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Raquel Lyra investe em recursos hídricos e pode colher retorno político e eleitoral

As Adutoras Alto Capibaribe, a de Serro Azul e a primeira etapa da Adutora do Agreste vão trazer segurança hídrica ao Agreste

Nesta segunda matéria sobre o impacto das obras hídricas que vão trazer segurança hídrica ao Agreste, o Movimento Econômico mostra que estas obras podem trazer consequências políticas e eleitorais para a governadora Raquel Lyra.

Os investimentos em recursos hídricos da governadora Raquel Lyra (PSDB) cumprem promessa de campanha e podem ter retorno político e eleitoral. Foto: Janaína Pepeu/ Secom

A gestão da governadora Raquel Lyra (PSDB) pretende inaugurar até 2025 três adutoras que podem mudar, definitivamente, o acesso à agua no Agreste. São elas: a primeira parte da Adutora do Agreste (que vai contemplar 23 municípios, incluindo Caruaru), a Adutora do Alto Capibaribe, que vai levar água para cidades como Toritama e Santa Cruz do Capibaribe; e Serro Azul, que vai levar a água da Mata Sul para uma parte do Agreste.

A tarefa é considerada uma obrigação de qualquer governante junto à população do interior do Estado, mas também pode trazer um efeito de gratidão revertido em capital político, ou seja, votos nas urnas em agradecimento pela resolução do problema. Por isso, esta área também é considerada estratégica do ponto de vista eleitoral.

O professor do departamento de Ciência Política da Universidade Federal do Piauí (UFPI), Elton Gomes, afirma que pode haver um retorno político compensador. “Não é uma obra barata, é uma obra cara, mas o retorno político parece compensar. E é por isso que a governadora investe nisso. A adutora do Agreste ia abastecer 68 cidades do Agreste pernambucano. Então, a governadora tem enfatizado a importância dessa obra para melhorar o acesso à água no interior do Estado, que é uma reclamação constante dos cidadãos”, disse o professor.

“A região do Agreste é politicamente importante em Pernambuco. A própria governadora foi prefeita de Caruaru. O Agreste é uma das regiões mais populares do Estado e tem uma grande influência no processo político eleitoral. A construção dessas adutoras pode, de modo geral, ajudar a estratégia da governadora, a estratégia política de Raquel Lyra, porque essa obra é vista como uma promessa de campanha”, afirmou.

Além de cumprir uma das promessas de campanha de 2022, Raquel Lyra melhoraria sua aprovação junto à população pernambucana. “Pode ajudar a melhorar a imagem do governo perante a população. Além disso, como eu falei, a falta de água é um problema crônico da região por motivos geográficos e também motivos que são agravados pela própria ação humana”, ponderou o professor.

Raquel Lyra é bem recebida quando o assunto é levar água à população. Foto: Janaína Pepeu/ Secom

A estremecida relação da governadora junto aos deputados da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) também pode melhorar a partir desses investimentos na área de recursos hídricos. “Do ponto de vista ainda da estratégia, a governadora busca apoio dos prefeitos no interior para poder se reeleger, esse é o objetivo principal, e para eleger deputados aliados na Assembleia Legislativa do Estado, na Alepe, e no próprio Congresso Federal, onde você também conta com a força dos prefeitos como cabos eleitorais, como agentes, chefes políticos locais que pedem votos para candidatos para a Legislatura Nacional”, considerou Elton Gomes.

A governadora Raquel Lyra participou do ato simbólico de retomada do Programa Cisternas ao lado do ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias. Foto: Janaína Pepeu/ Secom

Neste pacote de investimentos em recursos para abastecimento de água, segundo o professor, também pode ser colocado o do Programa Cisternas. No mês de novembro, Raquel Lyra, ao lado do ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias, a gestora celebrou a destinação de R$ 61 milhões para a construção de cisternas no Estado, com água para consumo e produção. Ao todo, o governo federal, por meio do ministério, anunciou recursos no valor de R$ 497 milhões para a iniciativa.

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A construção de cisternas também é uma das formas de combater a falta de água no estado de Pernambuco. Foto: Camila Bohen/ Agência Brasil

“Acho que a governadora faz um cálculo custo-benefício que, para além das questões de abastecimento de água, políticas públicas, a gente não pode perder de vista o objetivo central da política, que pode ser subdividido em dois, chegar ao poder e nele permanecer. Ela já chegou ao poder em grande medida com essa promessa. Para permanecer, parece decorrência natural, que ela precise prover total ou parcialmente essas obras hídricas para poder contemplar os interesses dos aliados no interior, aumentar o seu apoio e potencializar a sua chance de reeleição”, concluiu Elton Gomes.

O professor do departamento de Ciência Política da Universidade Federal do Piauí (UFPI), Elton Gomes. Foto: Divulgação

Leia a primeira matéria que o sobre o impacto das obras hídricas que vão trazer segurança hídrica ao A Agreste

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