Da Redação
Apenas três das 27 unidades da Federação registraram crescimento no número de pessoas empregadas entre o primeiro trimestre de 2020 e o deste ano, e Alagoas é uma delas. O estado teve elevação de 1,4%, segundo a PNAD Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua), um acréscimo de 14 mil pessoas no mercado de trabalho, passando de 1,004 milhão para 1,018 milhão no período.
Vagas no comércio, construção civil e por conta própria compensaram as quedas em segmentos como alojamento e alimentação. O governador Renan Filho destacou o bom desempenho em meio aos impactos econômicos da pandemia. “É obvio que alguns setores sofreram mais, outros menos; mas nós elevamos as exportações de Alagoas, ampliamos o mercado de consumo das famílias, concedemos aumento salarial aos servidores públicos, o que também elevou o consumo. Nós crescemos, ainda, com a diversificação da agricultura, por meio da safra de grãos recorde e do fortalecimento da agricultura familiar. Isso tudo colocou Alagoas como um dos poucos estados do Brasil que conseguiram gerar emprego em meio à pandemia”, destacou.
Só a abertura de novos hospitais estaduais em Alagoas, desde 2019, criou 8 mil novos postos de trabalho. As obras de infraestrutura do Governo do Estado e o conjunto de concursos públicos, que está abrindo 6 mil novas vagas apenas este ano, colaboram decisivamente para a criação de empregos diretos e indiretos. O trabalho de atração de grandes empreendimentos para Alagoas, como a recém-inaugurada Mineração Vale Verde, é outro esforço do Governo para gerar empregos.
O economista Fábio Guedes, diretor-presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Alagoas (Fapeal), explica que o cenário estadual sinaliza aos empresários um melhor momento, permitindo que eles aumentem a contratação de funcionários no processo de retomada econômica. “Isso certamente tem relação com a situação mais favorável da vacinação no estado, que trouxe mais segurança, inclusive para que o governo alagoano publicasse decretos permitindo a ampliação das atividades econômicas”, avalia.
Para Renan Filho, a busca por equilíbrio no enfrentamento à pandemia é o que garante a Alagoas bons resultados tanto na saúde quanto na economia: “Além de sermos um dos estados brasileiros com menor número de mortes por Covid-19, conseguimos ampliar o número de empregos formais no mercado de trabalho. Obviamente, priorizamos a vida, os leitos, a vacinação, mas por outro lado buscamos equilibrar as necessidades da economia, para perdermos o menor número de vidas possível e permitir que a gente não sofra tanto economicamente”.
Cenário nacional – Alagoas teve o mesmo percentual de crescimento de Roraima, e o Acre obteve 2,7%. Nos outros 24 estados, a população ocupada encolheu. Em geral, no Brasil a população ocupada caiu 7,1%, passando de 92,2 milhões para 85,7 milhões. Ceará (-14,6%) e Rio de Janeiro (-12,3%) tiveram as maiores quedas na população ocupada.