ODS: uma iniciativa para realinhar o caminho

Os ODS não são uma métrica de avaliação e mensuração de impacto social
Aurora Barros
Aurora Barros/Foto: cortesia

Por Aurora de Barros Souza*

O status social de hoje é “estou na correria”. Não está correndo é quase uma ofensa para os dias atuais. Ócio é algo criticado e malvisto, apesar de inúmeras vozes advertirem que precisamos parar, ainda que de vez em quando.

Nessa toada, desenfreia-se o consumismo, os congestionamentos, a exploração do meio ambiente pela fome de correr, de consumir, de avançar cada vez mais na competição que permeia todo este sistema de “correrias”.

No caminho apressado, nos deparamos com algumas realidades, fome, desastres ambientais já não tão naturais assim e desigualdade social em nível alarmante.

Já estamos falando das injustiças climáticas, na mesma medida em que falávamos de injustiça social, segue a trilha, o enredo, nada desconhecido.

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Firmamos nossos pés acelerados em um conformismo com o que já é conhecido e não mudamos o rumo, os consumos, os hábitos e seguimos, dando nomes a situações que teimamos em naturalizar, sob a justificativa de que estamos correndo demais para parar e refletir sobre o que estamos fazendo das nossas vidas e com o ambiente em que vivemos.

Dessa reflexão, feitas por alguns, inúmeras são as iniciativas para realinhar o caminho. Entre elas, os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.

ODS

Os ODS não são uma métrica de avaliação e mensuração de impacto social, entretanto eles ajudam empresas, projetos e organizações a criarem um norte para as ações, considerando esses objetivos e indicadores.

Os ODS estão buscando um mesmo fim que é mudar positivamente, de certa forma, a realidade de uma sociedade, melhorando seu dia a dia, vida, sustentabilidade, economia e podem servir de base para um projeto de implantação da Agenda ESG (Environmental, Social and Governance) que atua diretamente no sentido de responsabilidade social de cada organização de forma interna e externa.

Para os dias atuais, uma organização desenvolver em seu planejamento estratégico ações de ESG é, acima de tudo, um dever social e ambiental. Mas para além disto, é criar as condições adequadas de dignidade no trabalho, atenção com o meio ambiente e estratégia de governança, visando perenidade e crescimento.

Agenda para organizações

Trata-se de uma agenda que retorna positivamente para toda e qualquer organização, seja sob a forma de economia ou entrega social, devolvendo ao meio ambiente os recursos extraídos para que a organização exista, de forma a garantir o seu impacto positivo no mundo.

Pelo que se observa do contexto atual e internacional, ESG é estratégico para o mundo em que vivemos. É um excelente remédio para não parar, e aqui não estou falando em parar a correria do dia a dia, mas ESG é o remédio para que o coração não pare!

O coração das organizações, da sociedade e do meio ambiente. Hoje tudo está conectado e trabalhar o ambiente, o social e a governança é cuidar do coração das organizações (públicas e privadas), da sociedade e do meio ambiente. Esse, hoje, é o core business que sustentará as organizações, no presente e no futuro.

Fugir desta realidade é ser revel em um processo que não tem vencedores, apenas sobreviventes.

ODS

*Aurora de Barros Souza é advogada, auditora-líder em Compliance, Membro de OCCA Olinda Creative Community Action, Coordenadora e Professora MBA em Compliance e ESG e Mestra em indústrias Criativas

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