Usina Pumaty terá gestão da cooperativa CoafVale

Em Pernambuco, a Pumaty será a terceira usina administrada por uma cooperativa de fornecedores
A Usina Pumaty vai gerar emprego para cerca de 5 mil pessoas durante a próxima moagem, prevista para começar em setembro. Foto: Reprodução Youtube

A cooperativa CoafVale está assumindo a gestão da Usina Pumaty, localizada na Mata Sul de Pernambuco, com sede na cidade de Joaquim Nabuco, a 116 km do Recife. É a terceira usina que passa a ser administrada por um grupo de fornecedores de cana-de-açúcar no Estado. A CoafVale vai ficar a frente do empreendimento por 10 anos. A empresa tem capacidade de moer até 1,4 milhão de toneladas da planta por safra, segundo o presidente da Associação dos Fornecedores de Cana-de-Açúcar de Pernambuco (AFCP), Alexandre Andrade Lima.

“A CoafVale seguirá o mesmo padrão das demais ‘Coafs’ por meio do sistema da Organização das Cooperativas do Brasil (OCB-PE)”, explica Alexandre, que além de estar à frente da AFCP, é presidente da Coaf. Ele participou das negociações com os proprietários da empresa, as famílias Gesteira e Costa. A Pumaty passou 10 anos sendo administrada por outra cooperativa, a Agrocan que deixa a gestão da empresa.

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Na atual safra, a Pumaty moeu cerca de 550 mil toneladas de cana-de-açúcar, embora tenha a capacidade para processar 1,4 milhão de toneladas da planta. A previsão é de que a usina gere mais de 5 mil postos de trabalho durante a próxima safra, prevista para começar a partir de setembro deste ano.

O contrato de arrendamento da usina à CoafVale estava firmado desde 2023, mas aguardava validação da Justiça. A juíza da 3ª Vara Cível da Capital Valéria Maria Santos Máximo concluiu, nesta quarta-feira (13), o julgamento da ação n° 0061741-04.2023.8.17.2001 e autorizou o arrendamento. A CoafVale é presidida pelo fornecedor Carlos Antônio César de Albuquerque Filho, que também está à frente da CoafSul.

Time que está à frente das cooperativas de fornecedores: o vice-presidente da CoafVale, José Melicio Carneiro Leão Neto; o tesoureiro da Coaf, Tarcísio Calábria; o presidente da Coaf e da AFCP, Alexandre Andrade Lima e Severino Barbosa de Sousa Neto.

Pumaty é a 3ª usina com gestão de cooperativa

Na história recente de Pernambuco, o modelo de gestão por cooperativa foi iniciado pela Coaf na antiga Usina Cruangi, em Timbaúba, na safra 2015/16, sendo a primeira a fazer este tipo de administração. A segunda foi a CoafSul em Ribeirão, que está à frente da gestão da Usina Estreliana, desde a safra 2020/21,segundo informações da AFCP. Mesmo com os nomes quase homônimos, cada Coaf tem sua gestão independente e, em sua maioria, um grupo de canavieiros cooperados diferentes

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Liderada por Alexandre Andrade Lima, a Coaf terminou a safra, em Timbaúba, processando mais de 800 mil toneladas de cana-de-açúcar e com mais de 1,7 mil cooperados, gerando cerca de 5 mil empregos diretos durante a safra. Já a CoafSul tem 2 mil cooperados e moeu cerca de 400 mil toneladas da planta.

“Quando começamos a fazer a gestão por meio de cooperativa, estavam fechando algumas unidades e os fornecedores estavam sem ter onde moer as suas canas. Antes das cooperativas, os fornecedores respondiam por 28% da cana-de-açúcar produzida em Pernambuco. Agora, quase 50% da cana-de-açúcar vem dos fornecedores. Isso não significa que toda a colheita dos fornecedores vá para as cooperativas, porque continuamos vendendo para as usinas”, explica Alexandre. A categoria é responsável pela colheita e plantio de cerca de 7 milhões de toneladas da planta em Pernambuco.

Segundo Alexandre, o setor está passando por um “bom momento”, porque não há seca na Zona da Mata há pelo menos quatro anos. “E os preços do açúcar estão bons. Quem só produz o etanol, teve alguma dificuldade”, conclui. No Brasil, falta uma política de regras claras na definição do preço do etanol, enquanto o açúcar é uma commodity e tem o seu preço estabelecido em bolsas de valores com influência do que acontece no mundo.

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