Aumentou em mais de 300% o percentual de pessoas idosas que utilizam a internet em Pernambuco, segundo o módulo Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua divulgado, nesta quinta-feira (09), pelo IBGE. Como um todo, aumentou o acesso da população à internet e quase saiu de cena o telefone fixo, presente, atualmente, em apenas 4,1% dos domicílios pernambucanos.
Em 2016, somente 16,3% da população pernambucana com 60 anos ou mais utilizavam a internet. Em 2022, este percentual ficou em 51,3%. “Foi um crescimento grande para um período de seis anos. Diminuiu a quantidade de idosos sem internet em Pernambuco. A gente percebe que o idoso está participando mais ativamente da sociedade, embora ainda seja uma realidade o fato de que a tecnologia é mais difícil chegar às pessoas idosas”, comenta a gerente de Planejamento e Gestão do IBGE em Pernambuco, Fernanda Estelita.
Ela também argumenta que o aumento da quantidade de idosos com acesso à internet é importante porque a rede proporciona uma conexão com vários produtos e serviços que facilitam a vida da população. “Até consulta médica se faz pela internet. Isso minimiza os custos e os desgastes dos deslocamentos”, conta Fernanda. O desgaste dos deslocamentos é grande para quem vive numa região metropolitana, como a do Recife, que o transporte público é péssimo e o trânsito engarrafado.
A pesquisa também mostrou que o telefone fixo está quase saindo de cena dos domicílios pernambucanos. Somente 4,1% das residências pernambucanas têm um telefone fixo, enquanto os domicílios que tem um celular são 94,9%. “O telefone convencional é uma tecnologia mais dispendiosa e as pessoas passam pouco tempo em casa. O celular se tornou mais acessível à população”, explica Fernanda. “Sou de uma época, em que o telefone fixo era caro e não tinha pra todo mundo. A gente se inscrevia na Telpe e depois, de algum tempo, recebia um telefone fixo. Até hoje tenho, pois acho melhor do que um telefone celular”, diz a professora aposentada Maria Araújo, aos 81 anos.
No Brasil, a pesquisa também mostra que as residências que possuem um telefone fixo são as que apresentam o maior rendimento médio: R$ 2951. Os que tem celular têm um rendimento médio de R$ 1727 e os que não possuem serviço de telefonia são os que registram a menor renda, sendo, em média, R$ 841.
Da população pernambucana, 84,1% utilizam a internet
Sete milhões de pernambucanos de 10 anos ou mais de idade utilizaram a Internet em 2022, o que correspondeu a 84,1% da população do Estado, que totaliza 8,3 milhões de pessoas. Em 2021, este percentual era de 80,1%. No recorte por sexo, as mulheres estão à frente: 85,6% delas utilizam a internet, contra 82,4% dos homens.
Entre os estudantes de 10 anos ou mais, o percentual foi maior, alcançando 91,9%, deste grupo. Ainda dentro deste recorte, 84,1% do grupo etário de 10 a 13 anos utilizou a internet. Entre os jovens de 20 a 24 anos, 96,6% usam a internet. Depois desta idade, o uso da rede vai caindo até chegar em 51,3%, como é o caso dos que têm 60 anos ou mais.
Pernambuco tem o maior percentual de domicílios com acesso à banda larga do País, empatado com o Ceará. Nas residências com acesso à internet, 92,5% utilizam a banda larga fixa. “É uma tendência que vai virar à medida que a internet móvel tome mais espaço. A gente está percebendo que os pacotes de TV por assinatura vão ser substituídos pelos serviços streaming”, conta Fernanda. Atualmente, os pacotes de banda larga fixa mais populares são os que vem num pacote de TV por assinatura.
Em Pernambuco, pouco mais de um terço dos domicílios (34,8%) tinha acesso aos serviços de streaming em 2022, acima da média nordestina (30,9%), mas abaixo da média nacional (43,4%). Embora o estado esteja no 18º lugar nacional, ainda é a localidade com maior percentual do Nordeste.
Entre os 3,4 milhões de domicílios de Pernambuco, 87,6% deles têm acesso à internet. É o quinto estado do país com menor porcentagem, à frente apenas do Amazonas, Piauí, Maranhão e Acre. Os que estão por último nesta fila são Estados pobres, pois também há uma ligação entre a renda da população e a falta de acesso à internet, segundo o IBGE.
Ainda nos lares pernambucanos, 67,1% dos lares têm banda larga móvel e 59,7% dos lares têm ambos os tipos de acesso – banda larga fixa e móvel. No estado, 86,9% das residências têm acesso a algum tipo de serviço de rede móvel celular para telefonia ou Internet no domicílio, enquanto que, no Brasil, o percentual é 92%.
Também é impressionante o percentual de TV nos domicílios pernambucanos. Este eletrodoméstico está presente em 94,4% dos lares que possuem pelo menos um aparelho. A média nacional é 94,9%. O percentual alto de aparelhos não se reflete na adesão dos pernambucanos à TV por assinatura. O serviço está presente somente em 12,6% dos domicílios, o segundo menor percentual do país, à frente apenas da Paraíba, com 10,5%.
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