O Terminal de Regaseificação de Gás Natural Liquefeito (Regás) vai investir R$ 80 milhões este ano na segunda etapa da sua implantação no Porto de Suape. Esta nova fase começa este mês e deve ser concluída entre 10 e 14 meses. A empresa vai entrar em fase operacional no final do primeiro semestre de 2025. O empreendimento vai receber um investimento de R$ 1,8 bilhão.
É um empreendimento importante para o Estado, porque vai tirar Pernambuco da dependência do gás natural que chega por gasodutos e possui uma oferta limitada. O Regás vai trazer, do exterior, o Gás Natural Liquefeito (GNL) numa embarcação tipo Floating Ship Regaseification (FSRU), que transporta, armazena e faz a regaseificação do GNL.
“Vamos ser o primeiro terminal do Brasil com acesso a terceiros, usando a capacidade pra atender demandas e compartilhando a infraestrutura”, resume o diretor Executivo da OnCorp, João Mattos. Gerlamente, nos empreendimentos em que a infraestrutura é compartilhada, o bem ou serviço adquirido fica mais barato.
O terminal terá a capacidade de regaseificar 12 milhões de metros cúbicos diariamente. Uma parte do gás que será regaseificado será destinado à própria Shell e também a Termopernambuco, uma térmica do Grupo Neoenergia instalada em Suape.
Tanto a primeira etapa da obra como a segunda consistiram em recuperar as estruturas do píer do Cais de Múltiplo Uso (CMU) do Porto de Suape, que será usado nas operações do terminal. Até agora, foram investidos R$ 10 milhões nas obras, do total de R$ 300 milhões a serem empregados neste tipo de ativo.
Todos os investimentos são bancados pela Shell e On Corp. Em março próximo, vem uma comitiva da Shell vistoriar a obra e encontrar com representantes do governo do Estado.
Futuros negócios do Regás
O Regás já fez um chamamento para quem deseja ter capacidade no terminal. “Vamos estratificar os interesses”, diz João Mattos. O terminal está de olho em várias possibilidades de negócios, incluindo a de se tornar uma fornecedora para a Companhia Pernambucana de Gás (Copergás). “Com o acesso ao GNL, a Copergás pode diversificar o seu portfolio no fornecimento de grandes clientes”, diz João Mattos.
O empreendimento também pretende disputar futuras concorrências, como algumas chamadas que provavelmente serão abertas pela Copergás como o fornecimento de gás para cidades como Petrolina, Garanhuns e até fornecer gás para a região do Araripe, que queima muita lenha nos seus fornos e uma parte dela é totalmente irregular. “É um mercado consumidor importante. Se fosse oferecida uma linha de crédito pela Adepe ajudaria os empresários a adotar o gás natural”, afirma João Mattos.
O terminal vai trazer GNL que será regaseificado no próprio navio que é transportado, do tipo FSRU, que será conectado por gasodutos à Estação de Transferência de Custódia (ETC), para posterior distribuição pela rede que liga o porto às cidades do Grande Recife. A operação ocorre de navio para navio. O GNL vai vir dos Estados Unidos, Trinidad Tobago e um país da África.
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