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Saques na poupança abrem crise silenciosa no financiamento de imóveis

Nos últimos quatro anos, a caderneta de poupança apresentou saídas líquidas consecutivas, totalizando um aproximadamente R$ 242 bilhões
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Saques na poupança chegam a R$ 242 bilhões em quatro anos /Imagem criada por IA Movimento Econômico

A crise silenciosa no financiamento habitacional começa a ocupar lugar no centro do debate econômico. Com a retração nos depósitos da caderneta de poupança — principal fonte de funding do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) —, o setor imobiliário enfrenta um desafio estrutural. Esse movimento reflete uma tendência de migração dos investidores para aplicações mais rentáveis, especialmente em um cenário de juros elevados.

Na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, na última segunda-feira, o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, foi enfático ao afirmar que a queda nos depósitos da poupança é estrutural, e não conjuntural. A percepção indica que não se trata de um fenômeno passageiro, mas sim de uma mudança permanente no comportamento dos poupadores, que migram para ativos mais rentáveis diante da baixa atratividade da caderneta.

Ontem, quarta-feira (23), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, admitiu: “Estamos devendo uma solução de crédito secundário para o mercado imobiliário no Brasil”.

Saques na poupança

Nos últimos quatro anos, a caderneta de poupança no Brasil apresentou saídas líquidas consecutivas, totalizando um resgate acumulado de aproximadamente R$ 242 bilhões.

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Dado do Banco Central

Apesar de 2024 ter registrado a menor retirada desde 2020, a redução desses recursos pressiona o setor a buscar alternativas para sustentar o crédito.

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O mercado secundário de crédito imobiliário, apontado por Haddad, seria uma saída para a crise, já que permite que os bancos e instituições financeiras vendam os contratos de financiamento habitacional que já concederam. Esses contratos são transformados em títulos financeiros, como os Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI) ou as Letras Imobiliárias Garantidas (LIG), e negociados no mercado de capitais.

Em outras palavras, os bancos “empacotam” os financiamentos que já concederam, transformam em papéis (títulos) e vendem para investidores. Com isso, os bancos recuperam o dinheiro que emprestaram e podem emprestar novamente para novos mutuários, sem depender apenas da poupança para financiar novos créditos

No Brasil, esse segmento é incipiente, ao contrário do que ocorre em países como os Estados Unidos, onde securitizações lastreadas em hipotecas sustentam parte relevante da dinâmica habitacional. A ausência dessa estrutura robusta por aqui torna o setor dependente de fontes limitadas e vulneráveis a variações de captação.

O próprio governo tem buscado alternativas. Uma delas é o crédito consignado privado, lançado recentemente com a proposta de ampliar garantias e reduzir spreads. Segundo Haddad, a nova linha chegou a oito milhões de operações em apenas um mês, enquanto o modelo tradicional levou duas décadas para atingir 40 milhões.

A transição para um novo modelo de funding será gradual, mas é inevitável. A modernização passa por criar um ambiente de maior segurança jurídica, estímulo à emissão de instrumentos como LIGs e CRIs, e fortalecimento do mercado de capitais. O desafio é garantir que a transformação ocorra sem gerar desequilíbrios no acesso à moradia, sobretudo nas faixas de menor renda. Afinal, sem crédito, o déficit habitacional tende a se agravar — e, com ele, as desigualdades.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, desenhou nova proposta para remodelagem do Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos (Perse). Foto José Cruz/Agência Brasil.
Fernando Haddad: devendo solução/ Foto: José Cruz/Agência Brasil.

Voepass
A companhia aérea Voepass protocolou pedido de recuperação judicial na última segunda-feira, 22 de abril, após a suspensão de suas atividades pela ANAC. A medida visa reorganizar seus compromissos financeiros e fortalecer sua estrutura de capital.

Minerais críticos
O Brasil terá ainda este ano uma política nacional para minerais estratégicos à transição energética, como lítio, nióbio e terras raras. O anúncio foi feito pelo ministro Alexandre Silveira durante o Summit Valor Econômico Brazil-China 2025, em Xangai. A medida visa atrair investimentos e fortalecer a relação com a China, principal compradora do minério brasileiro. A proposta inclui segurança regulatória e licenciamento ambiental mais ágil, com foco em produção sustentável.

Gestão de imóvel de temporada
A construtora Rio Ave firmou parceria com a Carpediem Homes, empresa especializada em gestão de aluguéis de temporada. Além de oferecer a gestão do imóvel, uma equipe própria de arquitetos da Carpediem desenvolve o serviço de ambientação, inclusive com mobiliário, agilizando o giro dos negócios para o investidor.

ABRH-PE
A Associação Brasileira de Recursos Humanos de PE (ABRH-PE) promove nesta quinta (24), das 8h às 12h30, o Fórum Felicidade, Saúde & Bem-Estar. O encontro acontece no auditório do Empresarial Moura Dubeux, no Pina.

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