Prefeitos recorrem à tecnologia para deixar caixas mais robustos

Cresce o número de prefeitos que aderem à tecnologia para otimizar o caixa ou mesmo ampliar arrecadação sem necessariamente aumentar impostos.
prefeito Marcia Conrado
Prefeita Marcia Conrado no evento da ANCITI: economia com telemedicina/Foto: divulgação ANCITI

Quatro municípios nordestinos foram premiados com o ANCITI Awards 2023 na semana passada. O prêmio é concedido pela Associação Nacional das Cidades Inteligentes, Tecnológicas e Inovadoras (ANCITI).

Recife foi o grande destaque do evento, ficando em primeiro lugar entre os maiores municípios do Brasil. Na categoria entre 100 mil e 500 mil habitantes, Petrolina (PE) se classificou na 5ª posição. Entre as cidades com até 100 mil habitantes, São Cristóvão (SE) ficou em 2º lugar, e Ipojuca (PE), em 5º.

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Os vencedores foram aqueles mais alinhados com o tema Desafios e Estratégias Inovadoras para Alavancar as Finanças Públicas.

Como dá para perceber, a tecnologia vem avançado na gestão pública entre grandes e pequenos municípios. O que tem levando a este avanço é a percepção de que além de melhorar processos e facilitar a vida do cidadão, a tecnologia tem ajudado a deixar mais dinheiro em caixa.

No Recife, entre outras soluções, a prefeitura adotou algoritmos para obtenção de padrões comportamentais de adimplência e sonegação, tendo como base o Simples Nacional. Segundo a secretária de Finanças, Maíra Fischer, os algoritmos ajudam a localizar empresas irregulares, dando maior assertividade à fiscalização. Algoritmos também são usados na previsão de arrecadação, com base em indicadores como PIB e IPCA, otimizando a gestão orçamentária.

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Mais IPTU

Em Petrolina, o uso do georeferenciamento permitiu atualizar o número de imóveis na cidade, ampliando a base de arrecadação do IPTU. O prefeito Simão Durando disse que o aumento de receita em relação à planta “original” da cidade foi de 21%.

Avançar com a informatização também reduziu a burocracia, o que repercutiu em novos investimentos, em especial no setor imobiliário, que já não precisa mais de tanta papelada para solicitar licenças. Isso destravou obras e atraiu investidores. A digitalização permitiu, segundo Durando, crescimento de 12% no número de construções.

Serra Talhada tem menos de 100 mil habitantes e gastava cerca de R$ 800 mil por ano com envio de pacientes para consultas na capital. A adoção da telemedicina reduziu consideravelmente esse custo, segundo a prefeita Márcia Conrado.

Prefeito proíbe papel

Na cidade Senador Canedo (GO), o prefeito Fernando Pellozo decidiu zerar o uso de papel e proibiu até impressoras. Chegou ao ponto de faltar papel higiênico porque alguém entendeu que não poderia comprar papel algum. Em cinco meses, a economia só com papel foi de R$ 300 mil. Isso sem contar a redução de custos com outras coisas, como o combustível gasto no processo de levar a papelada de um lado a outro da cidade.

Prefeito Simão Durando
Prefeitos como o de Petrolina, Simão Durando, adotam cada vez mais tecnologia na gestão/Foto: divulgação ANCITI

Exemplos como estes reforçam a importância da ANCITI. Criada há dois anos, a entidade vem realizando quatro encontros anuais para tratar do tema da transformação digital na gestão pública, provocando prefeitos e estimulando a troca de experiências. Os cases acima foram apesentados no último evento, realizado na semana passada no Rio de Janeiro, por ocasião da premiação. E entre os presentes havia um consenso: para acelerar a digitalização, não vale a pena inventar a roda. A melhor solução é “copiar e colar”.

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