O salário per capita dos Estados do Nordeste é menor do que o nacional

O rendimento (salário) domiciliar per capita dos Estados do Nordeste é menor do que o nacional, segundo informações da PNAD Contínua do IBGE. No País, o rendimento domiciliar per capita mais baixo é o do Maranhão, conhecido como um dos Estados mais pobres do País. No entanto, três das maiores economias da região, como Pernambuco, […]
A retomada do turismo melhorou o rendimento per capita médio do Rio Grande do Norte em 2023, segundo o economista da Fecomércio-PE, Rafael Lima. Foto: Fernando Chiriboga/Secretaria de Turismo do RN

O rendimento (salário) domiciliar per capita dos Estados do Nordeste é menor do que o nacional, segundo informações da PNAD Contínua do IBGE. No País, o rendimento domiciliar per capita mais baixo é o do Maranhão, conhecido como um dos Estados mais pobres do País. No entanto, três das maiores economias da região, como Pernambuco, Bahia e o Ceará ocupam, respectivamente, o quarto, quinto e sexto menores rendimentos domiciliar per capita do Brasil.

“Estes números mostram um retrato da desigualdade do Brasil. Todos os Estados do Norte e Nordeste estão abaixo do rendimento domiciliar per capita nacional. É uma evidência da desigualdade. E mostra a importância de desenvolver políticas públicas para estas regiões”, explica o economista da Fecomércio-PE, Rafael Lima. Os 16 Estados que apresentaram o salário médio per capita abaixo do nacional estão no Nordeste, Norte e Centro-Oeste. Todos os Estados do Sul e Sudeste apresentaram salário médio per capital acima do nacional em 2023.

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O rendimento médio per capita do Brasil foi de R$ 1893 em 2023 e representou16,5% a mais do que em 2022. Ainda no ano passado, o menor rendimento per capita do País ficou em R$ 945 no Maranhão. Este valor é menos do que o salário mínimo vigente em 2023, que era R$ 1320. No Nordeste, somente dois Estados apresentaram, no ano passado, rendimento médio per capita maior do que o salário mínimo: Rio Grande do Norte com R$ 1373 e Piauí com R$ 1342. Pernambuco apresentou o rendimento médio per capita de R$ 1.113, embora tenha registrado um aumento de 10,2% sobre a media de salário per capita domiciliar de 2022.

Para Rafael Lima, esses resultados refletem uma necessidade urgente de ações políticas e econômicas voltadas para o fortalecimento do mercado de trabalho e o aumento do rendimento da população pernambucana, além de prever mais desafios econômicos para Pernambuco, impactando diretamente no padrão de vida da população. “A principal justificativa para esse comportamento foi a alta taxa de desemprego no ano de 2023. Nesse ano, 13,4% da população economicamente ativa estava desempregada, ultrapassando a média nacional de 7,9%. Portanto, para esse cenário mudar, é necessário um incremento no mercado de trabalho para que a população aumente o rendimento domiciliar e melhore o consumo e a economia pernambucana”, resume Rafael Lima.

Segundo Rafael Lima, o principal motivo do salário médio per capita ser baixo no Nordeste é o desemprego e o fato dos Estados da região serem líderes na taxa de desocupação. “Pernambuco e Bahia ocuparam, em 2023, primeiro e segundo lugar no desemprego. E o acesso ou não ao mercado de trabalho influencia a renda da população”, comenta Rafael. E acrescenta: “É urgente medidas para fortalecer o mercado de trabalho e aumentar o rendimento da população”, ressaltando a importância de políticas públicas para o desenvolvimento econômico do Nordeste.

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No NE, o destaque no salário médio foi o RN

O Rio Grande do Norte foi a melhor posição no rendimento médio per capita do Nordeste em 2023 com R$ 1373, embora seja o 12º menor rendimento em todo o País. “Aí existem duas linhas de pensamento que justificam isso. Primeiro, a população do Rio Grande do Norte é pequena (comparando com outros Estados mais populosos) e ocorreu, em 2023, uma forte retomada do turismo lá e isso ajudou na melhoria da renda”, explica Rafael. O turismo foi um setor muito prejudicado pela pandemia e quando aquece gera muito trabalho nos mais diversos serviços.

Para calcular, o rendimento domiciliar per capita médio, de uma maneira grosseira, se divide todo o Produto Interno Bruto (PIB) pela população. O RN tem petróleo, gera muita energia eólica e também é um exportador de fruta, além de ter o turismo muito bem estruturado em Natal e nas praias, com roteiros mundialmente conhecidos, como Pipa.

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