Segundo dados da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), o Ambiente de Contratação Livre (ACL), mais conhecido como mercado livre de energia, registrou salto de 30% no Brasil em novas unidades consumidoras no primeiro trimestre de 2023, mantendo o ritmo de crescimento antes da aguardada abertura para um universo maior de consumidores, previsto para acontecer a partir de 2024, quando as taxas de migração devem acelerar.
Entre janeiro e março deste ano, foram registrados na CCEE 1,4 mil novos pontos de consumo, fazendo com que o “ACL” alcançasse um total de 32 mil consumidores habilitados a negociar livremente a compra de energia junto a qualquer fornecedor, comercializador ou gerador. A região Nordeste possui cerca de 23 mil empresas que já poderiam migrar para o mercado livre de energia, sendo mais de 4 mil apenas em Pernambuco.
A partir de 2024, todos os consumidores ligados em média tensão poderão contratar energia no mercado livre e há uma expectativa de abertura total para usuários em média e baixa tensão nos próximos quatro anos. Na prática, isso significa que cerca de 100 mil novos consumidores de menor porte, como padarias e outros pequenos comércios, estarão aptos a migrar ao Ambiente de Contratação Livre.
Atualmente, o Brasil conta com o Mercado Livre de Energia como alternativa eficiente e segura para reduzir a conta de energia de empresas e indústrias. De acordo com a Portaria 50/22 do Ministério das Minas e Energia, empresas e indústrias que tenham contrato de demanda acima de 500 KW (ou combinação de unidades sob o mesmo CNPJ com esse valor) já podem aderir ao Mercado Livrea partir de qualquer fonte energética como por exemplo a eólica e a fotovoltaica, que são consideradas fontes de energia limpa e renováveis.
Benefícios do mercado livre de energia
Os benefícios deste ambiente de contratação incluem potencial economia na tarifa, migração para energia renovável, maior controle e uso mais eficiente do recurso. Indústria em geral, supermercados, cerâmica, comércio varejista e atacadista, são exemplos de setores para os quais a migração é bastante vantajosa.
Para tirar dúvidas e explicar melhor como funciona essa estratégia do ACL, a 2W Ecobank, que está no mercado há 15 anos e é uma das principais empresas comercializadoras de energia renovável do Brasil,vai realizar nos próximos meses uma série de visitas nas principais cidades do estado com potencial empresarial como Caruaru, Garanhuns e Petrolina.
As agendas serão voltadas a empresários, executivos e gerentes de áreas que atuam na tomada de decisões estratégicas das empresas. O foco será mostrar aos empresários como economizar entrando para o mercado livre de energia
“Nosso foco principal são clientes de pequeno e médio porte, no que a companhia encara como uma oportunidade para democratizar a energia renovável comercializada no mercado livre. A 2W conta com 109 clientes na região Nordeste, sendo 11% deles em Pernambuco e um time de mais de 3.000 parceiros de negócios, sendo grande parte integrada por empresas de energia solar”, destaca Claudio Ribeiro, CEO da 2W Ecobank.
2W se reposiciona
Neste ano, a 2W Ecobank – geradora e comercializadora de energia – anunciou um reposicionamento de seus negócios, ampliando sua atuação com a oferta de serviços financeiros e de sustentabilidade. A companhia, que passou a se chamar 2W Ecobank, investiu mais de R$ 20 milhões nesse processo, visando se tornar uma “facilitadora” para pequenas, médias e grandes empresas, em soluções financeiras, de energia e de sustentabilidade.
Uma das novidades é o banco digital, criado em parceria com um grande player do setor bancário, cujo nome não foi revelado. “Somos uma plataforma que tem objetivo de fornecer energia renovável, finanças verdes e sustentabilidade em um só lugar. A energia produzida será comercializada no mercado livre, com foco em pequenas e médias empresas, a um custo até 30% menor que o da concessionária. A 2W oferece uma cesta diversa de produtos aos clientes, incluindo soluções sustentáveis, financeiras e de ESG”, diz o CEO da 2W.
Em maio, a 2W Ecobank divulgou balanço financeiro que destaca o resultado final de 2022 com recordes de lucro e desempenho operacional, na esteira de avanços na comercialização e geração de energia e após ter realizado um reposicionamento estratégico com a entrada em novos segmentos. A empresa obteve no ano passado um lucro líquido de R$ 43,5 milhões e um Ebitda (sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) somou R$109,7 milhões.
Os resultados vieram da consolidação de sua atuação no “varejo” do mercado livre de energia elétrica, que envolve atendimento a consumidores de pequeno porte, além de melhor desempenho no “trading” de energia, venda de energia a grandes consumidores e entrada em operação de projetos eólicos. No caso do segmento de varejo, a 2W agregou à sua base 243 novas unidades consumidoras em 2022, um crescimento de 92% ante 2021, e superou a marca de 500 clientes.
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