Fibra ótica compartilhada deve agilizar implementação do 5G no Nordeste

Empresa V.tal está investindo na implementação do sistema de compartilhamento da rede de fibra ótica - modelo que deve acelerar avanço do 5G na Região Nordeste

Por Juliana Cavalcanti

A implantação da tecnologia 5G em todo o Brasil vai proporcionar nos próximos anos uma modernização nos sistemas de acesso aos serviços de telecomunicações e internet de uma forma acelerada, além de trazer um novo modelo de uso da infraestrutura instalada para fornecer a tecnologia. O modelo de compartilhamento do sistema de cabeamento pelas operadoras de internet deve se firmar como mais viável e é nisso que aposta a V.tal – uma das maiores empresas de infraestrutura de fibra ótica do Brasil e a primeira a oferecer para as operadoras o sistema de aluguel no segmento.

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fibra ótica - 5G - V.tal
Compartilhamento de redes de fibra ótica devem agilizar implementação do 5G/Foto> V.tal/Divulgação

Na prática, a V.tal instala toda a infraestrutura de conectividade até a casa dos clientes e as operadoras pagam pelo uso do sistema de fibra ótica, um serviço chamado de FTTH (Fiber to the home – fibra até a casa, numa tradução livre do inglês). No Nordeste a empresa já fechou contrato com sete provedores que, juntos, representam um total de 3 milhões de residências com disponibilidade para instalação do serviço de internet por fibra ótica. Ao todo, são 41 municípios nos nove estados da região.

“Estamos trazendo para o mercado de Telecom um conceito que até adotamos, de compartilhar a infraestrutura e otimizar um recurso já disponível: abrir a rede e compartilhar o sistema, com múltiplos operadores de banda larga para prestarem o serviço ao cliente final. A inovação acontece no modelo de negócio. Não precisa passar fibra em poste, ou fibra subterrânea. As operadoras de internet agora passam a poder complementar a rede própria, buscar novos clientes, e esse modelo também fomenta a oferta de banda larga no território brasileiro”, explica Rafael Marquez, diretor de Marketing da V.tal.

A V.tal foi formada a partir do processo de separação estrutural dos ativos de fibra ótica da Oi. A infraestrutura de transporte separada, numa empresa que está em processo de troca de controle para os fundos do BTG Pactual, com a Oi mantendo participação acionária minoritária. A operação recebeu aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e aguarda análise da Anatel, entre outras aplicáveis, para estar totalmente concluída. A marca V.tal foi lançada em agosto de 2021 e atualmente a empresa oferece infraestrutura para mais de 400 empresas, entre operadoras de telecomunicações nacionais, internacionais e provedores regionais.

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Rafael Marquez - V.tal
Diretor de Marketing da V.tal, Rafael Marquez explica que o 5G vai demandar capacidade aumentada para troca de dados/Foto: V.tal/Divulgação

Segundo Marquez, a previsão de investimento da V.tal nos próximos quatro anos é de R$ 30 bilhões, com expectativa de crescimento em regiões onde até hoje o serviço de banda larga não é oferecido. Ele também destaca que essa mudança na infraestrutura vai permitir o pleno funcionamento da tecnologia 5G, que demandará uma grande capacidade de troca de dados.

“O 5G demanda mais qualidade para a utilização das aplicações que vêm por aí. A realidade virtual, a telemedicina, a indústria mais conectada, o agronegócio – tudo isso vai demandar muitos dados e a tecnologia de fibra se mostrou mais adequada para esse ‘novo futuro’”, prevê Rafael Marquez.

Para o usuário final, ele vislumbra um serviço mais eficiente, com maior velocidade e custo-benefício melhor. “O usuário final será atendido num modelo financeiro diferente, que pode entregar mais velocidade. Em vez de investir para fazer sua própria rede, no modelo de aluguel um percentual dos clientes contratados vai remunerar a V.tal. Para todos será importante uma estrutura ágil, acionada por casa conectada. Então há um interesse de eficiência em toda a cadeia, com a meta de chegar a novas regiões do país”, explica o diretor.

Marquez acrescenta que o modelo de aluguel pressupõe a “rede neutra”, com inúmeras possibilidades de compartihamento. “Basicamente, em termos tecnológicos, não têm limites. O limite é mais a demanda de mercado [não a infraestrutura]. Outra questão é que esse modelo vai ter um papel fundamental para viabilizar o 5G – já que as torres móveis precisarão estar fibradas e serão necessárias de 5 a 10 vezes mais antenas do que as existentes hoje em dia. Então acredito que haverá uma grande transformação nesse mercado nos próximos anos”, complementa.

Ele ressalta que a mudança deve acontecer de forma rápida – também pelos prazos estabelecidos nos contratos de concessão do serviço. Segundo o diretor comercial da V.tal, em pelo menos 220 municípios brasileiros o serviço já está pronto para ser conectado – o que representa cerca de 15 milhões de residências e rede de transporte (backbone) em 2.300 cidades.


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