Com Agência Brasil
A Sudene aprovou a liberação da primeira parcela de financiamento do Fundo de Desenvolvimento do Nordeste (FDNE), no valor de R$ 98,2 milhões, para a São Francisco Transmissão de Energia S.A, controlada pela Sterlite Brazil Participações. O investimento total do projeto, localizado na Bahia, é de R$ 815,21 milhões, dos quais R$ 150 milhões do fundo. O empreendimento tem estimativa de geração de 1.625 empregos diretos e indiretos.
Pelo contrato de financiamento, a empresa ficará responsável por contrapartidas econômicas, sociais e ambientais, que incluem parcerias com as prefeituras onde o projeto será implantado para contratação de mão de obra local. Também na área socioambiental, o operador ficará responsável por um trabalho junto com o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), voltado para o apoio às comunidades quilombolas da região.
Conheça a nova linha de transmissão na BA
Com 365 km de extensão, a nova linha de transmissão na Bahia vai atender a diversos municípios do estado e de Sergipe. Integram o projeto as linhas de transmissão Porto Sergipe-Olindina, Olindina-Sapeaçu e Morro do Chapéu-Irecê.
Os recursos do FDNE serão alocados na implantação das subestações situadas em cinco municípios: Olindina, Sapeaçu, Cafarnaum e Irecê (esses quatro, na Bahia) e Barra dos Coqueiros (SE).
Sudene agiliza liberação para transmissão
A diretoria colegiada da Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste deu o sinal verde para o primeiro aporte no projeto, no final de dezembro passado. A consulta prévia da empresa São Francisco Transmissão de Energia S.A para acesso aos recurso do FDNE foi aprovada pelo colegiado em 2022 e o agente operador do projeto é o Banco do Brasil.
NE: investimentos de R$ 3,8 bi em transmissão
Além deste empreedimento, o setor elétrico do Nordeste vai receber investimentos, já contratados pela Aneel, de R$ 3,8 bilhões em linhas de transmissão que vão beneficiar os estados de Pernambuco, Bahia e Sergipe e garantir mais segurança energética para a região e o país. O anúncio dos novos projetos aconteceu em outubro passado, após o apagão, em agosto, que desconectou os estados nordestinos e do Norte das redes do Sul e Sudeste.
Ao todo, 25 estados foram afetados. De acordo com o relatório final do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) sobre o incidente, o desligamento da linha de transmissão Quixadá-Fortaleza II (CE) foi o “evento zero” da pane. Na sequência, equipamentos de usinas eólicas e solares também tiveram falhas, o que levou a um efeito dominó, com a desativação de várias linhas.
Um mês e meio depois do apagão, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) assinou os contratos com as empresas vencedoras do 1º leilão de transmissão de energia elétrica do ano, realizado em junho.
Segundo o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, esses novos contratos irão garantir o escoamento de energia de fontes eólica e solar no Nordeste e, com isso, evitar a ocorrência de panes.
Cinco lotes de transmissão no NE
Dos nove lotes leiloados neste pacote – que englobam 33 empreendimentos e vão receber investimentos de R$ 15,7 bilhões – cinco são no Nordeste, incluindo o maior desses contratos: uma linha de transmissão entre a Bahia e Minas Gerais, com 1.116 quilômetros, e que vai receber aportes de R$ 3,16 bilhões da Companhia de Transmissão de Energia Elétrica Paulista (CTEEP).
Os baianos serão beneficiados por mais três lotes. Uma linha de 1.614 km, também até Minas Gerais, terá investimentos de R$ 347,8 milhões da Rialma Administraçāo e Participações. Outro projeto, interligando Bahia, Minas e Espírito Santo, está orçado em R$ 249,3 milhões, tendo como concessionária o Consórcio Engie Brasil.
Confira investimentos no setor elétrico em SE e PE
O lote da Celeo Redes Brasil (714 km) interliga Sergipe e Bahia e tem budget de R$ 99,8 milhões. Pernambuco, por sua vez, terá uma linha de transmissão (38 km), da Rialma, com orçamento de R$ 19,5 milhões.
Saiba os números totais dos contratos assinados em setembro
Além dos estados nordestinos, Minas e Espírito Santo, o pacote contratado pela Aneel em outubro, contempla também o Rio de Janeiro e São Paulo. O prazo de conclusão das obras é de 36 a 66 meses.
As seis concessionárias vencedoras – entre elas Eletrobras Furnas – ficarão responsáveis pela construção, operação e manutenção de 6.184 quilômetros de linhas de transmissão e 400 megavolt-amperes (MVA) em capacidade de transformação de subestações. A Aneel estima que a implantação e funcionamento desses projetos vão gerar criados 29.300 empregos.
Último leilão de transmissão
O último leilão de transmissão da Aneel em 2023 foi realizado em 15 de dezembro, com R$ 21,7 bilhões captados para investimentos na construção e manutenção de 4.475 km de sistemas. No certame, foram leiloados três lotes, no Maranhão, Goiás, Minas Gerais, São Paulo e Tocantins
O vencedor do Lote 1 foi a State Grid Brazil Holding S.A., que arrematou por R$ 1,936 bilhão, representando deságio de 39,90%. O lote 2 foi para o Consórcio Olympus XVI por R$ 239,5 milhões, com deságio de 47,01%. O lote 3 ficou com a Celeo Redes S.A. pelo valor de R$ 101,2 milhões, com deságio de 42,39%.
Em 2024, o primeiro leilão de transmissão da Aneel está marcado para 28 de março, na sede da B3, em São Paulo. A expectativa da agência é atrair investimentos de R$ 20,5 bi. Serão ofertados 15 lotes no Ceará, Piauí, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Bahia, Tocantins, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Mato Grosso do Sul e Santa Catarina.
Esses projetos vão contemplar 6.475 quilômetros de novas linhas de transmissão e seccionamentos e de 9.200 mega-volt-ampères (MVA) de capacidade de transformação. A previsão de geração de empregos diretos é de 41 mil postos.
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