O Partido Liberal (PL) moveu uma ação contra a senadora eleita Teresa Leitão (PT-PE), pedindo sua cassação num processo que tem como parte o ex-ministro do Turismo, Gilson Machado Neto (PL-PE), derrotado por Leitão na disputa eleitoral por uma cadeira no Senado em 2022.
Em dezembro de 2022, a ex-deputada estadual teve suas contas de campanha rejeitadas pelo Tribunal Regional Eleitoral de Pernambuco (TRE-PE), mas a decisão da corte não impediu sua diplomação, nem impediria sua posse. Segundo o Tribunal Regional Eleitoral (TRE-PE), ela e os suplentes de sua chapa devem devolver R$ 450 mil aos cofres públicos, conforme acórdão no processo de prestação de contas nº 0603044-29.2022.6.17.0000.
A ação do PL foi ajuizada em 19 de dezembro e admitida pela Corregedoria Eleitoral do TRE. O processo tramita em segredo de Justiça, sob o número 0603758-86.2022.6.17.0000, com a classificação do assunto “abuso de poder econômico”.
Procurada pelo ME, Teresa Leitão não quis se pronunciar. O ex-ministro Gilson Machado não foi localizado. Já o presidente do diretório estadual do PT em Pernambuco, o deputado estadual Doriel Barros, afirmou que a rejeição das contas da futura senadora não era “nada indefensável” e trata-se se um erro administrativo fácil de corrigir.
“Teresa é muito cuidadosa e experiente, acredito que a ação não vai prosperar e vamos continuar com dois senadores”, declarou o deputado. Doriel comparou a postura de Gilson à conduta do ex-presidente da República e seu correligionário, Jair Bolsonaro (PL), que nunca aceitou sua própria derrota eleitoral.
“A gente sabe do comportamento desse cidadão durante a campanha, sem respeitar a adversária na disputa do jogo político. O debate dele é de muito baixo nível, sem falar na postura de defesa ao que Bolsonaro fez contra o Brasil”, disse Doriel.
O presidente estadual do PT concluiu o raciocínio afirmando que a escolha de pedir a cassação de Teresa Leitão “parte de alguém derrotado nas urnas que, assim como o chefe dele, não quer aceitar o resultado. Tenho certeza de que a Justiça Eleitoral vai manter o entendimento de quando reconheceu a vitória de Teresa”.
Na visão de outro membro do PT, que preferiu não se identificar, o intuito de Gilson Machado é “tirar o foco da ação contra ele”. O ex-ministro de Bolsonaro é investigado por beneficiar um grupo seleto de funcionários celetistas da Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo (Embratur) com um incremento salarial no final do governo Bolsonaro.
Frente a isso, o novo presidente da agência, o deputado federal Marcelo Freixo (PSB-RJ) disse que “o primeiro passo será arrumar a casa. A situação na Embratur é de ineficiência e caos. Vamos passar um pente-fino nos contratos para acabar com o desperdício”.
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