Neste domingo, 16 de outubro, é comemorado do Dia Mundial do Pão, alimento tão apreciado e presente na vida dos brasileiros, em diversas versões – muito além do famoso pão francês. A presença dos pães em nossas mesas, além de alimentar, impulsiona a economia.
De acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Panificação e Confeitaria (ABIP), existem mais de 70 mil padarias espalhadas pelo Brasil. O levantamento aponta ainda que, em 2021, o mercado de panificação e confeitaria faturou R$ 105,85 bilhões no país, registrando crescimento de 15,3% em relação a 2020.
Além de trazer lucro aos empreendedores, a panificação também gera emprego e renda: aproximadamente 2,5 milhões de trabalhadores estão inseridos no setor, sendo 920 mil com empregos diretos e 1,6 milhão de profissionais indiretos, ainda segundo os dados de 2020.
Um levantamento realizado pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) contabilizou empresas do setor e registrou um crescimento que vem desde o ano de 2019. Na época, havia 24,8 mil negócios em operação, número que saltou para 258,8 mil no ano seguinte e, após uma queda para 254,9 mil em 2021, está registrando crescimento de 7,3%.
Mudança no comportamento dos clientes
No entanto, nem todos os segmentos do setor de panificação conseguem os melhores resultados possíveis: Paulo Pereira, presidente do Sindicato da Indústria de Panificação e Confeitaria do Estado de Pernambuco (Sindipão), aponta para uma mudança no comportamento dos consumidores.
“A gente sente que o consumo de pão em geral tem aumentado, mas cai nas padarias. O consumo de pão francês também caiu, enquanto aumentam as vendas de pão industrializado. Temos cerca de 3 mil padarias em Pernambuco e lutamos para aumentar as vendas”, disse Paulo.
Apesar dos bons números aferidos nos levantamentos do Sebrae e ABIP, o presidente do Sindipão explica que o consumo de pão do brasileiro é baixo em comparação a outros países. “Em média, o consumo anual do brasileiro é de 33 kg por pessoa, enquanto no Chile é de 90 kg. No recorte do Nordeste, são 25 kg por pessoa a cada ano”.
Apesar disso, Paulo afirma que abrir uma padaria ainda é um bom negócio, mas exige uma boa estratégia e estudo de mercado. Além disso, empresários do setor apostam em produtos cada vez mais saudáveis e frescos para driblar o medo das pessoas de engordar comendo pão, por exemplo.
“É um mercado de desafio, muda todo dia. A gente não sabe como o mercado vai reagir. A gente se preocupa com a saudabilidade e frescor dos produtos, e esperamos a reação do mercado”, disse Paulo.