O conselho administrativo dos Fundos de Investimento Climático (CIF) aprovou, na última sexta-feira (30) um plano de US$ 70 milhões para apoiar a flexibilidade da rede para a integração de energia limpa no Brasil. Desse total, cerca de US$ 35 milhões – o que corresponde a cerca de R$ 168 milhões – serão destinados aos projetos no Complexo do Pecém, segundo informações do governo do Ceará. Os recursos serão empregados na construção de uma infraestrutura comum e projetos de inovação a serem compartilhados pelos futuros empreendimentos de hidrogênio verde (H2V) que pretendem se instalar no complexo portuário cearense.
Para receber os recursos do CIF, o País deve dobrar a capacidade de energia renovável, reduzir as emissões em pelo menos 57 milhões de toneladas de CO2 equivalente, acelerar a produção de hidrogênio em larga escala e promover o acesso à energia limpa para milhões de pessoas.
Entre os estados brasileiros, o Ceará é o que tem maior número de projetos previstos para a implantação de unidades de hidrogênio verde. São 31 memorandos de entendimento com empresas nacionais e estrangeiras, incluindo três pré-contratos já firmados, nos quais a previsão de investimento é de US$ 8 bilhões (R$ 38,8 bilhões).
Porto do Pecém
Segundo o presidente do Porto do Pecém, Hugo Figueirêdo, “o financiamento da plataforma de investimento CIF’s Renewable Energy Integration (CIF REI) será fundamental para impulsionar as ações previstas para melhorar a infraestrutura do Complexo do Pecém para receber o Hub de Hidrogênio Verde”. Ele explica que o investimento será para implantação de infraestruturas compartilhadas estabelecendo um hub de capacitação e inovação para a cadeia do H2V na região do Pecém.
“Estão incluídos estudos, projetos e sistemas para operação do H2V, bem como laboratório multiusuário de formação, pesquisa e desenvolvimento de energias renováveis e H2V e assistência técnica com treinamento de mão de obra”, conclui Hugo. A expectativa é de que o Complexo do Pecém deve investir R$ 2,2 bilhões para dotar o terminal de infraestrutura capaz de abrigar os projetos de H2V previstos.
Ainda durante o anúncio do recurso, o governador do Ceará, Elmano, de Freitas diz que o Nordeste tem potencial para produzir hidrogênio verde em um volume superior ao que o Brasil pode consumir. Essa condição transforma o país em um exportador do combustível, além de abrir uma nova matriz energética, mais limpa, para a indústria nacional. “Os desafios para avançar nesta produção estão na regulamentação, no crédito e em um tratamento diferenciado na reforma tributária, que precisa entender que o tema é estratégico”, comenta o chefe do executivo cearense.
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