Considerado a nova fronteira energética do mundo, o Nordeste expande a produção de energia eólica e já responde por 90% de toda a produção no país, o que amplia o interesse de players de todo o planeta, como Engie e Qair (ambas da França), Petrobras (Brasil), Iberdrola (Espanha) e PAE (Argentina), que já estão construindo parques geradores na região, com investimentos na casa dos bilhões. Atento a esse cenário, o setor industrial na região começa a se mostrar cada vez mais interessado em utilizar essa fonte renovável em seus processos.
De acordo com pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI), 35% das lideranças industriais da região têm muito interesse ou algum interesse em investir e adotar a energia eólica na produção fabril.
Como seria previsível diante do clima de corrida do ouro que marca o avanço da geração eólica na região, o percentual de indústrias no Nordeste que estão de olho em energia a partir dos ventos é bastante superior ao das indústrias nas demais regiões e à média nacional (13%).
Para se ter uma ideia, na segunda região mais interessada, o Sudeste, o percentual é de apenas 15%. No Sul e Norte/Centro-Oeste, essa disposição não passa de tímidos 4%.
CNI confere interesse em energia eólica de olho na COP 28
A divulgação da pesquisa da CNI ocorre a uma semana do início da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP28), que vai acontecer em Dubai (Emirados Árabes). Uma missão organizada pela confederação – e integrada por vários grupos industriais do Brasil que já têm cases de investimento em energia eólica – vai participar do evento, considerado o mais importante do setor em todo o mundo.
O objetivo da participação é mostrar como o setor vem se mobilizando para aproveitar o potencial eólico do Brasil na descarbonização da economia, além de conhecer as experiências de indústrias de outros países, que vêm adotando essa mesma alternativa na transição energética.
O estudo da CNI foi realizado pelo Instituto de Pesquisa de Reputação e Imagem (IPRI), da FSB Holding, com base em uma pesquisa telefônica com 1.004 executivos do setor industrial, conduzida entre os dias e 3 e 20 de novembro.
BA e RN brigam pela liderança em energia eólica no NE
A energia eólica na Bahia, vice-líder nacional em capacidade instalada com atuais 6 gigawatts (GW), terá investimentos de R$ 71,4 bilhões em implantação de novos complexos de 2023 a 2029. Esses projetos vão agregar 11,8 GW, elevando a potência para 17,8 GW e consolidando o estado na briga com o Rio Grande do Norte pelo primeiro lugar do setor no Brasil. O mercado potiguar soma capacidade instalada de 7,4 GW, com 240 parques em operação.
De acordo com o secretário de Desenvolvimento Econômico da Bahia, Angelo Almeida, 67 empreendimentos, orçados em R$ 15,7 bilhões e com capacidade total de 2,7 GW, estão em construção no parque gerador eólico local.
Outros 217 projetos, que somam aportes de R$ 55,7 bilhões, têm previsão de início de construção nos próximos anos e vão acrescentar 9,17 GW de capacidade, já outorgada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Tanto os complexos em implantação como os que ainda vão entrar na fase de obras estão com a ativação programada para os próximos cinco anos.
O estado tem hoje 312 parques eólicos em operação, espalhados em diversas regiões com jazidas de vento privilegiadas, dos quais 18 foram inaugurados nos últimos dois anos.
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