Os setores de varejo e de alimentação fora de casa dos estados da Bahia, Ceará e Pernambuco deve movimentar R$ 284,24 milhões em vendas relacionadas à Páscoa. A projeção é da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), que espera um faturamento total de R$ 3,44 bilhões em todo o país neste período. Isso representa um crescimento de 4,5% na comparação com o ano passado, já descontada a inflação.
A Páscoa é a sexta data comemorativa mais relevante para o comércio. Se confirmada a expectativa, será o quarto ano seguido de alta nas vendas. A trajetória de crescimento que vinha sendo observada desde 2016 foi interrompida apenas em 2020, ano em que se iniciou a pandemia de covid-19, que afetou severamente toda a economia.
No Nordeste, a Bahia é o estado com o maior volume de vendas esperadas: R$ 119,53 milhões. O Ceará vem com R$ 84,15 milhões, seguido de perto por Pernambuco (R$ 80,56 milhões).
Os estados de São Paulo (SP), Minas Gerais (MG), Rio de Janeiro (RJ) e Rio Grande do Sul (RS) concentram mais da metade das vendas (51%). São Paulo lidera no Brasil, com um volume esperado de R$ 945 milhões.
O varejo catarinense deve registrar o maior aumento do volume de vendas entre os estados brasileiros em relação ao ano passado, com crescimento de 7,4%, seguido de Minas Gerais, com 7,2%.
“A Páscoa representa uma importante data para o varejo, um período de grande movimentação comercial e oportunidades de crescimento para o setor”, afirma o presidente da CNC, José Roberto Tadros.
O levantamento da CNC aponta que a Páscoa deste ano vem acompanhada de grande alta de importação de itens típicos do período. As compras externas de chocolate devem alcançar 3,35 mil toneladas, avanço de 21,4% em relação a 2023. No caso do bacalhau, deve haver um crescimento mais significativo, 61,9%. São 7,12 mil toneladas, a maior importação registrada desde o início do levantamento, em 1997.
Além do chocolate e do bacalhau, a cesta típica de produtos da Páscoa – o que inclui pescados em geral, bolos, azeite de oliva, refrigerantes, água mineral, vinhos e alimentação fora de casa – deve ter a menor alta do preço médio desde 2020, de acordo com a análise da entidade.
“Os produtos e serviços característicos dessa época não devem ter uma alta variação de preço em relação ao ano passado, com exceção do azeite, que já se encontra mais caro nas prateleiras dos supermercados e pode registrar aumento de 45,7% em 2024”, destaca o economista responsável pela pesquisa, Fabio Bentes.
Preços da cesta de Páscoa
A pesquisa da CNC aponta que os preços dos produtos e serviços típicos estarão 5,2% mais caros este ano. Essa “inflação da Páscoa” é superior à inflação oficial acumulada no país em 12 meses, 4,5%.
A lista de itens inclui chocolate, pescado, bacalhau, bolos, azeite de oliva, refrigerante e água, vinho e alimentação fora de casa. O único que deve chegar mais barato este ano é o bacalhau, com recuo de 3,2% no preço.
Já o grande vilão é o azeite de oliva, que ficou 45,7% mais caro em relação à última Páscoa.
De acordo com a CNC, a valorização do real frente o dólar ajudou a tornar mais baratos preços de produtos importados. A taxa de câmbio, que às vésperas da Páscoa de 2023 se situava em R$ 5,20, atualmente se encontra perto dos R$ 5 – um recuo de quase 4,3%.
* Com informações da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) e da Agência Brasil
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