O pagamento de dívidas não parece ser a principal meta de quem busca por crédito no Nordeste. O último Índice FinanZero de Empréstimo (IFE) mostra que nos estados de Pernambuco, Paraíba, Sergipe, Alagoas e Ceará mostra as pessoas estão mais interessadas em pedir empréstimos para abrir seu próprio negócio do que por outras razões.
Pedidos de empréstimos por motivo | Brasil
No Brasil, esse foi o segundo motivo mais citado entre os pedidos de empréstimos, representando 16,9% das solicitações. No resto do país a busca tem sido para arcar com as dívidas, concentrando 32,6% do total dos pedidos de empréstimos. Dos nove estados nordestinos, cinco têm maior percentual de cidadãos investindo para se tornarem pessoas jurídicas.
Um quarto dos pedidos de crédito em Pernambuco, Paraíba, Sergipe, Alagoas e Ceará foi realizado por pessoas solteiras com ensino médio e autônomas – público que soma 24% dos pedidos.
Boom dos microempreendedores individuais
Levantamento do escritório de contabilidade Contabilizei, baseado em dados da Receita Federal, mostra que 1.022.789 milhão de empresas foram abertas no primeiro trimestre de 2022. Do total, 79% são Microempreendedores Individuais (MEIs). Os outros 21% são micro, pequenas empresas, empresas de grande porte, indústrias e agronegócios.
“O crescimento no número de MEI’s, junto ao número de solicitações de crédito para negócio próprio, pode ser uma tendência vista no empreendedorismo por necessidade, mais do que uma adaptação à nova modalidade de trabalho PJ. Os brasileiros viram na abertura do negócio próprio uma alternativa para saírem do endividamento e terem uma renda frente ao desemprego”, analisa Rodrigo Cezaretto Marques, Chief Operating Officer da FinanZero.
Foi durante a pandemia que o empreendedorismo por necessidade mais cresceu, enquanto o número de funcionários contratados por empresas caiu – segundo a pesquisa Estatísticas do Cadastro Central de Empresas 2020, do IBGE. O país encerrou o primeiro ano de pandemia com 5,4 milhões de empresas ativas, cerca de 194,8 mil a mais do que no ano anterior, avançando 3,7%.
Neste cenário, o número de novas empresas com profissionais liberais ou autônomos aumentou mais do que o dobro da média geral, com um crescimento de 8,6%. Enquanto isso, o número de celetistas caiu cerca de 1,8%. De acordo com o IBGE, esta é a primeira vez na série histórica que a queda no número de assalariados ocorreu simultaneamente a um aumento expressivo no número de empresas.
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