PE registra maior valor de exportação para agosto desde 1997

O principal destinos dos produtos pernambucanos foi Singapura, que recuperou a liderança com a pauta única de “fuel oil”.
Porto de Suape
O porto externo de Suape de onde sai o “fuel oil”, responsável por 40% das vendas em agosto/Foto: Divulgação/ Porto de Suape.

Por Kleber Nunes

Em mais um sinal de recuperação econômica, Pernambuco exportou US$ 166 milhões em agosto, atingindo o maior valor de vendas para o mês desde o início da série histórica, em 1997. No acumulado do ano, as transações do estado com o mercado internacional chegaram a US$ 1,6 bilhão, o que significa um crescimento de 16,7% em relação ao mesmo período de 2021.

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Os números extraídos da ComexStat, sistema para consultas e extração de dados do comércio exterior brasileiro, com apoio da Ray Consulting, também mostram que Pernambuco recuperou a terceira posição no ranking dos estados exportadores do Nordeste. A lista é liderada pela Bahia, seguida do estado do Maranhão. O pódio se repete quando a balança se refere às importações.

Maurício Laranjeira

O consultor empresarial e embaixador para o tema comércio exterior no Sistema LIDE PE, Maurício Laranjeira, pondera que o crescimento da economia pernambucana, embora constante, ainda não acontece com a mesma força e pujança da nacional. “Significa uma recuperação, mas um pouco mais lenta do que a recuperação da economia brasileira visto que o Nordeste sofreu muito com a pandemia de covid-19 e está tirando o pé da lama agora”, afirma.

Pauta sem diversificação

As informações sobre a balança comercial de Pernambuco em agosto também confirmam a manutenção de uma pauta de exportações já consolidada há alguns anos no estado. O “fuel oil” continua na liderança, produzido pela Refinaria Abreu e Lima e responsável por 40% das vendas em agosto e por 37,5% de tudo o que foi exportado em 2022. Resina PET, demais derivados de petróleo, automóveis, baterias, barras de ferro, rolhas e tampas e as mangas, fecham as primeiras colocações.

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“Isso quer dizer que os países estão demandando mais por esses tipos de produtos e Pernambuco está aproveitando o momento para poder exportar. Demonstra também que as empresas estão com olhar mais atento às exportações, mas temos o entrave que é a mesmice da pauta mesmo tendo um parque industrial interessante, não há um incremento da cultura exportadora e isso é muito prejudicial para o crescimento”, analisa Laranjeiras.

Com relação aos principais destinos dos produtos pernambucanos, Singapura recuperou a liderança com a pauta única de “fuel oil”. Argentina e Estados Unidos completam o pódio. Outra novidade dos dados de agosto, é a presença da China como o quinto mercado consumidor com coque de petróleo, tendo em vista que o gigante asiático não costuma figurar entre os dez primeiros destinos.

Nas importações, os derivados de petróleo também marcam forte presença na pauta, apesar dessa ser mais diversificada. Peças e partes para automóveis, produtos químicos, trigos, automóveis e células fotovoltaicas completam as primeiras posições. Os mercados onde Pernambuco mais “foi às compras” foram os Estados Unidos, China, Argentina, México e Itália.

De acordo com os dados da ComexStat, as importações de Pernambuco movimentaram US$ 685 milhões. “A tendência para os próximos meses é positiva com as importações, de maneira natural, crescendo mais do que as exportações. Mas teremos o polo automotivo com mais condições de produzir peças, vai começar uma nova safra de cana-de-açúcar, o mundo continua procurando por derivados de petróleo e a resina PET também tende a ter números interessantes porque o consumo aumenta no fim de ano. Então teremos novos recordes também de exportação”, elenca Laranjeiras.

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