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TelComp defende descentralização da infraestrutura digital

A descentralização da infraestrutura crítica melhora a robustez dos serviços digitais
Presidente da TelComp, Luiz Henrique Barbosa, fala da necessidade dos Estados terem infraestrutura digital para se desenvolver. Foto:Patrícia Raposo/Movimento Econômico

O presidente executivo da Associação Brasileira das Prestadoras de Serviços de Telecomunicações Competitivas (TelComp), Luiz Henrique Barbosa, alerta que para os estados se desenvolverem precisam estar “ancorados” em infraestrutura digital. Segundo ele, é preciso descentralizar esse tipo de estrutura, chamada de crítica, hoje concentrada no eixo Rio-São Paulo, principal polo econômico do país.

A infraestrutura crítica inclui uma cadeia de empresas de redes de telecomunicações e serviços digitais, como operadoras de banda larga, data centers, operadoras de antenas, entre outras. Segundo Luiz, a implantação dessa infraestrutura deveria ser tratada de forma “estratégica” por ser uma questão de segurança e soberania nacional. 

“Defendemos que essa infraestrutura crítica deve ser descentralizada. Para isso, são necessários incentivos e mercado”, explica Luiz Henrique. Como exemplo de concentração, ele cita como exemplo os cabos submarinos que chegam a Fortaleza, destino de 16 dos 17 cabos submarinos que trazem dados ao País.

Segundo Luiz Henrique, o que ocorre em Fortaleza só se compara ao que acontece em Marselha, na França, e em Cingapura, na Ásia, em termos de concentração de cabos submarinos. Ele cita também o caso dos Estados Unidos, que tem mais de 100 cabos submarinos chegando ao seu litoral, mas não possui uma cidade que receba mais de 2 cabos. ”Lá, são 52 cidades que recebem cabos submarinos”, conta.

”É a centralidade que traz riscos. A gente tem riscos energéticos, riscos climáticos, riscos de vandalismo. Então, toda essa concentração é como se a gente estivesse colocando todos os ovos dentro de uma cesta só. Se isso daí quebrar, a gente realmente fica com um problema vulnerável de tecnologia, de telecomunicações brasileiras”, diz o presidente da Um Telecom, Rui Gomes, se referindo a concentração dos cabos submarinos em Fortaleza. A Um Telecom é associada da Telcomp e está construindo um data center no Recife. 

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O presidente da TelComp afirma que “se as telecomunicações deixarem de funcionar, a gente passa a ter uma perturbação social grande, porque as pessoas não vão conseguir fazer o Pix, se informar, não fazem mais nada. E vão ficar sem água e energia, porque todo o controle destes serviços é automatizado”.

Descentralização da infraestrutura crítica

A Telcomp está participando de discussões no âmbito do Ministério de Minas e Energia para a descentralização da infraestrutura crítica no Brasil. “A descentralização vai tornar a rede mais robusta com mais cabos submarinos espalhados pelo País e mais data centers, entre outros players”, comenta Luiz, acrescentando que, no Nordeste, esta descentralização deve começar por capitais como Recife e Salvador. 

A implantação de mais infraestrutura crítica no Nordeste, como por exemplo data centers – diminui a latência (resposta) que ocorre na transmissão de dados pela internet. Quando a latência diminui, aumenta, por exemplo, o uso do 5G com equipamentos e serviços que podem ocorrer em tempo real.

Outro fator interessante do aumento dessa infraestrutura é que o setor gera emprego de qualidade com um salário médio que corresponde a 4,1 vezes à media nacional, segundo Luiz Henrique.

Reunião da TelComp no Recife

A Telcomp realizou a reunião do Conselho da entidade no Recife na sexta-feira (13). Neste mesmo dia, Luiz Henrique Barbosa, Rui Gomes e Cleber Ajuz, presidente da Telecall, visitaram a redação do Movimento Econômico. 

Com 25 anos de atuação,  a entidade reúne representantes de operadoras como Um Telecom, Vero, Datora e Ascenty e as Prestadoras de Pequeno Porte (PPPs) que respondem por 60% da banda larga fixa do Brasil. As PPPs levam este serviço a cerca de 36 milhões de residências no Brasil. A Associação tem 60 associadas com um faturamento estimado em R$ 22 bilhões.   

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