Objeto do desejo de muitas pessoas, um iphone 13 sairia por R$ 3.256,15 se fosse vendido sem impostos. Com os tributos, o mobile fica por R$5.408,90. É justamente para chamar a atenção da quantidade de impostos que chega ao bolso de todos que a Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco (Fiepe) vai realizar a 5ª edição do Dia Sem Imposto nesta quarta-feira ( 25), a partir das 15h, na Casa da Indústria, na Avenida Cruz Cabugá, centro do Recife. Uma das atrações do evento é um mercadinho, para visitação, exibindo os preços dos produtos sem os tributos.
Somente como exemplo, os impostos representam 28,17% do preço do leite em pó; 25,28% do fubá; 44,73% do vinho; 42,69% da cerveja e 81,87% da cachaça. O evento pretende chamar a atenção para a alta carga tributária no País que ficou em 33,9% do Produto Interno Bruto (PIB) do País no ano passado. Este percentual é muito alto e chega perto de alguns países desenvolvidos, onde o Estado oferece serviços bons na área de saúde e educação, o que não ocorre no Brasil, com exceção das universidades públicas.
Além do mercadinho dos produtos sem impostos, serão realizadas palestras gratuitas sobre gestão financeira e tributária, foodpark com produtos com desconto, carro içado e sorteios. As atividades serão gratuitas, abertas ao público e as inscrições podem ser feitas no fiepe.org.br. Para quem estiver no interior do Estado e fizer a inscrição pelo site, as palestras poderão ser conferidas de forma on-line.
No final do evento, a Fiepe vai sortear dois iphones, um ipad e vender um terceiro iphone – também por sorteio – com o preço sem tributos. O sorteado não vai pagar os impostos deste terceiro iphone, que será bancado pela Fiepe. Só podem participar dos sorteios quem assistir as palestras do evento.
A lojinha com o preço dos produtos sem impostos ficará aberta ao público, para visitação, a partir das 15 horas. Das 16h às 17h, está previsto o credenciamento dos participantes. A abertura do evento será às 17 horas e ocorrerão três palestras: sobre soluções financeiras, com a Head comercial do Coorporate Unique junto a XP Empresas, Tessia Araújo, das 17h10 às 17h30; sobre Gestão tributária e competitividade para as indústrias com Davi Cavalcanti das 17h30 às 17h50; e sobre Planejamentos Financeiros Inteligentes com Arthur Lemos das 17h50m às 18h50m. Depois disso, está previsto 10 minutos de moderação e o food park que ficará na área externa funcionará das 19h às 21h.
O impacto dos impostos na indústria
O coordenador do Fiepe Jovem – organizador do evento, Rodrigo Veloso, disse entender a importância dos impostos para a manutenção do estado, “mas o problema é que o modelo existente deixa a indústria em desvantagem perante a seus concorrentes”. Em levantamento feito nos últimos anos, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) aponta que a maioria dos empresários brasileiros reprova o atual sistema tributário, sendo o número de tributos um dos maiores gargalos, porque tira a competitividade dos produtos fabricados no País. “O que produzimos aqui fica mais caro, logo para implantar um negócio aqui também se torna mais dispendioso”, argumentou Veloso, destacando que montar uma indústria no Brasil sai mais caro que em outros países, e parte disso se deve à complexidade do sistema e ao número de tributos.
De acordo com uma pesquisa recente da Associação Comercial de São Paulo, para os brasileiros, o maior problema em destinar quase 50% dos rendimentos colhidos no ano para o pagamento de tributos não é apenas o alto valor dos impostos, mas no fato de os investimentos não reverterem positivamente nos serviços de saúde, segurança, infraestrutura e educação. Na Dinamarca, por exemplo, também é registrada uma das maiores cargas tributárias do planeta. Por lá, a população gasta quase metade do ano apenas para pagar impostos e, em contrapartida, o país apresenta melhores níveis em indicadores como desigualdade social e Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do que o Brasil.
A reforma tributária que não sai do papel
Um passo importante para minimizar esses efeitos seria aprovar a reforma tributária. Juntamente com a Fiepe, a CNI está atenta e defende que essa pauta avance para dar mais competitividade às empresas nacionais e incentivar o crescimento da economia de forma mais sustentável. “A nossa defesa é que tenhamos um sistema tributário que preserve o equilíbrio na concorrência e estimule as vocações do nosso País”, acredita o coordenador.
Na edição deste ano do Dia sem Imposto, o coordenador do FIEPE Jovem, Rodrigo Veloso, pede celeridade na aprovação da reforma, num trabalho conjunto entre a sociedade, o poder Legislativo e o Executivo, entendendo que, sem essa união, não será possível fortalecer o nosso mercado e estimular o crescimento no longo prazo.
Realizado pela Fiepe, pelo Fiepe Jovem e pelo Sebrae, o evento conta com patrocínio da XP Empresas, do Sindusgraf, do escritório Tibúrcio e Cavalcanti Advogados Associados e com apoio de diversas Indústrias parceiras, dos Sindicatos, CNI e do IEL-PE. O Sistema Fiepe é mantido pelo setor industrial, atua no desenvolvimento de soluções para trazer ainda mais competitividade ao segmento e conta também com o Sesi, Senai e o IEL.
