De quase tudo que tem no mundo, tem pra vender na 24ª edição da Feira Nacional de Negócios do Artesanato (Fenearte), parodiando a célebre canção de autoria de Onildo Almeida, que descreve a Feira de Caruaru. Tem bordado, renascença, doces, vinhos, quadros, confecções, imagens de santos, bolsas, calçados, entre outros. Maior feira de artesanato da América Latina, o evento tem a expectativa de movimentar R$ 52 milhões e deve receber cerca de 315 mil visitantes até o dia 14 de julho, no Pernambuco Centro de Convenções, em Olinda.
“Pretendemos repetir estes números que foram recordes na edição passada. A feira traz muitas novidades este ano”, diz a diretora-geral de Promoção da Economia Criativa da Agência de Desenvolvimento de Pernambuco (Adepe), Camila Bandeira, se referindo aos negócios fechados e o público da última edição do evento, ambos recordes. Esta edição da feira recebeu um investimento de R$ 15 milhões.
“Hoje a gente tem cerca de cinco mil artesãos e artesãs colocando em funcionamento mais uma edição da maior feira de arte da América Latina. Aqui gira a economia criativa, que é uma das indústrias que mais criam emprego e renda no mundo. E a Fenearte, na sua 24ª edição, vem cada vez aumentando de tamanho, se aprimorando. A feira garante vendas para os artesãos do nosso Estado e de fora de Pernambuco para o ano inteiro”, afirmou Raquel Lyra (PSDB).
A feira virou uma política de Estado para valorizar o artesanato, provocando um grande impacto em toda a cadeia do setor, tirando a figura do atravessador da história de muitos artesãos que passaram a vender a sua produção diretamente aos compradores. “A Fenearte mudou completamente a minha vida. É o ceu de todos os artesãos”, diz o mamulengueiro Miro dos Bonecos, de Carpina. Ele expõe os seus bonecos na Ala dos Mestres e, junto com a família, passa grande parte do ano produzindo as peças para a Fenearte.
“Antes da Fenearte, eu trabalhava para os outros. Depois, passei a trabalhar pra mim mesmo. Comprei minha casinha, compro as coisas que a mulher pede. A Fenearte ajudou a levar o meu trabalho pra outros lugares, como França e Portugal”, resume Miro, que faz parte de um folguedo reconhecido como patrimônio de Pernambuco, o mamulengo.
Sem loja física, a sócia da Casa com K, Karine Coelho, argumenta que participar da Fenearte é muito importante. “É uma forma das pessoas conhecerem o produto de perto, o material. Conseguimos muitas encomendas pela Fenearte, inclusive de pousadas do charme instaladas em outros Estados, como Alagoas e Maranhão”, conta. Ela e a sócia produzem estamparia em tecidos usados em capas de almofadas, fronhas, colchas etc. A Casa com K é um empresa pequena, emprega 10 pessoas e existe há oito anos.
Novidades da 24ª Fenearte
Com o tema “Sons do Criar – Artesanato que toca a gente”, a feira vai contar com 4 rotas de traslados gratuitos, 16 aulas de gastronomia ao vivo, mais de 70 atrações culturais e mais de 1,6 mil vagas para oficinas.
As quatro rotas de traslados gratuitos vão sair – e voltar – para os seguintes shoppings: Tacaruna, RioMar, Patteo e Recife, funcionando de segunda a sexta-feira, das 13h30 às 22h30. Aos sábados e domingos, das 9h30 às 22h30. Com exceção do Tacaruna, que tem intervalo de 15 minutos, os demais shoppings terão o serviço a cada meia-hora.
Pela primeira vez, os visitantes poderão comprar os ingressos de acesso à Fenearte online pelo site Evenyx (https://www.evenyx.com/24a-fenearte). Também estão sendo vendidos bilhetes nos seguintes pontos físicos: shoppings Boa Vista (quiosque Ticket Folia); Guararapes (Loja Artesanato de Jaboatão); Patteo (loja Cobogó Collab); Paulista North Way (loja Luckwu Artes); Plaza (loja Crabolando); Recife (quiosque Ingresso Prime); RioMar (quiosque Ingresso Prime); Ferreira Costa Tamarineira e Tacaruna (lojas Club da Miçanga e Cia. da Montagem).
Os ingressos custam R$ 12 (entrada inteira) e R$ 6 (meia-entrada), de segunda a quinta-feira, e R$ 16 (entrada inteira) e R$ 8 (meia-entrada), de sexta a domingo.
Ainda sobre as atividades que serão desenvolvidas, no mezanino, o Moda Fenearte vai receber uma turma de 20 participantes no Encontro de Moda, Desenho de Moda, com Michelly Guedes (Senai Paulista). No mesmo local, terão início as primeiras oficinas desta edição: “Minha primeira escultura”; “Cabaça ancestral: Confecção do instrumento agbê”; “Tradição mantida — Oficina de mamulengo”; “Reciclando no viés da música”; “Estamparia artesanal sustentável”; “Upcycling — A sobra que se renova” e “Técnicas com linhas Pingouin”.
Na atual edição, serão oferecidas visitas com acessibilidade para pessoas, a partir de oito anos, que tenham deficiência visual completa ou parcial, ou que sejam neurodivergentes (TDAH, T21-síndrome de Down, pessoas do espectro autista, entre outros), ou ainda surda ou ensurdecidas. Os grupos interessados também podem agendar visitas por meio do WhatsApp (81 99837-3510), informando por escrito o nome, dia e qual serviço de acessibilidade que necessita. A ação vai acontecer de segunda a sexta-feira, das 14h às 17h, e aos sábados e domingos, das 10h às 13h.
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