
A prefeitura de São Miguel dos Campos, que fica a 53 quilômetros de Maceió, comunicou que vai cancelar o São João este ano no município. A decisão, segundo comunicado divulgado na noite de segunda-feira (2), tem como base recomendação do Ministério Público do Estado de Alagoas e a falta de recursos para viabilizar o evento.
Na nota, a prefeitura disse que reconhece que a decisão de cancelar as festividades vai trazer impactos para a economia e cultura do município, mas que o cenário de crise motivou a gestão a realizar escolhas que eles consideram responsáveis.
“Não podemos permitir a interrupção do transporte universitário para mais de 1.100 estudantes, nem a falta de cestas básicas para mais de 4 mil famílias em situação de vulnerabilidade”, diz um trecho do comunicado.
São Miguel dos Campos é uma das cidades de Alagoas que possui uma das festas mais tradicionais no estado. Anualmente, os shows e outros eventos movimentam a cidade no mês de junho.
Na edição de 2024, o município realizou shows no palco principal e atrações com grupos de quadrilha e espaço cenográfico. Entre as atrações nacionais, a cidade recebeu shows de Bell Marques, João Gomes, Calcinha Preta, Tarcísio do Acordeom e outros nomes locais.
Cidades cancelaram São João por conta das chuvas
Além de São Miguel dos Campos, as cidades de Rio Largo e Satuba também anunciaram na semana passada o cancelamento da programação de festejos juninos.
Nestas duas cidades o motivo para o cancelamento foram as chuvas que causaram estragos e deixaram pessoas desalojadas. O Ministério Público de Alagoas também emitiu recomendação aos gestores das duas cidades para evitar gastos com festas e que os recursos fossem alocados na recuperação de áreas afetadas pelas chuvas.
Essas cidades também tiveram decreto de emergência reconhecido pelo Governo de Alagoas, com validade de 180 dias.
O município de Satuba chegou a enviar ao MPE um ofício relatando diversos problemas, como obstrução de galerias pluviais, abertura de uma cratera em uma via em um dos maiores conjuntos habitacionais do município, entre outros problemas ocasionados pelas fortes chuvas que atingiram o município.
“Temos a constatação de que o período de fortes chuvas afetou a cidade de Satuba no tocante à infraestrutura, foi divulgado, inclusive, pela mídia local, e não se concebe o município numa situação de dificuldades, decretada pelo próprio chefe do poder executivo, que se tenha gastos públicos com festas, enquanto a necessidade é socorrer as pessoas atingidas pelas chuvas, e seja dado o devido encaminhamento e tomadas de providências a respeito da cratera que se abriu devido o volume de águas em galeria pluvial, carecendo de reparos”, argumentou na recomendação o promotor de Justiça Magno Moura.
A cidade de Rio Largo emitiu nota nesta sexta-feira (30) informando que também acatou a recomendação feita pelo MP alagoano. O prefeito do município, Carlos Henrique, afirmou que a decisão era difícil, mas necessária diante da situação emergencial enfrentada pela cidade.
“A decisão segue recomendação do Ministério Público de Alagoas e tem como objetivo priorizar ações emergenciais, como o apoio às famílias afetadas, recuperação de áreas danificadas e investimentos em infraestrutura, assistência social e prevenção. Nosso foco, especialmente neste momento, é cuidar da população e reconstruir Rio Largo com responsabilidade e compromisso”, informa trecho de nota divulgada pelo município.
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