A água nos une, o clima nos move

Até 2030, o ODS 6 propõe melhorar a qualidade da água, com ações concretas.
Rafaela Viana
Rafaela Viana

Por Rafaella Viana*

No Dia Mundial da Água, celebrado neste 22 de março, é imprescindível que todas as pessoas e instituições constituídas, seja no âmbito público ou privado, reflitam sobre a importância do recurso natural finito que permite a vida na Terra. A água desempenha papel fundamental em diversos aspectos do nosso cotidiano, sendo essencial para a manutenção da saúde coletiva e para o desenvolvimento socioambiental e econômico. É um conceito que ultrapassa as barreiras linguísticas e culturais que precisa ser absorvido nos cinco continentes do globo. No Brasil, a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) lança, neste dia, a campanha “A água nos une, o clima nos move”, instituindo uma frente nacional em consonância com a nova ordem mundial.

A maioria dos organismos vivos depende da água para realizar suas funções vitais, como a hidratação e o transporte de nutrientes. Além disso, o líquido garante a manutenção da temperatura corporal, sendo um elemento imprescindível para o equilíbrio biológico. A preservação dos rios e nascentes, assim como a conscientização geral sobre a responsabilidade de todos em relação a esse recurso natural, são de grande importância para a sustentabilidade do planeta.

As contribuições individuais e corporativas para a preservação da água são essenciais para garantir a sobrevivência das gerações futuras. O reuso da água é uma prática que pode ser adotada em pequena e grande escala, tanto em casa quanto no ambiente de trabalho, contribuindo para a redução do consumo e a conservação dos recursos hídricos. Por sua vez, as empresas também podem investir em tecnologias de reuso e em sistemas de captação de água da chuva, para funcionamento do maquinário, entre tantas outras tarefas corporativas.

Inúmeras atividades dependem do recurso hídrico, como a agricultura, a indústria e o setor energético. A agricultura, por exemplo, é intensamente dependente da água para a produção de alimentos. Já a indústria a utiliza em processos de fabricação e de refrigeração. E, não podemos esquecer que a água é uma das principais matrizes energéticas de diversos países, a exemplo do Brasil, da China, do Canadá, dos Estados Unidos e da Rússia, as cinco maiores nações em extensão territorial.

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De acordo com o Fundo Mundial para a Natureza (WWF – World Wide Fund For Nature, apenas 3% de todos os recursos hídricos existentes no globo são de água doce própria para consumo. Para dificultar ainda mais a situação, desse pequeno percentual, a maior parte encontra-se nas geleiras e em lençóis freáticos. Por sorte, o Brasil tem a maior reserva mundial de água potável, com cerca de 12% do montante total, o que não necessariamente livra o país de sofrer com a falta desse importante recurso natural se não forem implementadas medidas urgentes para combater os gases de efeito estufa.

Escassez de água

A escassez de água é um problema global que afeta milhões de pessoas em todo o mundo. Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), cerca de 2,2 bilhões de pessoas não têm acesso a serviços de água potável gerenciados com segurança. Isso impacta diretamente à saúde dessas populações, aumentando os riscos de doenças e comprometendo o desenvolvimento socioeconômico.

Diante desse cenário, é urgente a adoção de práticas sustentáveis, reforçando a conscientização sobre a importância da preservação desse recurso e a adoção de medidas para p seu uso consciente. Ações simples no nosso cotidiano, como fechar a torneira enquanto ensaboamos as mãos e utilizar a água da chuva para regar plantas, entre outras inúmeras possibilidades, pode fazer uma grande diferença na preservação de um bem tão precioso.

Para isso, os governos devem investir em programas que promovam o acesso universal à água potável e ao saneamento básico. Essas ações visam garantir a distribuição equitativa à água potável e ao saneamento até 2030, de acordo o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 6 da Organização das Nações Unidas, o qual o Brasil é signatário. Compreender a importância desse programa é essencial para garantir a saúde e o bem-estar da população, bem como para o desenvolvimento sustentável dos países.

Ao implementar políticas públicas e privadas para atender o ODS 6, a sociedade contribuirá para a melhoria da saúde e a qualidade de vida das pessoas, além de garantir a preservação dos recursos hídricos e a construção de um futuro mais sustentável. Até 2030, o ODS 6 propõe melhorar a qualidade da água, com ações concretas para redução da poluição, eliminando despejo e minimizando a liberação de produtos químicos e materiais perigosos nos cursos d’água. Outra meta primordial é aumentar, substancialmente, a reciclagem e reutilização segura em todos os cantos do planeta.

É uma tarefa árdua, mas imprescindível para garantir a nossa sobrevivência. Que o dia de hoje possa ser a mola propulsora necessária para que o mundo se conscientiza que não há mais tempo a perder. É preciso acelerar o passo e isso pode começar em nossa própria casa. Viva o Dia Mundial da Água! Viva a biodiversidade do planeta Terra!

*Rafaella Viana é representante em Pernambuco do ICLEI América do Sul – Governos Locais para a Sustentabilidade em Pernambuco e Infraestrutura Portuária, conselheira ESG do Brasil Export e diretora-executiva da 3R Soluções  Ambientais Inteligentes

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