Vendas de imóveis de alto padrão cresceram 13% no 3º trimestre de 2023

Esta é a segunda matéria da série Retomada que vai falar sobre o aumento das vendas dos imóveis de alto padrão que ocorre em Pernambuco.
Luís Henrique Valverde, do braço imobiliário do Grupo Ricardo Brennand, cita alguns fatores que contribuíram para a retomada das vendas dos imóveis de alto padrão. Foto: Divulgação

O mercado de alto padrão de imóveis passa por um momento de retomada em Pernambuco. Somente como exemplo, construtoras como a Moura Dubeux, Rio Ave e os dois grupos empresariais que estão à frente do Bairro do Paiva colheram bons resultados no ano passado. No terceiro trimestre de 2023, este tipo de imóvel registrou um aumento de vendas de 13%, comparando com o mesmo período de 2022.

“2023 foi um ano atípico. Para 2024, a expectativa é de que o humor esteja melhor para o consumo de imóveis”, afirma o diretor de Incorporação da Construtora Moura Dubeux, Eduardo Moura. 

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No ano passado, a Moura Dubeux fez quatro lançamentos com o Valor Geral de Venda (VGV) de R$ 320 milhões e vendeu R$ 380 milhões em Pernambuco. “Geralmente, a gente lança mais e vende menos. Em 2024, vamos fazer quatro lançamentos da ordem de R$ 550 milhões e esperamos vender R$ 450 milhões em Pernambuco, o que representa um aumento de 20%. É significativo”, conta Eduardo. 

Ele argumenta que o investidor também é um grande consumidor neste tipo de imóvel. No ano passado, o Recife ficou com o terceiro maior valor do aluguel por metro quadrado do Brasil, segundo o índice FipeZap.

Parte do otimismo do setor com 2024 inclui fatores como uma certa estabilidade política, a aprovação de reformas, como a tributária, e a perspectiva de mais redução na taxa Selic. A pandemia também contribuiu. Depois da crise sanitária, as pessoas começaram a procurar imóveis dentro de um conceito de segunda residência com mais características de lazer, próximos da natureza, de acordo com pelo menos três executivos do setor. “As pessoas estão buscando morar com mais qualidade de vida. Imóveis que remetem à casa, que têm o pé direito alto e varandas grandes ”, argumenta o diretor do braço imobiliário do Grupo Ricardo Brennand,  Luís Henrique Valverde 

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Os grupos Cornélio Brennand e Ricardo Brennand lançaram dois empreendimentos com este perfil na Praia do Paiva, Litoral Sul de Pernambuco. O Essenza e o Unique. O primeiro foi lançado em 2021 e o segundo no final de 2023. “São dois grandes sucessos. O Essenza está 94% vendido e o Unique comercializou 44% das  suas unidades”, diz Luís Henrique. 

Ele considera Suape um fator adicional na retomada deste segmento. “A Maersk vai construir um segundo terminal de contêineres em Suape num investimento bilionário, o presidente Lula anunciou a retomada das obras da Refinaria Abreu e Lima (Rnest) nos próximos quatro anos. Há um aquecimento econômico na região. Estamos muito otimistas com o cenário dos próximos anos no Litoral Sul”, comenta.

Atualmente, 3.300 pessoas moram no Paiva. Em quatro anos, este total vai chegar a ter 5 mil pessoas. “O foco é na qualidade do desenvolvimento urbano. São dois grupos empresariais que vão fazer um crescimento sustentável e planejado”, defende Luís Henrique.

Diretor executivo de Mercado, Márcio Tadeu Fernandez, diz que 2023 foi o ano de maior vendas nos último cinco anos. Foto: Divulgação.

Também especializada em imóveis de alto padrão, a construtora Rio Ave também percebe uma retomada neste segmento. A empresa está com sete obras em andamento, iniciadas nos últimos três anos. Em todas as obras, a companhia emprega 770 pessoas. Há um ano, eram 500 pessoas. “Aumentou em 50% o quadro de pessoal”, explica o diretor executivo de Mercado, Márcio Tadeu Fernandez. 

Nos últimos cinco anos, 2023 foi o de maior venda para a Rio Ave. A empresa lançou um residencial menos adensado na Praia de Carneiros com “casas suspenas”, em prédio de três andares com cada um com uma entrada a partir do chão,  além de estúdios de 30 a 100 metros quadrados. As obras começaram em maio do ano passado, estão com 10% de execução e tem a conclusão prevista para 2026. “Vendemos 68% em um ano. Não foi uma surpresa, porque as pesquisas apontavam esta demanda por um projeto menos adensado. A tendência é uma curva crescente”, conclui Márcio.

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