relógio Rolex, que seria devolvido ao Tesouro Nacional. Uma versão contestada pelas investigações.

Esse caso, deu substância para que o ex-presidente acusado de acatar a democracia e instituições democráticas, comportamento contestável durante a pandemia, contestar o sistema eleitoral e a credibilidade das urnas e tramar um golpe de estado ainda se enfraquecesse politicamente.

É fato que com o passar dos meses após ser derrotado nas eleições, Bolsonaro está ficando cada vez mais isolado e complicado juridicamente.

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