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Mercado imobiliário retoma lançamentos em Pernambuco

A pandemia adiou lançamentos e entregas mas vai dando lugar a uma retomada que já se reflete no aumento das vendas. Clientes procuram imóveis que atendam novas necessidades de moradia e trabalho Por Etiene Ramos O mercado imobiliário nacional está animado com as vendas do primeiro semestre deste ano, que cresceram 46,1% em relação ao […]
Etiene Ramos
Etiene Ramos
Jornalista

A pandemia adiou lançamentos e entregas mas vai dando lugar a uma retomada que já se reflete no aumento das vendas. Clientes procuram imóveis que atendam novas necessidades de moradia e trabalho

Por Etiene Ramos

Torres da ACLF somam mais de 3 mil unidades em Paulista, mudando o cenário da cidade – Foto: Divulgação

O mercado imobiliário nacional está animado com as vendas do primeiro semestre deste ano, que cresceram 46,1% em relação ao mesmo período do ano passado, segundo a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic). Na comparação entre o segundo trimestre de 2021 com o de 2020, a evolução foi ainda maior, atingindo 60,7%. Apesar do repique da inflação, que atingiu os dois dígitos nos últimos 12 meses, acumulando uma alta de 10,25%, a tendência, segundo os empresários do setor, é que 2021 seja de investimentos e bons negócios.

Apesar do início de 2020 ter sido mais retraído por conta da pandemia, o diretor da construtora ACLF, Fernando Fink, diz que o segundo semestre de 2020 já foi muito bom, e que este ano a expectativa é de crescimento nas vendas. “Já estamos com um desempenho de vendas superior ao ano de 2020. Tivemos um novo lançamento neste semestre e projetamos pelo menos três lançamentos para 2022, em Paulista e no Recife”, afirma, revelando que a construtora já se prepara para ganhar terreno na capital.

Fernando Fink, da ACLF: vendas do primeiro semestre superaram as de 2020 – Foto: Divulgação

A ACLF descobriu em Paulista, município da Região Metropolitana do Recife (RMR), uma demanda reprimida por imóveis para a classe média local e, nos últimos cinco anos, já construiu 81 torres e 3.040 unidades, criando novos bairros, e mantendo famílias na cidade, que perdia moradores por falta de ofertas de imóveis com área de lazer, boa localização e financiamento bancário. A demanda maior é por apartamentos de três quartos e, para atendê-la, no final de agosto, a construtora lançou o Mirante do Frio, um conjunto de cinco torres, com 340 unidades e vista para o verde da Mata do Frio, um reduto verde da cidade, que é mais conhecida por suas praias, onde a ACLF foi pioneira na construção de condomínios à beira-mar.

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A construtora vem liderando um movimento, ao lado do trade turístico e do poder público da região, para desenvolver o turismo no Litoral Norte e atrair novos empreendimentos residenciais e de hotelaria, de diversos perfis, como aconteceu com o Litoral Sul da RMR, nas últimas três décadas. O movimento deve impulsionar a economia do Litoral Norte e, consequentemente, o mercado imobiliário.

A iniciativa vem no rastro da pandemia e do olhar de que o Litoral Sul está melhor preparado para os cliente do pós-pandemia que, ao impor o distanciamento social e forçar o trabalho remoto, ampliou a valorização do ambiente doméstico e os proprietários agora querem mais espaço, mais qualidade e bem estar. Seja por vontade ou necessidade, o fato é que a procura aumentou com a estabilização da crise pela vacinação. As construtoras com empreendimentos adiantados no Litoral Sul partiram para a retomada de lançamentos, que estavam suspensos pela pandemia, e estão acelerando novos empreendimentos mais voltados para atender às mudanças.

Revoada para o Litoral Sul

A Reserva do Paiva, bairro planejado, construído pela Odebrecht, há 13 anos, na praia do Paiva, município do Cabo de Santo Agostinho, cidade próxima ao Recife, ilustra bem o aumento da procura, segundo Gustavo Morais, da Direct Imóveis, que está à frente das vendas do Paiva desde o início e anuncia três lançamentos até o final do ano, dois residenciais e um empresarial. 

