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Sistema da Ecometálica reduz tempo e custos nas estradas brasileiras

A paulista Ecometálica oferece um sistema próprio que reduz custos e tempo nas estradas

Por Kleber Nunes

Reduzir o número de viagens, mas entregando mais produtos e, de quebra, contribuir com o meio ambiente emitindo menos gases e usando materiais 100% recicláveis. O cenário parece o sonho das empresas do setor logístico, sobretudo, em um país como o Brasil, onde 65% do transporte de cargas passa por rodovias, segundo o Relatório Executivo do Plano Nacional de Logística 2025.

No entanto, graças a uma solução inovadora e totalmente brasileira, o que parece futurista já é realidade há pelo menos quatro anos graças ao sistema DoubleDeck, da EcoMetalica, empresa sediada em Indaiatuba, no interior de São Paulo. O sistema consiste basicamente na instalação de vigas de alumínio presas a guias verticais nas laterais do interior do caminhão, que podem ser adaptados à altura.

A tecnologia pode ser instalada em caminhões dos tipos baú (linha Baú D2) e sider (linha Sider D2), o que permite dobrar a capacidade volumétrica do veículo. Isso porque com as vigas, é possível “criar” um sistema de duplo piso para o acondicionamento das cargas, que podem ser dispostas nas estruturas com a ajuda de empilhadeiras e suportam até pallets de 480 quilos cada.

Os produtos estão disponíveis também para caminhões transportadores de bebida, na chamada linha “Topo D2”. O valor mínimo para aplicação do sistema da EcoMetalica é de R$ 11 mil. A empresa calcula que já exista uma frota de quase 600 caminhões usando a solução.

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Um quarto produto oferecido pela EcoMetalica é o Zip sider, uma estrutura com trilho para a amarração de caminhões. Estima-se que esta inovação ajude a reduzir de 20 minutos para 5 minutos o processo para atar o veículo e prender com segurança a carga.

Ecometálica – Tecnologia nacional

De acordo com o fundador da EcoMetalica, Paulo Giraudeau, as peças são produzidas com liga de alumínio aeronáutico, sendo boa parte reciclado, e tem vida útil de sete anos. O retorno do investimento se dá em seis meses.

Paulo Giraudeau: Ecometálica cresce 30% ao ano e planeja atender o Nordeste – FOTO: Divulgação

“Quando começamos a desenvolver essas estruturas descobrimos que havia algo semelhante nos Estados Unidos e em alguns países da Europa, porém, com pouca resistência para os tipos de estradas que temos no Brasil. Então, investimos em um material de liga resistente que buscamos sempre aperfeiçoar para cada vez mais atender às necessidades das empresas de transporte”, afirma Giraudeau.

O DNA da inovação, explica o sócio, Marcelo Mugnela, é o que move a EcoMetalica desde sua fundação. A empresa nasceu da antiga Metálica que foi fundada em 1996 e atuava na construção de estruturas metálicas para a construção civil. A busca por um produto novo começou há oito anos e desde a ideia até a estreia no mercado foram quatro anos de estudos e testes.

“O objetivo é que o caminhão não pare para fazer revisões porque, como sabemos, tempo é dinheiro. Hoje nosso índice de reparos ou consertos é quase nulo. Estamos constantemente investindo em inovação para aperfeiçoar cada vez mais nossos produtos”, diz Mugnela.

Nordeste, um mercado a ser conquistado

Hoje a Ecometalica está presente no Sul e no Sudeste do Brasil, e chegando no Chile e Peru. O crescimento anual, segundo os cálculos da empresa, é de 30%. “Apesar da alta do dólar e do LME (preço da commodity definido na Bolsa de Londres) conseguimos manter nossa curva de crescimento porque a matéria-prima do nosso produto é 100% nacional. Não sofremos com desabastecimento”, diz Giraudeau.

No mercado externo, a empresa mira para os próximos anos os países do Mercosul, já no ambiente doméstico a região Nordeste “é o mercado a ser consquistado”, segundo Giraudeau. “Nós temos alguns clientes que fazem rotas pelo Nordeste, mas ainda não temos aplicação do nosso produto em veículos de uma empresa nordestina, assim como também não temos no Norte. Esse é o nosso objetivo”, declara.

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