O futuro energético em debate no Fórum Nordeste 2023

Serão abordados temas fundamentais para os setores de biocombustíveis, etanol e energias limpas no Nordeste.
Energia eólica no Nordeste: o Complexo Novo Horizonte, com orçamento de R$ 3 bilhões, tem características bem representativas do momento vivido pela energia eólica no Nordeste. É bastante simbólico o fato de envolver duas multinacionais do setor que estão investindo na região: uma em geração, a outra em produção de equipamentos
Transição energética do Nordeste ganha debates relevantes nesta segunda-feira/Divulgação Vesta

Por Carlos André Carvalho, da Folha de Pernambuco

Grupo EQM, presidido pelo empresário Eduardo de Queiroz Monteiro, promove, nesta segunda-feira (04), o Fórum Nordeste 2023. O evento acontece no Mirante do Paço, no bairro do Recife, a partir das 8h. O Fórum, que chega a sua 12ª edição, tem como tema central a transição energética e vai trazer, ao longo do dia, cinco palestras com nomes relevantes da área que vão não só traçar um panorama sobre assuntos como descarbonização e sustentabilidade, mas apontar caminhos para um futuro melhor para o planeta.

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Serão abordados temas fundamentais para os setores de biocombustíveis, etanol e energias limpas. A ideia é, também, estender as discussões aos meios necessários para se alcançar, por exemplo, os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) estipulado pela Organização das Nações Unidas (ONU) e também os impactos das mudanças climáticas.

A transição energética, termo que define a mudança nos processos de geração e consumo de energia oriundas de fontes não renováveis, e mais poluentes, para aquelas renováveis é um assunto que vem ganhando cada vez mais importância no mundo inteiro.

Futuro energético

Substituir carvão, gás ou petróleo, por exemplo, por outros combustíveis; e dar mais enfâse na geração hídrica (produzida com a  água dos rios); solar; eólica (com  o vento como fonte); biomassa (energia oriunda de matéria orgânica), a geotérmica (energia do interior da Terra) e a oceânica (energia dos mares e das ondas) é crucial para o futuro. Nesse panorama, o Brasil é um ator imprescindível para a tansição energética mundial. 

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Temos um sistema de geração de energia elétrica entre os mais limpos do mundo com uma participação de 88% das fontes renováveis. Em termos gerais, a matriz energética brasileira também está na vanguarda com a participação de 48% de fontes renováveis com o uso mais difundido do etanol como exemplo.

Investimentos privados

O presidente da Datagro, Plínio Nastari – um dos palestrantes do Fórum Nordeste -, vai falar justamente sobre o potencial de mercado para o etanol e os outros biocombustíveis e da necessidade de haver regulações apropriadas para que ocorram investimentos privados nessa área. “O mercado mundial é altamente demandador de biocombustíveis e, em particular, de etanol”, salientou.

Ainda segundo Nastari, quando se fala em transição energética, a Região Nordeste tem um papel relevante por conta de sua capacidade extraordinária de geração de energia renovável. “Não estou falando só de biocombustíveis, biomassa, mas também eólica e solar fotovoltaica; e a conjunção dessas capacidades é muito propícia à produção de combustíveis sintéticos”, lembrou.

Para o presidente da Datagro, usar energias como eólica e solar para geração de hidrogênio verde, e lançar mão deste último combinado com CO2 biogênico gera uma gama enorme de produtos que são capazes de ser utilizados em transporte marítimo e aéreo. “Tem um potencial muito grande. A discussão desse tema na Região Nordeste é muito estratégica”, acrescentou.

Potencial do Nordeste

O presidente do Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool do Estado de Pernambuco (Sindaçúcar-PE), Renato Cunha, ressalta a importância do evento pela diversidade de subtemas englobados dentro da transição energética. “O Fórum Nordeste, além de abordar energias eólica e solar, foca também na contribuição fundamental da biomassa da cana, do etanol, do biometano, do hidrogênio verde, combustíveis de aviação e marítimo na matriz internacional de transportes. Isso promove um forte impulso nas políticas de combate ao danoso e indesejável efeito estufa. Reúne, assim, empreendedores e a academia na busca por um planeta mais limpo e inclusivo”, esclareceu.

Já o prefeito do Recife, João Campos (PSB), entusiasta das questões que envolvem a transição energética, diz que o Nordeste tem o potencial de ser um exemplo para mostrar ao mundo que é possível aliar o desenvolvimento econômico com a proteção do meio ambiente. “Para tanto, é preciso que todos os setores da sociedade trabalhem irmanados com esse objetivo, porque a transição energética justa não é um processo simples e suscita investimentos em infraestrutura, pesquisa, tecnologia e também de educação”, destacou.

Ainda segundo o prefeito, o Nordeste tem o potencial e a responsabilidade de ser uma referência na busca por um futuro mais limpo e socialmente justo e responsável. “No Recife, já assumimos o compromisso durante a COP-26, na Escócia, de trazer a energia solar para a rede de educação. E já estamos dando exemplo ao mundo, com a instalação de usinas de energia solar na rede municipal de ensino. Além de toda economia que promovemos, estamos levando este tema para dentro das salas de aula para mobilizar a comunidade escolar”, disse Campos.

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