Stellantis, TIM e Accenture desenvolvem piloto de 5G inédito em planta de Pernambuco

Por Patrícia Raposo *Matéria atualizada às 17H50 Num processo inédito, a Stellantis – quarto maior grupo automotivo do planeta, fruto da fusão entre FCA – Fiat Chrysler Automóveis e PSA Groupe (dona de Peugeot e Citroën) -, se uniu à TIM e à Accenture para lançar o primeiro piloto 5G standalone – também chamado de […]

Por Patrícia Raposo

*Matéria atualizada às 17H50

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Num processo inédito, a Stellantis – quarto maior grupo automotivo do planeta, fruto da fusão entre FCA – Fiat Chrysler Automóveis e PSA Groupe (dona de Peugeot e Citroën) -, se uniu à TIM e à Accenture para lançar o primeiro piloto 5G standalone – também chamado de “5G puro” – para a indústria automobilística na América Latina.

Usando uma rede privada, com base em inteligência artificial e cloud computing, a tecnologia vem sendo aplicada no Polo Automotivo Stellantis, onde é fabricada a linha Jeep, em Goiana (PE), há três meses. O comunicado foi feito nesta tarde de quarta-feira (27), por representantes das três empresas, em evento virtual para jornalistas.

A Stellantis quer fazer da unidade de Goiana a primeira planta industrial do setor integrada com o 5G. A tecnologia vem sendo usada para melhorar a eficiência no processo fabril e na cadeia produtiva. “Acreditamos muito na tecnologia e precisávamos experimentar, começar a testar para entender como o 5G estará nos ajudando”, explicou André Souza, CIO da Stellantis para a América do Sul.

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No projeto, a TIM atua como a provedora de telecomunicações, responsável por fornecer a infraestrutura e rede 5G, implantando o núcleo de rede 5G SA (standalone) na nuvem pública, enquanto a Accenture integra a rede 5G com os recursos de automação de imagem e análise de vídeo de seus ativos, visando melhorar a segurança e a qualidade da produção de automóveis na fábrica.

Stellantis quer fazer da unidade de Goiana a primeira planta industrial do setor integrada com o 5G/Foto: divulgação Stellantis.

“Não estamos esperando que o leilão (do 5G, previsto para o próximo dia 4 de novembro) aconteça para incentivar o uso da tecnologia”, disse Leonardo Capdeville, CTIO da TIM Brasil. “Temos licença provisória da Anatel para operar o 5G na área da fábrica e após o leilão vamos explorar em caráter comercial essa oportunidade”. Neste processo, está sendo usada a antena 5G da chinesa Huawei.

No projeto piloto, a Stellantis optou por usar o 5G num primeiro case com recurso de inteligência artificial para correção de falhas num processo muito crítico, que é o de fixação da emblemas nos quatro modelos de veículos que são fabricados na unidade. Algo muito suscetível a falhas.

“Fizemos um processo com inteligência de reconhecimento visual no qual câmera lê a imagem, e na cloud privada da Accenture, faz o reconhecimento e validação e volta informando se aquilo era o que deveria estar no carro”, explica André Souza, acrescentando que o 5G tem sido fundamental para dar celeridade ao processo, por sua baixa latência (resposta).

Anatel deu licença para uso do 5G no projeto piloto/Foto: divulgação Stellantis

A necessidade de maior precisão e velocidade faz do 5G um forte aliado da indústria, tanto para os usos atuais, quanto para os novos. Após conferir o resultado positivo desse primeiro case, a Stellantis estuda dotar sua estrutura de maior autonomia, não só nos carros do futuro, mas na logística.

Como a planta de Goiana está situada num condomínio, com parceiros sistemistas no entorno, há dificuldades para integrar esse ecossistema com os processos de abastecimento, numa lógica que envolve ações indoor e outdoor. Assim, a direção da Stellantis entende que o 5G pode trazer um diferencial para a planta.

“O 5G pode resolver esse problema. Associado a isso tem a possibilidade de viabilizar o transporte autônomo industrial. Aí não falo dos nossos carros autônomos irem para as estradas, mas de ter nosso transporte industrial mais autônomo, para que possa ser reprogramável a cada fluxo, a cada rota, com lógica que reúna tempo de respostas com latência muito baixa e cobertura geográfica extensa. Esse é um exemplo de caso que vamos enfrentar daqui para frente”, disse André Souza, se referindo ao segundo projeto piloto, o AGVs (Automated Guided Vehicles).

Com o 5G é possível conectar 1 milhão de dispositivos por metro quadrado. E vai haver grande quantidade de conexões simultâneas de dispositivos da Internet das Coisas (IoT) num ambiente como da planta de Goiana. Para garantir o sucesso desses processos,  será necessário evoluir e trazer a nuvem que armazena os dados para perto da operação, num conceito de Edge Computing.

Isso porque o grande volume de informações que dispositivos da IoT enviam e recebem criaram uma experiência de uso com alto nível de latência e sobrecarga de rede. Para solucionar esse problema, criou-se um modelo em que a computação em nuvem é descentralizada e aproximada da operação para gerar mais qualidade nas conexões,  reduzindo os gargalos de rede e o tempo necessário para os registros serem processados. É o chamado Edge Computing.

“O 5G pode ser bom, mas se os dados estiverem hospedados num servidor no Rio ou São Paulo, teremos que trazer para a borda. São problemas que vamos resolver passo a passo, disse Paulo Tavares, Diretor Executivo Líder de Redes e 5G América Latina da Accenture.

O 5G deve gerar um incremento de 4,9% no PIB brasileiro em 2031, um volume equivalente a R$ 249 bilhões adicionados à economia nacional. Mas ainda há um longo caminho pela frente. “Não adianta ter 5G se uso um dispositivo que não fala 5G. A disponibilidade de aplicações para o 5G ainda é pequena no mercado e somos forçados a usar neste momento soluções intermediarias”, explica.

A Stellantis começa em novembro o seu segundo projeto com uso do 5G. O  AGVs (Automated Guided Vehicles) inicia controlando a movimentação dos carrinhos automáticos, dispensando a instalação de trilhos físicos ou magnéticos no piso. É só o começo da revolução que está por vir.

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