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Energia começa a voltar na Europa, mas apagão ainda assombra autoridades

Brasileiros e europeus relatam dificuldades provocadas pelo apagão que atingiu principalmente a Península Ibérica, com filas, falta de comunicação e serviços suspensos
Supermercados em Portugal apagão desabastecimento
Durante o apagão, redes de supermercados em Portugal tiveram estoques de água todos vendidos. Foto: X/Reprodução

O fornecimento de energia elétrica começou a ser restabelecido na Europa após o apagão que atingiu gravemente a Península Ibérica no final de abril de 2025. A Red Eléctrica, operadora da rede de transmissão espanhola, iniciou o processo de energização da rede de forma faseada, conectando gradualmente os grupos geradores e sincronizando as chamadas “ilhas” de energia para evitar novos colapsos. A previsão é que o processo, considerado complexo, leve entre seis e dez horas para ser concluído. Partes da França, Andorra, Finlândia, Países Baixos, Itália e Suíça também ficaram sem luz.

Em paralelo, o governo da Espanha reativou usinas de ciclos combinados e centrais hidrelétricas em diferentes regiões do país para aumentar a oferta e acelerar a normalização. Portugal também mobilizou suas autoridades e informou que o fornecimento de energia será restaurado nas próximas horas, conforme comunicado oficial divulgado nesta segunda-feira (28).

Como parte da estratégia de contenção, Espanha e Portugal recorreram às interconexões internacionais, recebendo apoio energético da França e do Marrocos. As autoridades ressaltaram que esta integração é fundamental para estabilizar a rede elétrica e minimizar os impactos nas áreas mais afetadas.

Impactos do apagão na vida da população

Apesar do restabelecimento gradual, a população continua enfrentando dificuldades. Relatos indicam filas em supermercados, interrupções em serviços bancários e limitações no transporte público. Em Madri, brasileiros como Lúcio Dias, residente há oito anos na cidade, descreveram a formação de filas nos mercados, com consumidores tentando antecipar possíveis novas interrupções.

O transporte público sofreu paralisações parciais, afetando principalmente o funcionamento de metrôs e trens suburbanos. Muitos passageiros ficaram presos nos túneis até serem resgatados pelas equipes de emergência. Hospitais acionaram geradores para manter a assistência médica, e aeroportos suspenderam temporariamente suas operações.

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Além dos mercados, estabelecimentos como farmácias e padarias enfrentaram escassez de produtos e instabilidade nos sistemas de pagamento. Nas regiões centrais de Madri e Lisboa, a falta de energia provocou a suspensão de serviços de internet móvel e fixa, dificultando a comunicação entre a população e os serviços de emergência. O comércio de rua, já afetado por restrições anteriores, registrou perdas adicionais com o fechamento forçado de lojas e restaurantes.

Ações emergenciais e apoio internacional

Para coordenar a resposta à crise, os governos da Espanha e de Portugal convocaram reuniões emergenciais. O Ministério do Interior da Espanha declarou estado de emergência em regiões como Madri, Andaluzia e Extremadura, assumindo o controle da segurança pública e garantindo a operação de serviços essenciais.

A Ucrânia ofereceu apoio técnico à Europa, com a intenção de compartilhar a experiência adquirida na gestão de redes elétricas sob ataques a infraestrutura. As autoridades europeias também pediram que a população se informasse apenas pelos canais oficiais, buscando conter rumores e evitar pânico.

As investigações sobre a origem do apagão continuam. Operadoras de energia e órgãos de segurança cibernética analisam hipóteses técnicas e a possibilidade de ataques cibernéticos, mas até o momento não há confirmação oficial sobre as causas.

Em paralelo, as autoridades de defesa cibernética dos dois países intensificaram a vigilância em suas infraestruturas críticas, aplicando protocolos preventivos e auditando sistemas de controle remoto. Empresas privadas foram orientadas a adotar medidas adicionais de segurança, como a instalação de sistemas manuais de operação e redundâncias energéticas para atividades essenciais.

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