O Ceará se prepara para receber encontros do G20 em junho, julho e outubro. Ao todo, serão 13 reuniões dos grupos temáticos de Arquitetura Financeira e Educação e Emprego, uma reunião da Parceria Global para Inclusão Financeira e duas reuniões ministeriais em Fortaleza. E uma das experiências a serem compartilhadas com as nações do bloco será o Programa de Microcrédito Produtivo (Ceará Credi), que já disponibilizou mais de R$ 176 milhões para mais de 71 mil microempreendedores. O anúncio foi feito nesta quinta-feira (16) pelo Governo do Ceará.
De acordo com a gestão estadual, o diferencial do Ceará Credi é o fôlego que tem a partir de um fundo público vinculado à Secretaria do Trabalho (SET), o que garante que o programa seja perene e tenha foco na abertura ou no fortalecimento de pequenos negócios da economia popular e solidária. Por meio de uma busca ativa para inclusão de pessoas mais vulneráveis, o programa oferta crédito com juros mais reduzidos, além de garantir ao estado a captação de recursos externos.
“O Ceará Credi adota uma metodologia do crédito orientado, que dialoga, capacita e modela a operação de crédito de acordo com a necessidade e capacidade do empreendedor. O programa oferta produtos com bases e condições mais favoráveis do que as do mercado financeiro e concede bônus de adimplência para determinados públicos prioritários”, explica a diretora de Economia Popular e Solidária da Agência de Desenvolvimento do Estado do Ceará (Adece), Silvana Parente.
Incentivo a pequenos negócios foca em públicos vulneráveis
Na lógica de priorizar públicos em vulnerabilidade social, o Ceará Credi atende egressos do sistema prisional, pessoas com deficiência, cooperativas de agricultores familiares e mulheres chefes de família. Esse recorte, em específico, se destaca dentro do programa. Segundo a Adece, nos três anos de operação dessa iniciativa desde sua implantação, durante a pandemia de Covid-19, 69% do público atendido foram compostos por mulheres, entre as quais 56% chefiam seus núcleos familiares.
O programa também tem apostado na capacitação para que os empreendedores apoiados possam gerenciar seus negócios de forma assertiva e sustentável. Até março, mais de 38 mil pessoas realizaram cursos de gestão empreendedora e educação financeira.
“O acesso à capacitação possibilita melhorias na gestão do negócio e a sustentabilidade ao longo do tempo. Juntando isso à renovação de novos empréstimos, esses empreendimentos vão crescer e, somando-se a outras políticas públicas, vão gerar ocupação e renda para esses empreendedores”, explica o presidente da Adece, Danilo Serpa.
G20: Brasil vem sediando mais de 120 encontros preparatórios
O Brasil assumiu a presidência do G20 até novembro de 2024. O anúncio foi feito durante a 18ª Cúpula, realizada em 2023 na Índia. Os assuntos prioritários estabelecidos pelo governo brasileiro são combate à fome, pobreza e desigualdade, em consonância com as três dimensões do desenvolvimento sustentável (econômica, social e ambiental). Ao longo do ano, serão realizadas mais de 120 reuniões de trabalho e forças-tarefas, em nível técnico e ministerial, nas cidades-sede das cinco regiões do Brasil.
No Ceará, haverá reuniões entre 10 e 12 de junho, do grupo temático sobre Arquitetura Financeira Internacional. Já entre 1º e 5 de julho, os encontros serão da Parceria Global para Inclusão Financeira e do grupo sobre Infraestrutura. Por fim, nos dias 25 e 26 de julho, a programação terá a participação de ministros do Trabalho e Emprego de todos os países que formam o bloco. Já em 30 e 31 de outubro, será a vez da Reunião Ministerial da Educação.
No Nordeste, além de Fortaleza, também são cidades-sede Salvador, Recife, Maceió, Teresina e São Luís. A culminância internacional será a Cúpula de Líderes do G20, nos dias 18 e 19 de novembro, no Rio de Janeiro, com a presença das lideranças dos 19 países-membros, além da União Africana e da União Europeia.
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