Região onde teria surgido a primeira mistura de água, cevada e lúpulo do Brasil – no Recife em 1641, produzida por Dirck Dicx, holandês que veio com a comitiva de Maurício de Nassau – o Nordeste registrou crescimento de apenas 1,7% no número de cervejarias em atividade em 2023. São 122 estabelecimentos, entre cervejarias artesanais, microcervejarias, nanocervejarias, craft brewerys e brewpubs, dois a mais do que no ano anterior.
Foi o menor crescimento regional, segundo o Anuário da Cerveja no Brasil, produzido pela Secretaria de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Divulgado nesta semana, o documento institucional apresenta dados estatísticos relativos ao registro de estabelecimentos e produtos junto ao órgão, bem como de importação e de exportação.
A Bahia lidera no Nordeste em número de cervejarias (29) e cidades onde elas estão instaladas (17). Completam o pódio o Ceará, com 22-12 e o Rio Grande do Norte, com 20-9. Pernambuco ficou em quarto lugar, com 14-8. A lista segue com Maranhão (12-9), Paraíba (8-5), Alagoas (6-3), Piauí (6-2) e Sergipe (5-2).
Ao todo, o Brasil tem 1.847 cervejarias registradas, com crescimento de crescimento de 6,8% em relação ao ano de 2022 graças à entrada em atividade de mais 118 novas produtoras. O Sudeste, com São Paulo à frente, lidera em número de estabelecimentos (856), abrigando quase metade das fabricantes desta bebida no país (46,3%).
A região Sul vem em segundo, com 731, a maioria no Rio Grande do Sul, estado com 335 estabelecimentos e que teve acréscimo de 25 novas cervejarias em relação a 2022, crescimento de 8,1% e maior aumento absoluto. O RS era a unidade da federação mais bem servida com cervejarias, com um estabelecimento para cada 32.486. Com o impacto das enchentes, esta linha de produção deve ser profundamente impactada.
No Nordeste, o destaque da região no Anuário da Cerveja no Brasil é Fortaleza. A capital cearense foi a única da região que figura na lista de cidades brasileiras com 10 ou mais cervejarias registradas, abrigando 11 estabelecimentos, o que se equivale a 50% das cervejarias do estado.
Já a cidade de Monte das Gameleiras, no Rio Grande do Norte, está 18ª posição entre as maiores “densidades cervejeiras” do país, com seus 2.364 habitantes atendidos pelo estabelecimento local, a cervejaria Entre Serras. No outro extremo, a das menores “densidades cervejeiras” do país, encontra-se Salvador, com apenas uma cervejaria registrada para um total de 2.900.319 habitantes.
Por estado da região, Maranhão e Ceará tiveram crescimento de 20% e 10%, respectivamente, com 12 estabelecimentos no primeiro e 22 no segundo. Rio Grande do Norte (20), Pernambuco (14), Paraíba (8), Piauí (6) e Sergipe (5) mantiveram em 2023 o mesmo número de cervejarias registradas que apresentavam em 2022.
Já Bahia (29) e Alagoas (6) apresentaram diminuição do número de estabelecimentos
registrados, com decréscimo de 3,3% e 14,3%, respectivamente. Em ambos os estados,
houve o decréscimo de um estabelecimento registrado em relação ao ano anterior.
O Piauí mantém-se como o estado com menor dispersão de cervejarias, possuindo estabelecimentos registrados em somente 0,9% de seus municípios. A Bahia foi o único estado com redução da dispersão de cervejarias registradas, passando de 18 municípios com ao menos um estabelecimento registrado em 2022 para 17 municípios em 2023.
Cerveja por moradores
O Brasil possui uma cervejaria registrada para cada 109.952 habitantes. Em 771 municípios brasileiros há pelo menos uma cervejaria, o que representa um aumento da dispersão em 6,8% se comparado a 2022, quando havia ao menos uma cervejaria em 722 municípios brasileiros.
O Brasil possui 45.648 registros de produtos em cervejaria e tem 60.334 marcas de cerveja. No Nordeste, a Bahia lidera com 371 registros e 404 marcas próprias. O Rio Grande do Norte vem com 301 registros e 356 marcas, seguido por Ceará (244-256), Alagoas (166-190), Paraíba (151-156), Pernambuco (151-156), Maranhão (100-124), Sergipe (75-89) e Piauí (51-51).
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