Dando mais de 12 mil bolsas de estudo, startup promove impacto social

No ano passado, a startup recebeu investimentos do Anjos do Brasil, da GVAngels, do Investe Favela e da Google Black Founders Fund.
startup Prol Educa
Petrus Vieira, Manuella e Petrrus Nascimento, fundadores da Prol Educa/Foto: divulgação

Em 2014, três amigos de infância resolveram ajudar alunos a conseguir bolsas de estudo. Eles próprios ex-bolsistas, que viviam na periferia do Recife. A ideia surgiu quando descobriram que havia uma empresa que conseguia vagas para quem não pudesse arcar com as mensalidades integrais de uma instituição de ensino. Decidiram fazer o mesmo, mas de um jeito diferente, com uma pegada de impacto social.

De lá para cá, a Prol Educa já conseguiu vagas para mais de 12 mil alunos em oito estado do Brasil. No ano passado, a startup recebeu investimentos do Anjos do Brasil, da GVAngels, do Investe Favela e da Google Black Founders Fund. Este último, é uma iniciativa que apoia empresas que geram impacto social e são lideradas por negros. O valor dos aportes não foi revelado, mas a operação se deu com equity free. Ou seja, não foi preciso ceder parte das ações para os investidores.

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Com esses recursos, a Prol Educa pôde investir numa equipe de TI. E agora planeja sua expansão para todo o território nacional. No ano passado, a empresa foi avaliada em R$ 5 milhões.

“Quando começamos, nosso valuation era de R$ 250,00. Com o dinheiro abrimos um MEI e produzimos panfletos”, recorda Petrus Vieria, hoje com 38 anos. Nem ele, nem os sócios – Pettrus Nascimento (36) e Manuela Pamela (38) – têm formação em TI. Para iniciar o projeto, tiveram que contratar um programador free lancer para desenvolver uma plataforma básica onde tudo começou. A plataforma custou R$ 1mil reais.

Entrando nas escolas

“Quando dava algum problema ou quando a gente precisava mudar algo, contratávamos outro free lancer”, recorda Petrus, que se valeu da sua condição de professor de Educação Física para ter acesso às escolas com mais facilidade e vender seu produto. Foi fácil, você pode pensar. Mas não foi. “Entrar a gente entrava, mas o ‘não’ estava em 99% dos nossos dias. Era não, não e não toda hora. Mas persistimos”, conta.

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O que ajudou foram as seleções em editais, os aportes que recebiam. Isso foi aos poucos credenciado a startup junto a instituições já consagradas. E mostrava que o produto tinha valor. Agora, com o aporte e uma equipe própria de TI, tudo mudou. Menos o endereço. Eles continuam incubados da FOZ.

A FOZ é um centro de inovação fundado pela Faculdade Pernambucana de Saúde (FPS) e pelo Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (IMIP). Neste ambiente, entre saúde e educação, a Prol Educa se viu acolhida. Havia sinergia entre os interesses.

Diferencial da startup

“Não inventamos a roda, melhoramos o que já existia”, conta Petrus Vieira. Ao pesquisar o mercado e observar os gaps que haviam na oferta do serviço de bolsas, a Prol Educa achou seu diferencial: um produto de impacto social. Não davam só bolsas com desconto, mas uma chance de as pessoas mudarem suas vidas.

“Somos um caso vivo do Prol Educa. Eu fui bolsista e vi a grande transformação da educação na minha vida. O meu sócio também foi transformado por ser bolsista. Temos vários relatos de pessoas que nos procuram para conseguir bolsa de estudos e depois nos contaram que isso mudou a realidade delas. Nosso objetivo é esse: queremos ajudar quem precisa, diminuir a desigualdade social e alavancar a minoria”, relata Petrus Vieira.

A lógica do produto é identificar escolas com vacância e oferecer o sistema do Prol Educa para achar bolsistas dispostos a pagar entre 30% e 80% do valor da mensalidade, a depender do tipo de curso. Ganha o aluno que paga menos e ganha a escola, que substitui uma vacância por uma receita – ainda que reduzida, é melhor do que nada. A monetização do Prol Educa vem das matrículas, que são totalmente revertidas para a plataforma, tanto no primeiro ano da adesão, quanto nos anos subsequentes de estudo na instituição.

Foz Philippe Magno
Philippe Magno, diretor da FOZ. Foto: cortesia

“Desde que a Prol Educa entrou na FOZ, é nítida a evolução, o amadurecimento e o crescimento do negócio. Isso não seria possível se os fundadores não fossem pessoas comprometidas com o propósito da startup. Isso faz a diferença. Ao conversar com qualquer um dos fundadores é possível observar que o intuito de levar uma educação de qualidade para jovens é maior do que qualquer ambição financeira ou profissional. Nosso maior orgulho é enxergar um potencial nesses empresários e ver, a cada dia, eles se esforçando e batalhando para conquistar seus objetivos”, detalha para Philippe Magno, diretor da FOZ.

Todos anos e início de semestres, há vagas abertas no ensino básico, médio, graduação, cursos de idiomas e técnicos. O projeto conta com mais de mil instituições parceiras, sendo 80% escolas, 10% cursos técnicos, 5% escola de idiomas e 5% graduações.

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