
Por Aurora de Barros Souza*
Empresas que estruturam programas de Compliance tendem a obter ganhos financeiros expressivos, uma vez que tais iniciativas fortalecem a governança corporativa, promovem o alinhamento com a legislação vigente e minimizam riscos legais e operacionais.
Ao implementar práticas éticas e transparentes, essas organizações reduzem passivos trabalhistas, evitam sanções regulatórias e conquistam maior confiança de investidores e instituições financeiras, o que se traduz em condições mais vantajosas de crédito e acesso facilitado a novos mercados.
Assim, o Compliance deixa de ser um custo e passa a representar um investimento estratégico para a sustentabilidade e a competitividade empresarial. Dentro deste cenário, podemos destacar:
1. Fortalecimento da governança e ganhos de eficiência
Um programa de Compliance bem implementado reforça a governança corporativa, impulsionando o retorno sobre o investimento (ROI) e sobre o patrimônio (ROE). Ao padronizar processos, reduzir redundâncias e melhorar a transparência, a empresa aloca melhor os recursos, elevando a produtividade e a confiança dos investidores (Fonte: Vorecol, 2024). Custos operacionais também caem: segundo a FasterCapital, empresas que organizam seus controles veem uma redução de até 30% nos gastos relacionados a compliance (Fonte: FasterCapital, 2024). A automação e centralização de tarefas com soluções tecnológicas (RegTech) fortalecem ainda mais essas economias (Fonte: Wikipedia – RegTech, 2024).
2. Alinhamento trabalhista e segurança jurídica
Adequar-se às normas trabalhistas evita ações judiciais e passivos trabalhistas, que podem gerar despesas substanciais. Programas que incluem políticas claras, canais de denúncia e treinamentos previnem litígios e fortalecem o ambiente interno. Além disso, ambientes onde a cultura de compliance prevalece apresentam menor turnover e maior engajamento. Estudos indicam redução de cerca de 30% na rotatividade e aumento na retenção de talentos (Fonte: Psicosmart, 2024).
3. Redução de passivos e multas
A não-conformidade acarreta riscos financeiros diretos: multas, penalidades, indenizações e perda de reputação, que diminuem receitas em até 20‑30% (Fonte: FasterCapital, 2024). Programas eficazes reduzem incidentes como fraudes em até 34% e podem cortar os custos de contencioso e multas em 55%, conforme dados da Deloitte. Um caso marcante foi o da Siemens: após escândalo de corrupção, a reestruturação de compliance elevou o valor de mercado em 16% (Fonte: Psico-Smart, 2024).
4. Redução de juros em financiamentos
Empresas bem estruturadas em ESG (governança faz parte) conseguem linhas de crédito com melhores condições. A transparência reduz assimetria de informação, o que resulta em menor custo de capital (Fonte: Wikipedia – Corporate Transparency, 2024). Organizações com compliance avançado e relatórios confiáveis apresentam maior flexibilidade financeira, diminuindo restrições ao crédito e otimizando o acesso a financiamentos estratégicos. Instituições financeiras frequentemente exigem certificações e avaliações de risco — variáveis bem pontuadas por um sólido compliance.
5. Atração de investimentos e reputação
Investidores preferem empresas com práticas sólidas de compliance e transparência. Governança robusta indica maturidade: cria confiança, reduz custos de supervisão e melhora a percepção diante dos stakeholders (Fonte: Accounting for Everyone, 2024). Isso facilita captações de capital e parcerias estratégicas.
Conclusão
Empresas que investem em Compliance colhem benefícios tangíveis: governança sólida, segurança jurídica, redução de custos, acesso facilitado a crédito e atratividade frente a investidores.
Compliance não é custo, mas sim um investimento estratégico para crescimento sustentável.
*Aurora Barros, Mentora Berçário de Empreendedores, Advogada, Auditora-líder em Compliance, Membro de OCCA Olinda Creative Community Action, Coordenadora e Professora MBA em Compliance e ESG e Mestre em Indústrias Criativas.
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