Por Vanessa Siqueira, de Alagoas
Mais de sete mil agricultores familiares, indígenas e quilombolas de Alagoas serão beneficiados com um programa lançado nesta segunda-feira (8), fruto de uma parceria entre os governos Estadual e Federal. Ao todo, mais de R$ 33 milhões serão pagos às famílias com o objetivo de estruturar ou ampliar a capacidade produtiva.
O programa, denominado Programa de Fomento às Atividades Produtivas Rurais vai repassar cerca de R4 4.600,00 divididos em duas parcelas para famílias selecionadas que estejam inseridas em atividades rurais. Os valores, não reembolsáveis, visam proporcionar melhoria nas condições produtivas.
Segundo o Instituto para o Desenvolvimento Rural Sustentável de Alagoas (Emater/AL), os recursos serão oriundos do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS) e serão repassados à mulheres chefes de família inscritas no Cadastro Único para Programas Sociais (CadÚnico).
“Esse programa vem para ajudar aquelas famílias que vivem em situação de extrema pobreza. Nesse momento, temos as mulheres como foco principal e protagonistas, uma vez que serão elas a receberem o valor em seus cartões do Bolsa Família. Inclusão social e produtiva ocorre, de fato, quando chegamos a quem mais precisa e ajudamos em seu desenvolvimento para que possam caminhar melhor”, destaca Moisés Leandro, diretor-presidente da Emater/AL.
Caberá também à Emater identificar e mobilizar as famílias que receberão o recurso e a assistência técnica para o seu projeto produtivo, pelo período de dois anos. O valor será transferido em duas parcelas. A primeira, logo que se inicia o projeto (R$ 2,6 mil), e a segunda (R$ 2 mil) após um intervalo de, pelo menos, 3 meses, de acordo com o desenvolvimento do projeto.
Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Alagoas possui a sexta maior população de quilombolas do Brasil, totalizando cerca de 37.722 mil pessoas, sendo que desse total, 691 vivem em territórios demarcados.
Já a população indígena totaliza 25.725 mil pessoas, segundo dados do Censo Demográfico 2022, divulgado no ano passado. Do total de indígenas no estado, apenas 6.672 vivem em terras demarcadas. Outros 19.053 vivem fora de terras indígenas.
Incentivo às produtoras de agricultura familiar
Além do incremento de recursos para investimento em propriedades e produção, o governo aposta em fortalecer políticas que garantam segurança alimentar para essas famílias.
“Incentivando a inclusão produtiva da agricultura familiar, abrimos oportunidades, sobretudo para as mulheres, os quilombolas e os indígenas, que passam a ter mais condições de investir nas suas propriedades. A assistência técnica é importante porque fortalece os produtores, que passam a ter mais acesso a processos produtivos organizados. O resultado é a geração de renda para as famílias e o aumento na produção de alimentos saudáveis, que vão chegar à mesa dos alagoanos que mais precisam”, ressaltou a secretária estadual da Agricultura e Pecuária, Aline Rodrigues.
Leia mais: Planta Alagoas: programa vai beneficiar 70 mil agricultores com sementes e mudas