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Quando e como buscar recursos para maximizar o crescimento empresarial

Para quem busca um crescimento acelerado, o Venture Capital pode ser uma excelente alternativa para se obter recursos
Pedro Menezes de Carvalho
Pedro Menezes de Carvalho/Foto: divulgação

Por Pedro de Menezes Carvalho*

Decidir o momento certo para captar recursos é um passo estratégico crucial para qualquer empresa. Muitos empresários ainda dependem exclusivamente de capital próprio ou de empréstimos bancários, sem explorar alternativas mais vantajosas que o mercado financeiro oferece. Isso pode significar perder boas oportunidades de crescimento e competitividade. A verdade é que o financiamento certo, no momento certo, pode impulsionar os negócios de forma sustentável.

Para garantir um crescimento sólido, é essencial conhecer o setor de atuação e entender as diferentes opções de captação disponíveis. Mas não basta apenas buscar recursos – é preciso ter um plano claro sobre a necessidade desse capital e como ele será aplicado. Sem um planejamento adequado, o financiamento pode se tornar um peso em vez de uma solução.

Momento certo para buscar recursos

Mas quando, afinal, é o momento ideal para buscar investimentos? Isso depende do cenário em que sua empresa se encontra. Se há uma grande oportunidade de expansão, como entrar em um novo mercado ou fechar um contrato estratégico, captar recursos pode acelerar o sucesso e ampliar os ganhos empresariais. Se a empresa já tem um planejamento bem estruturado de crescimento, buscar investimentos sem pressa permite negociar condições mais favoráveis. Já em momentos de crise, o acesso a capital pode ser determinante para manter a operação funcionando e evitar cortes drásticos.

Empresários que enxergam o potencial de suas empresas podem se beneficiar ao buscar capital externo, aproveitando melhor as oportunidades do mercado. Além disso, empresas que já possuem uma estratégia de crescimento bem definida conseguem captar recursos com mais segurança, reduzindo riscos e garantindo melhores condições de negociação. E, claro, para negócios que enfrentam dificuldades financeiras, um financiamento bem planejado pode ser o diferencial entre continuar no mercado ou precisar encerrar as atividades.

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Um aspecto crucial que os gestores não podem ignorar é a movimentação da concorrência. Em muitos setores, empresas que recorrem ao mercado financeiro para captar recursos fortalecem suas operações e ganham vantagem competitiva. Se os demais players não buscarem novas fontes de financiamento, a tendência é que o mercado se concentre cada vez mais nas mãos de quem souber aproveitar essas oportunidades.

Lembro de um caso emblemático que presenciei com um cliente. Em um determinado estado, as incorporadoras locais financiavam seus empreendimentos exclusivamente com capital próprio e crédito bancário, o que limitava significativamente sua capacidade de expansão. Entretanto, um novo concorrente entrou no mercado e utilizou operações no mercado financeiro, especialmente CRI (Certificados de Recebíveis Imobiliários), para levantar capital. Com caixa robusto, esse novo player adquiriu os melhores terrenos e imóveis nas áreas mais valorizadas, restringindo o crescimento das empresas locais e consolidando sua presença no setor. Esse exemplo ilustra como a falta de acesso a fontes alternativas de financiamento pode deixar boas oportunidades na mesa e comprometer a competitividade de uma empresa no longo prazo.

Existem diversas formas de captar recursos para financiar expansão, modernização e capital de giro. O financiamento bancário ainda é um dos caminhos mais conhecidos, mas exige planejamento para evitar juros altos e prazos apertados. Outra opção é o investimento próprio dos sócios, que dá total autonomia, mas pode comprometer reservas financeiras importantes.

Para quem busca um crescimento acelerado, o Venture Capital pode ser uma excelente alternativa. Esse tipo de investimento é voltado para empresas com alto potencial de escalabilidade, em que investidores injetam capital em troca de participação no negócio. Mas para atrair esse tipo de aporte, sua empresa precisa estar preparada, com um modelo de negócios inovador, escalável e um planejamento financeiro bem estruturado.

Outra possibilidade interessante, principalmente para empresas que vendem a prazo, é a antecipação de recebíveis (FIDC). Essa alternativa permite transformar valores de vendas futuras em capital imediato, ajudando na liquidez sem a necessidade de contrair novas dívidas. Além disso, estratégias como renegociação de prazos com fornecedores, redução de estoques parados e venda de ativos ociosos podem liberar recursos internos antes mesmo de buscar financiamento externo.

Empresas voltadas à inovação também podem se beneficiar de linhas de fomento oferecidas por instituições como FINEP, BNDES e Sebrae. Essas linhas de crédito, voltadas para tecnologia e pesquisa, costumam oferecer condições mais atrativas do que financiamentos tradicionais, desde que a empresa apresente um projeto sólido e viável.

Se a ideia for crescer sem recorrer a dívidas, considerar um novo sócio ou um investidor estratégico pode ser uma solução inteligente. Diferente do Venture Capital, essa estratégia envolve parceiros mais alinhados ao modelo de negócio, tornando-se uma colaboração de longo prazo. No entanto, é fundamental definir acordos claros sobre participação e responsabilidades para garantir que a parceria seja vantajosa para todos.

O maior erro que muitos empresários cometem é não explorar todas as opções disponíveis por receio do desconhecido ou por estarem acostumados a apenas um modelo de financiamento. O mercado financeiro tem diversas alternativas que podem ser ajustadas à realidade de cada empresa, permitindo um crescimento sustentável e estratégico. Com um planejamento adequado e a escolha certa da modalidade de captação, seu negócio pode acessar recursos que fazem toda a diferença para o futuro. O importante é não deixar boas oportunidades na mesa.


*Pedro de Menezes Carvalho é advogado e professor universitário com mestrado em Direito pela UFPE. Especialista em Contratos pela Harvard University e em Negociação pela University of Michigan. Advogado na área de Regulação, Negócios, Energia e Financeira. Experiência destacada na docência na UNICAP, IBMEC e PUCMinas.

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