O primeiro é a segunda fase do condomínio Verano, interrompida no auge da crise da Odebrecht,  e que agora está em plena retomada pela construtora. “As duas torres, com 108 apartamentos de três quartos e 97 m2, venderam muito rápido e a entrega será daqui a 18 meses. Agora estamos preparando o lançamento de outras duas torres, até novembro”, revela Gustavo Morais, sócio da Direct. 

Reserva do Paiva tem praia e infraestrutura para morar, o modelo mais procurado desde a pandemia – Foto: Divulgação

O segundo é um condomínio de apartamentos de alto padrão, que será construído na beira-mar do Paiva, pelos grupos Brennand e Rio Ave, e terá projeto do escritório franco-brasileiro Triptyque Architecture, com propostas diferenciadas para os diversos perfis de clientes. 

A volta dos lançamentos residenciais no bairro, impulsionou também o relançamento do Novo Mundo Empresarial, produto do fundo imobiliário Ulbrex, do banco FortBrasil, com salas a partir de 33 metros quadrados e valor estimado em R$220 mil, ou andares inteiros, que, durante a pandemia, ficaram à espera de clientes e estes de mais estabilidade no horizonte. “Vamos ter descontos bem expressivos e financiamento para compra das unidades, o que é muito difícil acontecer em imóveis comerciais. Ainda não está definido, mas a expectativa é que até 80% do valor poderá ser financiado, com prazo de 15 anos”, revela Morais. 

Para ele, a aceleração do trabalho remoto, no ano passado, e que segue agora a tendência do modelo híbrido entre o virtual e o presencial, não vai tirar os empresariais de cena. “Durante a pandemia, a busca por espaços para trabalho na Reserva do Paiva aumentou porque trabalhar só em casa fica improdutivo. Por isso a mudança para o híbrido foi muito benéfica”, comenta o empresário.

Também no Litoral Sul do Grande Recife, a praia de Muro Alto, vizinha à famosa Porto de Galinhas, vê a chegada de novos condomínios de segunda residência, lazer e investimento para aluguéis de temporada. Na última quinta-feira (7), mais dois lançamentos de alto padrão chegaram ao mercado: os condomínios Naturê e Tropí, da Due Incorporadora junto com a Árbore Engenharia, que entrou no Nordeste há dois anos.

Os empreendimentos vão ser os primeiros do Litoral de Pernambuco a contar com o financiamento da Caixa para imóveis na planta. Com perfil de luxo, serão na beira-mar de Muro Alto, com unidades térreas, piscinas privativas e opções de um, dois ou três quartos e serviços de resorts. Plantas diferentes mas clientes com um único objetivo: rentabilidade no investimento, seja financeiro ou em qualidade de vida. “Imóveis no Litoral são uma ótima opção para quem quer diversificar sua carteira de investimentos e ter rentabilidade. E também têm funcionado como segunda residência para muitas pessoas, ou alternativa de lazer da família, em especial na pandemia”, afirma Armando Nogueira, CEO da Nogueira Corretores de Imóveis, uma das responsáveis pelas vendas.

Fábio Gueiros, sócio da Central de Vendas, com expertise no Litoral Sul,  também irá comercializar o Naturê e o Tropí, e também observa o aumento da busca dos clientes por segunda residência e a aposta dos investidores em aluguel por temporada para ter mais retorno do que no mercado financeiro. “Experimentamos um crescimento de 35% nas vendas no primeiro semestre e 2021 pode ser não só o nosso melhor ano, mas do mercado imobiliário como um todo”, avalia, ainda mais motivado pelos juros baixos para compra de imóveis e o avanço da vacinação. Na prateleira, o Beach Class Solare, da construtora pernambucana Moura Dubeux, em Muro Alto, e outros lançamentos nas praias de Carneiros e de Serrambi, também no Litoral Sul. 

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