
Prefeitos brasileiros que participam de missão oficial em Israel enfrentam momentos de tensão devido à escalada do conflito entre Israel e Irã. O grupo, composto por 19 autoridades municipais, incluindo os prefeitos de João Pessoa, de Belo Horizonte, Rio de Janeiro, entre outros precisou buscar abrigo em bunkers após alertas de ataques aéreos e aguarda apoio do governo brasileiro para retornar ao país.
O prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena, relatou que, após o bombardeio à capital do Irã, precisou se refugiar duas vezes em abrigos na cidade de Kfar Saba, próxima a Tel-Aviv. Em vídeo publicado nas redes sociais, ele afirmou que está seguro, mas aguardando orientações para o retorno, já que o espaço aéreo israelense foi fechado após o ataque.
Cícero destacou a dificuldade logística para deixar o país e revelou que está em contato com a embaixada brasileira e com o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, para viabilizar a volta ao Brasil. Ele também pediu ao governo federal que envie uma aeronave para buscá-los, devido à sobrecarga prevista nos aeroportos e à suspensão dos voos comerciais. Seu filho, o deputado federal Mersinho Lucena (PP-PB), viajou à Arábia Saudita para tentar intervir na situação.
“Estamos todos no alojamento da viagem, no campus universitário. Tem abrigo aqui, já fomos duas vezes para o abrigo por ter tocado a sirene de aviso. Mas, estamos no aguardo, o espaço aéreo está fechado. (Com) a embaixada já tivemos contato, a possibilidade de antecipar o retorno, mas vamos ver como isso é possível”, disse Cícero Lucena.
Álvaro Damião, prefeito de Belo Horizonte, relatou à imprensa que foi acordado durante a madrugada por sirenes de alerta, obrigando todos a se abrigarem diante da ameaça de ataques aéreos. Ele descreveu a experiência como intensa, mas garantiu que o grupo está bem e seguro. Damião coordena a comitiva brasileira no local e mantém contato direto com autoridades brasileiras e israelenses para viabilizar o retorno seguro ao Brasil.
“Foi uma experiência intensa, mas estamos todos bem e em segurança”, compartilhou o prefeito nas redes sociais.
O secretário municipal de Desenvolvimento Econômico e Inovação de Aracaju, Dilermando Garcia Ribeiro Júnior, está em Israel neste momento em que o país vive um grave cenário de guerra com o Irã, marcado por tensão crescente e instabilidade na região do Oriente Médio.
Diante dessa situação, a Prefeitura de Aracaju informa que está acompanhando com atenção e responsabilidade a missão oficial do secretário, que representa o município na Muni Expo Israel 2025 — um evento internacional voltado ao desenvolvimento econômico e à inovação.
O convite para a participação foi inicialmente direcionado à prefeita Emília Corrêa, que, considerando o caráter técnico da programação, designou o titular da pasta para representá-la oficialmente.
Apesar do contexto delicado, a prefeita mantém contato direto com o secretário, que assegurou estar em local seguro.
Como medida institucional, a gestão acionou os senadores Rogério Carvalho, Laércio Oliveira e Alessandro Vieira, com o objetivo de somar esforços à comitiva do Senado Federal e ao Itamaraty em busca de informações e providências que garantam o retorno seguro do representante de Aracaju ao Brasil.
Apoio e Expectativas aos prefeitos
A Confederação Nacional de Municípios (CNM) afirmou que acompanha com preocupação a situação e está em contato com o governo federal e a embaixada brasileira para garantir o retorno dos prefeitos com a máxima brevidade e segurança. O Itamaraty avalia a possibilidade de evacuação terrestre para a Jordânia, de onde o grupo poderia embarcar para o Brasil.
Os prefeitos brasileiros em Israel destacam a importância do apoio do governo federal e da diplomacia para garantir a segurança da comitiva, que viajou ao país para participar de uma feira internacional de tecnologia voltada para gestão pública e segurança.
A ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, afirmou à CNN que há expectativa de que um grupo de brasileiros, formado por prefeitos, deixe Israel nesta segunda-feira (16). “Há expectativa de que a saída ocorra amanhã. Vamos saber de manhã, no horário de lá. O espaço aéreo está fechado. Terão de ir à Jordânia por terra”, disse.
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