Por Juliana Albuquerque
Consórcio SUA Granéis, integrado pela Holding Agemar (Pernambuco), Loxus (Santa Catarina) e Marajó Logística – Marlog (Paraíba), aposta no coque de petróleo como carga principal a ser operada no terminal de granéis sólidos, arrematado em leilão na tarde desta quarta-feira, na B3.
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Pagando R$ 15 mil pela outorga do lote SUA07, as empresas que formam o consórcio terão pelos próximos 25 anos, a partir de 2024, a missão de diversificar o mix de cargas do Porto de Sua´pe, além de aumentar a movimentação portuária do terminal.
“Após dois anos estudando o terminal, hoje nós saímos exitosos, estou muito feliz e com a certeza de muito trabalho pela frente pelos próximos 25 anos, onde tem vários gatilhos e desafios”, revela o líder da holding Agemar, o empresário Manoel Ferreira.
Refinaria na mira da Sua Granéis
Segundo ele, as três empresas juntas detêm know-how no transporte de coque verde de petróleo, produto obtido do processamento de frações líquidas em Unidades de Coqueamento Retardado (UCR), em formato sólido, o que deve ser fundamental para a operação da Refinaria Abreu e Lima (Rnest), a partir de 2027, quando deve ser concluído o seu segundo trem de refino.
“Com a construção do segundo trem da Refinaria Abreu e Lima, já anunciada pela Petrobras, temos uma expectativa de dobrar o volume movimentado em cima desse contrato, o que deve nos render boa parte dos bons frutos ao longo desses 25 anos de concessão”, afirma Ferreira.
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Experiência não falta para assumir esse papel. Juntas, as empresas computam mais de 90 anos de atuação no segmento de logística e operação portuária. A paraibana Marlog, do grupo Marajó Logística, possui mais de 50 anos de atuação no segmento portuário e é uma das maiores empresas no ramo de transportes e distribuição de carga do país, com frota própria e várias centrais de logística.
A Marajó já atua como operador em Suape e nos portos de Belém (PA), Barra dos Coqueiros (SE) e Cabedelo (PB) – neste último é a responsável pelo maior volume de cargas movimentadas.
A Agemar, com quase quatro décadas operando no Porto do Recife, conta com uma estrutura logística para executar todos os processos que envolvem carga, descarga e armazenagem de granéis sólidos e cargas em geral. Já a Loxus, empresa catarinense, constituída em 2000, atua como consultora e operadora de projetos logísticos e portuários.
Refinaria Abreu e Lima
Em novembro do ano passado a Petrobras desistiu de vender os ativos da Refinaria Abreu e Lima (Rnest) localizada em Pernambuco. Em seu plano de investimentos até 2026, incluiu a conclusão do segundo trem de refino da operação. Segundo a estatal, serão investidos cerca de R$ 5 bilhões (US$ 1 bilhão) no plano de conclusão da segunda unidade de refino em Pernambuco, possibilitando a ampliação de sua produção de 115 mil para 260 mil barris por dia (bpd) em 2027.
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