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Energia eólica: BA atrai R$ 71,4 bi

Energia eólica, que tem a Bahia como vice-líder nacional em capacidade instalada, registra forte expansão no estado que consolida rivalidade pelo primeiro lugar no país com o Rio Grande do Norte
Energia eólica terá investimentos superiores a R$ 70 bilhões na Bahia
Energia eólica pode atrair outros R$ 101 bilhões em investimentos em fase de estudos e desenvolvimento, segundo o secretário Angelo Almeida/Foto: SDE BA (Divulgação)

A energia eólica na Bahia, vice-líder nacional em capacidade instalada com atuais 6 gigawatts (GW), terá investimentos de R$ 71,4 bilhões em implantação de novos complexos de 2023 a 2029. Esses projetos vão agregar 11,8 GW, elevando a potência para 17,8 GW e consolidando o estado na briga com o Rio Grande do Norte pelo primeiro lugar do setor no Brasil. O mercado potiguar soma capacidade instalada de 7,4 GW, com 240 parques em operação.

De acordo com o secretário de Desenvolvimento Econômico da Bahia, Angelo Almeida, 67 empreendimentos, orçados em R$ 15,7 bilhões e com capacidade total de 2,7 GW, estão em construção no parque gerador eólico local.

Outros 217 projetos, que somam aportes de R$ 55,7 bilhões, têm previsão de início de construção nos próximos anos e vão acrescentar 9,17 GW de capacidade, já outorgada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Tanto os complexos em implantação como os que ainda vão entrar na fase de obras estão com a ativação programada para os próximos cinco anos.

O estado tem hoje 312 parques eólicos em operação, espalhados em diversas regiões com jazidas de vento privilegiadas, dos quais 18 foram inaugurados nos últimos dois anos.

Energia eólica: potencial chega a R$ 101 bilhões

O secretário de Desenvolvimento estima que outros R$ 101 bilhões em investimentos no setor podem ser anunciados até o final desta década, contemplando em torno de 413 empreendimentos.

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Essa projeção toma como base as articulações entre o governo do estado e a iniciativa privada, os estudos anunciados por empresas do segmento e os projetos em fase de declaração de reserva de outorga (DRO) junto à Aneel.

 “Estão na etapa de DRO atualmente 15 GW, referentes a diversos empreendimentos futuros em fase de estudo e desenvolvimento, mas também há muitos projetos que ainda não entraram com declaração de reserva junto à agência reguladora, o que aponta para um potencial gigantesco”, acrescenta.

Angelo Almeida destaca a importância crescente que o estado vem assumindo na descarbonização do setor elétrico no país e na segurança energética nacional.

“A Bahia tem reafirmado seu compromisso de impulsionar a produção de energia elétrica a partir de fontes renováveis, beneficiando o meio ambiente, contribuindo para o combate às mudanças climáticas e preparando as condições para tornar o estado um polo global de produção de hidrogênio verde, o que depende da garantia de geração limpa”, afirma.

Gentio do Ouro se destaca em energia eólica

Entre os municípios baianos com empreendimentos em implantação e construção não iniciada, Gentio do Ouro, a 600 quilômetros de Salvador, é um dos maiores destaques. Na cidade, localizada na microrregião de Irecê, 35 empreendimentos eólicos estão em fase de implementação ou com início de obras previsto para o médio prazo, somando uma potência outorgada de 1,3 GW. A francesa Engie e a Omega (Brasil) integram a lista de players que têm projetos na região.

A poucos mais de 300 km de Gentio do Ouro, Sento Sé, às margens do rio São Francisco, é outra cidade que vem atraindo a atenção dos investidores. O município conta com o mesmo número de empreendimentos em construção ou licenciamento de Gentio do Ouro. Essas plantas totalizam investimentos de R$ 8,52 bilhões e uma potência outorgada de 1,3 GW. Os controladores são companhias como a Casa dos Ventos (Ceará) e Quinto Energy (Bahia).

Novo Horizonte, na Chapada Diamantina, também sedia um polo importante de energia eólica: o Complexo Novo Horizonte, onde a argentina Pan American Energy (PAE) está aportando R$ 3 bilhões. O megaempreendimento tem 10 parques e se estende por uma superfície de 2.700 hectares em seis municípios. As cidades de Boninal, Brotas de Macaúbas, Ibitiara, Oliveira dos Brejinhos e Piatã integram o projeto.

Com capacidade instalada total de 423 MW – o suficiente para atender a cerca de 1 milhão de residências – o complexo está na fase de montagem das turbinas, com entrada em funcionamento já no próximo ano.

Energia eólica: projeto da argentina PAE é um dos maiores em construção na Bahia
Energia éolica: argentina PAE já está montando as turbinas do Complexo Novo Horizonte, que abrange seis municípios na região de Irecê/Foto: PAE (Divulgação)

Bahia lidera produção eólica

Com a capacidade instalada crescendo em escala exponencial, a Bahia tem se mantido, com folga, na liderança da produção de energia eólica no país, superando o rival Rio Grande do Norte.

De acordo com a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), entre janeiro e agosto deste ano, os parques eólicos baianos forneceram 2,2 mil megawatts médios de energia para o Sistema Interligado Nacional (SIN), crescimento de 21% em relação ao mesmo período do ano passado.

Esse volume representa em torno de 70% de toda a geração eólica no Brasil e equivale a mais da metade da potência da usina hidrelétrica de Itaipu, a maior do mundo em produção de energia limpa e renovável.

A vice-presidente da CCEE, Talita Porto, destaca que a Bahia tem características geográficas favoráveis para a geração de energia eólica, como uma safra de ventos durante o período de seca das hidrelétricas e a predominância de ventos noturnos, que complementam a energia solar, que só é produzida durante o dia.

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