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Desvendando a captação de recursos

Por Karla Suarez* A captação de recursos é um dos principais desafios enfrentados por empreendedores, artistas e inovadores em todo o mundo. No Brasil, onde a criatividade e o potencial de transformação social são abundantes, essa problemática é ainda mais evidente. Atualmente, apenas 20% dos projetos culturais submetidos a leis de incentivo, como a Lei […]
Karla Suarez
Karla Suarez/Foto: divulgação

Por Karla Suarez*

A captação de recursos é um dos principais desafios enfrentados por empreendedores, artistas e inovadores em todo o mundo. No Brasil, onde a criatividade e o potencial de transformação social são abundantes, essa problemática é ainda mais evidente. Atualmente, apenas 20% dos projetos culturais submetidos a leis de incentivo, como a Lei Rouanet, conseguem captar os recursos aprovados de forma integral. Já nos negócios de impacto social, cerca de 60% dos empreendedores relatam dificuldades em acessar investimento adequado para as iniciativas.

A captação de recursos é essencial para tirar projetos de impacto social, cultural e de inovação do papel, pois garante a quantia necessária para assegurar as operações, desde o desenvolvimento inicial até a implementação. No entanto, a complexidade do processo de captação de recursos e a diversidade de fontes disponíveis podem tornar a jornada mais complicada do que deveria ser. 

No caso de projetos culturais, as leis de incentivo, como a Lei Rouanet, permitem que empresas destinem uma porcentagem do imposto de renda para apoiar iniciativas. Isso pode ser utilizado para cobrir custos de produção, divulgação e eventos, sendo uma maneira eficiente de viabilizar propostas que, de outra forma, teriam dificuldades de se sustentar. Mas, ainda assim, é necessário cumprir requisitos legais e apresentar algo bem estruturado para aprovação. 

Se tratando de negócios de impacto social, existem diversas linhas de fomento, como o Fundo de Impacto Socioambiental da SITAWI e iniciativas como o InovAtiva Brasil. Esses programas oferecem recursos e apoio técnico para negócios com potencial de gerar efeito positivo na sociedade. Outra opção é buscar aceleradoras e incubadoras que fornecem capital, mentoria e uma rede de contatos estratégicos, facilitando o crescimento do projeto.

Ao iniciar um plano de captação de recursos, o primeiro passo é entender o perfil do que está sendo proposto e quais são as fontes de financiamento mais adequadas, seja por meio de investidores, leis de incentivo ou editais. A partir disso, é importante elaborar um planejamento financeiro detalhado e métodos efetivos de apresentação, como pitches ou propostas robustas.

Para conquistar a aprovação em um edital, é crucial atender a todos os requisitos estipulados, ter objetivos claros, viabilidade técnica e de finanças, além de impacto social ou cultural mensurável. Conhecer o público-alvo do edital e adaptar o plano a essas demandas também aumentam as chances de sucesso.

Por fim, as parcerias e patrocínios com organizações continuam sendo uma das formas mais eficazes de captação, especialmente no atual cenário de ESG. Empresas têm buscado projetos que possam reforçar a imagem de responsabilidade, o que cria oportunidades para programas de impacto social e inovação tecnológica. Assim, apesar dos desafios econômicos e políticos no Brasil, as chances ainda são amplas, desde que as propostas consigam se alinhar às demandas do mercado.

A captação de recursos é um processo complexo que exige planejamento e, muitas vezes, resiliência. Quando bem-sucedida, ela pode ser o catalisador que transforma ideias em realidade, impulsionando negócios que realmente fariam a diferença. É fundamental que empreendedores, artistas, investidores e formuladores de políticas trabalhem juntos para criar um ecossistema mais inclusivo e sustentável, onde o financiamento esteja disponível para aqueles que buscam beneficiar as respectivas comunidades e, consequentemente, o mundo. 

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*Karla Suarez é cofundadora da Coletiva DELAS

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