O papel do G20 no enfrentamento dos desafios globais

Além da economia e do meio ambiente, o G20 tem um papel vital a desempenhar na promoção da igualdade e da inclusão global.
Hugo Garbe
Hugo Garbe/foto: divulgação

Por Hugo Garbe*

Conforme nos aproximamos de mais uma cúpula do G20, as expectativas se tornam altas para que os líderes globais apresentem soluções concretas e ações coordenadas que abordem os problemas mais prementes do nosso tempo. A pandemia de COVID-19, em particular, destacou a necessidade de uma cooperação internacional mais forte e eficaz, não apenas para combater crises de saúde global, mas também para garantir a recuperação econômica de forma inclusiva e sustentável. 

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A resposta do G20 à pandemia ilustra tanto seus pontos fortes quanto suas limitações. Por um lado, o grupo comprometeu-se a mobilizar recursos substanciais para apoiar a economia mundial, facilitar o comércio internacional e fornecer financiamento para o desenvolvimento de vacinas. Por outro lado, a pandemia também expôs diferenças significativas entre os membros do G20 em termos de capacidades de resposta à saúde, políticas econômicas e prioridades estratégicas, o que, por vezes, dificultou uma ação coordenada. 

A crise climática é outro teste crítico para a eficácia do G20. Com os membros do grupo responsáveis por uma grande parte das emissões globais de carbono, a sua capacidade de chegar a um consenso sobre a redução de emissões, o financiamento de tecnologias limpas e o apoio à transição energética em economias em desenvolvimento é fundamental para o futuro do planeta. As recentes cúpulas têm visto promessas renovadas e compromissos para combater a mudança climática, mas a implementação efetiva desses compromissos permanece um desafio significativo. 

Papel vital do G20

Além da economia e do meio ambiente, o G20 tem um papel vital a desempenhar na promoção da igualdade e da inclusão global. Isso inclui esforços para reduzir a desigualdade econômica entre e dentro dos países, melhorar o acesso à educação e à saúde, e garantir que os benefícios do crescimento econômico e da inovação tecnológica sejam compartilhados mais amplamente. 

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O G20, com sua capacidade de reunir as principais economias do mundo, tem um papel fundamental na formulação de políticas que moldam o futuro econômico e social global. No entanto, para manter sua relevância e eficácia, o grupo deve abordar críticas sobre sua representatividade e processo de tomada de decisão, enfrentar as divisões internas com uma visão unificada e, acima de tudo, agir com urgência para enfrentar os desafios globais com soluções globais. À medida em que o mundo continua a enfrentar crises interconectadas, a necessidade de uma liderança coletiva e decisiva nunca foi tão crítica. O G20 tem a oportunidade, e a responsabilidade, de liderar esse esforço.

*Hugo Garbe, Professor Doutor de Ciências Econômicas do Centro de Ciências Sociais e Aplicadas (CCSA) da Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM)

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