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Fortescue reúne governadores do NE para pressionar por marco legal do H2V

A regulamentação precisa contemplar a garantia de condições estruturantes para tornar o hidrogênio verde competitivo, defende a Fortescue
Fortescue e governos
Representantes da Fortescue, do Consórcio Nordeste e da Sudene pousam para foto na Holanda/Foto: Consórcio Nordeste

Nesta segunda-feira (13), governadores e vice-governadores do Nordeste presentes na World Hydrogen Summit & Exhibition 2024, que acontece em Roterdã (Holanda), até a quinta-feira (15), se reuniram com a Fortescue, empresa global de energia verde e tecnologia, para tratar de um ponto fundamental para o avanço dos projetos de hidrogênio verde no Brasil: o desenvolvimento de uma legislação que inclua condições estruturantes para impulsionar os primeiros grandes investimentos neste setor.

Sem essa legislação, que seria o marco legal para essa nova indústria, os projetos não vão avançar porque os investidores reclamam por segurança jurídica. Então, para empresas interessadas em implantar unidades de geração no Brasil, é fundamental ter uma lei que regulamente o setor.

A Fortescue, que tem planos para investir US$ 5 bilhões numa planta de produção de H2V na Zona de Processamento de Exportação (ZPE) de Porto de Pecém, está preocupada com situação e conseguiu mobilizar governadores e representantes de oito (8) estados nordestinos, reunidos no Consórcio Nordeste, além da Associação Brasileira da Indústria de Hidrogênio Verde (ABIHV), da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), da Sudene e de diferentes empresas do setor.

Brasil pode ser o grande player global

Durante o encontro, que contou com a governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra à frente do Consórcio, Fortescue ressaltou a oportunidade do Brasil se apropriar e capitalizar suas vantagens em energia renovável para impulsionar a indústria do hidrogênio verde. O país está bem-posicionado para se destacar como um dos principais atores globais no desenvolvimento desse setor e sua cadeia de valor.

A abundância de energia renovável a preços competitivos, juntamente com um sistema de comercialização robusto, uma sólida infraestrutura de transporte de energia e portos bem estruturados, além das Zonas de Processamento de Exportação (ZPEs), são fatores que capacitam o País a participar dessa competição global.

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A companhia, por meio da ABIHV, destaca, no entanto, que é crucial estabelecer condições que permitam ao hidrogênio verde competir em termos de custo com o hidrogênio cinza.

“Esta reunião com os membros do Consórcio Nordeste e atores relevantes do setor reafirma o interesse da Fortescue em promover o desenvolvimento de projetos de hidrogênio verde na região. Para isso, é fundamental continuar trabalhando em conjunto para garantir o desenvolvimento de um marco regulatório que permita ao Brasil manter a vantagem que essas características proporcionam à sua ampla matriz energética, assim como a maturidade do mercado energético. Nesse contexto, a regulamentação precisa contemplar a garantia de condições estruturantes para tornar o hidrogênio verde competitivo”, destacou Sebastian Delgui, gerente da Fortescue para Assuntos Públicos e Comunidades da América Latina.

Projeto da Fortescue em Pecém

A planta de produção de hidrogênio verde da Fortescue em Pecém tem capacidade de produção final do projeto é de 837 toneladas por dia (tpd) de hidrogênio verde, com base no consumo de 2,1 GW de eletricidade de fontes renováveis. A planta terá capacidade para produzir 15 milhões de toneladas de hidrogênio verde por ano.

Trata-se do maior projeto de desenvolvimento de plantas de hidrogênio verde do Brasil e um dos maiores do mundo. Os estudos de impacto ambiental para a planta foram aprovados pelo Conselho Estadual do Meio Ambiente do Ceará (Coema) em outubro de 2023 e o projeto está avançando.

ZPE Ceará Porto de Pecém
ZPE de Pecém, onde a Fortescue pretende investir US$ 5 bilhões/Foto: Ascom ZPE Ceará/Divulgação

A expectativa é de que, durante a fase de construção, cerca de 5.000 empregos sejam criados. Além disso, um ponto importante é que a planta utilizará água de esgoto tratado (água reutilizada) e do oceano, portanto não haverá impactos no abastecimento local de água potável.

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