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Energia renovável tem 10 mil registros comerciais em Pernambuco

Estado apresenta potencial para atrair grandes investimentos em projetos envolvendo geração solar, eólica, hidráulica, geotérmica, biomassa e marinha
Rudinei Miranda, presidente da Aperenováveis: mercado de energia renovável está cada vez mais atrativo / Foto: Danielly Naara / Divulgação

Com mais de 10,2 mil registros na Junta Comercial (Jucepe), Pernambuco vem apresentando um crescimento no número de investidores em negócios que envolvem fontes de energia renováveis.

São 2.546 empresas e outros 7.682 microempreendedores individuais (MEIs) que atuam em Pernambuco na comercialização e instalação de equipamentos, principalmente de placas de energia solar.

O estado é apenas o 13º no país em potência instalada em energia solar, com mais de 76,5 mil usinas espalhadas desde a capital até o Sertão, mas apresenta potencial para atrair grandes investimentos em projetos envolvendo geração eólica, hidráulica, geotérmica, biomassa e marinha.

O momento é oportuno: bancos públicos e privados oferecem linhas de financiamento e os custos de instalação vêm caindo graças à modernização dos equipamentos. Somados, os estados nordestinos são responsáveis por produzir 82,3% de energia solar e eólica no Brasil.

Além disso, 78% dos projetos em fase de construção estão no Nordeste, o que colabora com a redução da emissão de gás carbônico (descarbonização), um importante legado para a sustentabilidade.

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Unidos pela energia renovável

É neste cenário que cerca de quatro mil pessoas, entre investidores, estudantes e acadêmicos, além de representantes de instituições públicas e privadas da matriz energética sustentável de todo o Brasil, participaram no Recife da Exporenováveis 2024, promovida pela Associação Pernambucana de Energias Renováveis (Aperenováveis).

Além de conhecer novidades de empresas e instituições em estandes no Cais do Sertão, os visitantes assistiram a palestras que abordaram novas tecnologias, legislação, atual cenário econômico e estratégias empresariais.

“Desejamos que a Exporenováveis 2024 seja a porta de entrada para o planejamento e amadurecimento do mercado no estado de Pernambuco”, ressalta Rudinei Miranda, presidente da Aperenováveis.

A entidade é um exemplo de como o mercado se expandiu e se diversificou.
Criada em 2016, era a Associação Pernambucana de Energia Solar (Apesolar), congregando apenas as empresas que atuavam no segmento de energia solar. Nos últimos dois anos, passou por reposicionamento para admitir associados do setor renovável de forma mais ampla.

“Nossos associados incluem empresas com atuação em Geração Distribuída, Geração Centralizada, Mercado Livre e Autoprodução e Negócios Emergentes. Todos focados em difundir e atuar dentro das melhores práticas, possibilitando um mercado competitivo e atrativo para o desenvolvimento do setor”, afirma Rudinei Miranda. Segundo ele, o evento serviu para trazer o poder público para discutir projetos estruturadores.

Exporenováveis reuniu empresários, acadêmicos e representantes de entidades e órgãos governamentais que têm energia renovável como foco / Foto: Jamerson Silva / Reprodução

Petrolina, Recife e Caruaru lideram em potência instalada em energia solar no estado. Segundo a Junta Comercial de Pernambuco (Jucepe), hoje existem cerca de 560 empresas com CNPJ ativo atuando com geração de energia solar, além de 62 que se enquadram como renováveis, 30 eólicas, 10 de biomassa e 13 usinas de cana-de-açúcar (com potencial ou já atuando na cogeração).

Com média de mais de 2.200 horas de sol por ano, o Nordeste se tornou líder na geração de energia por fontes limpas no país. Essa condição climática favorável não apenas garante altos índices de eficiência nas instalações, mas também reduz significativamente os custos de manutenção, tornando o investimento ainda mais atrativo.

Projetos de energia renovável

No Sertão do Pajeú, foi inaugurada em fevereiro, no município de Flores (a 340 km do Recife), a primeira etapa de uma usina de autoprodução de energia elétrica que vai abastecer unidades da Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa).

Com o parque solar, 86 das unidades consumidoras da empresa passarão a operar na distribuição de água e no tratamento de esgoto com energia limpa. A capacidade só da primeira etapa do projeto é de 7MW, com a instalação de 10 mil placas fotovoltaicas para geração de energia, o suficiente para alimentar 11 mil residências de médio porte.

O arquipélago de Fernando de Noronha vai receber a primeira Usina Solar Fotovoltaica Flutuante de Noronha. Com o intuito de aprimorar o abastecimento de água na ilha, a planta anunciada pelo grupo Neoenergia e pela Compesa será instalada no espelho d’água do Açude de Xaréu e deve suprir mais de 50% do consumo de energia da Companhia em Noronha.

A geração por meio de fonte renovável prevê uma redução de 1.663 toneladas de CO₂ emitidos anualmente no arquipélago, reconhecido pela Unesco como Patrimônio Natural da Humanidade.

Leia mais em: Aché aguarda Cade para formalizar compra de 27,5 MW de energia da Atiaia

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